Capítulo 28: Final

128 12 3
                                    

Pov: s/n

Meses antes...

Sentada na minha cela, o som das correntes é o único som que ouço. Aqui, o tempo perde o sentido; só existe um silêncio constante que pesa. A cada barulho de porta se abrindo, eu me pego pensando se talvez... se um dia... fosse ela. Será que Billie pensa em mim? Será que sabe tudo o que aconteceu comigo?

Então, a guarda aparece na porta da cela, firme, mas com o olhar impessoal de quem já se acostumou a ver pessoas indo e vindo.

— Visita pra você — ela avisa, soltando minhas algemas das grades para prender meus pulsos novamente antes de me guiar até a sala.

Meu coração bate mais rápido. Não faz sentido pensar assim, mas não consigo evitar. Eu me pergunto se poderia ser ela, se talvez Billie tenha insistido em me ver. Ou seria minha mãe, talvez... mas não, eu sinto que não seriam eles.

Quando entro na sala, vejo a mesa de metal no centro, com duas cadeiras de cada lado. Um policial vigia a sala, atento. Ele aponta para onde devo sentar, e eu obedeço. A porta atrás de mim se abre, e então eu o vejo.

Finneas.

Minha surpresa é tanta que meus olhos brilham por um momento de esperança. Eu não esperava por isso. Ele se senta do outro lado da mesa, o olhar um pouco rígido, e não consigo segurar a pergunta que sai apressada.

— Como a Billie está? — Eu preciso saber. Mais do que qualquer outra coisa, preciso saber que ela está bem.

Ele suspira, desviando o olhar por um instante, antes de voltar a me encarar com uma expressão difícil de decifrar.

O olhar de Finneas mudou completamente desde a última vez que nos vimos. Agora, sentado do outro lado da mesa, ele não disfarça o desdém. A expressão dele me atinge com a força de um golpe, e qualquer esperança de uma conversa amigável desaparece no instante em que ele começa a falar.

— A Billie está no hospital... entre a vida e a morte — ele solta, a voz seca e cortante.

A notícia me atinge como um soco no estômago, e sinto meus olhos se encherem de lágrimas. Eu tento controlar, mas o peso do que ele disse cai sobre mim como uma pedra. Ela ainda está pagando pelo que Nate fez, e agora… agora ela está à beira da morte.

— Como... como isso foi acontecer? — Finneas continua, o tom frio e acusador. — Quero ouvir da sua boca, exatamente como tudo aconteceu.

Eu seguro o ar, tentando colocar meus pensamentos em ordem, a voz vacilante.

— Billie… ela... ela entrou na minha frente, Finneas. — Eu olho pra ele com honestidade, implorando para que acredite em mim. — Foi ela quem se colocou na frente do tiro. Eu nunca faria nada para machucar ela... Mas... Se aquele era meu último dia de vida, foi ela quem me salvou...

Mas o rosto de Finneas só endurece ainda mais.

— Ela entrou na frente do tiro? — Ele repete, como se isso fosse inconcebível. — E quem foi que a colocou nessa situação em primeiro lugar, S/N? Quem foi que a arrastou para uma confusão que quase a matou? — Ele se inclina para frente, os olhos cravados nos meus, frios como gelo. — Eu confiava em você. Eu achava que você se importava com ela de verdade. Mas o que você fez? Destruiu a vida dela e a nossa família inteira.

Sinto um nó se formar na minha garganta, o peso da culpa se misturando ao cansaço de tentar explicar o inexplicável.

— Eu… eu fiz o que achei que era certo. Ele... Nate estava perseguindo a gente, ameaçando... Eu não tive escolha, Finneas! — As palavras saem quase como um sussurro, mas são carregadas de dor. — Eu precisava proteger Billie de Nate. Ele era um monstro. Ele... ele torturou ela, torturou a mim também. Mas...

Um Brilho Por Trás Do Bullying - Billie Eilish & S/NOnde histórias criam vida. Descubra agora