Um Brilho Por Trás Do Bullying - Billie Eilish & S/N

Capítulo 11: Indiferença

Pov: Billie Eilish

Ainda me pego sorrindo, perdida na memória da noite passada com s/n. Como se cada segundo daquela noite ainda estivesse gravado na minha pele, no som da risada dela, no jeito que ela olhava pra mim. O jeito que ela me segurava... como se eu fosse algo precioso. Por que ela olha pra mim assim? Nunca me senti tão... vista. E ontem foi como se o mundo inteiro tivesse parado só para nós duas.

O beijo ainda queimava em meus lábios, como se ainda pudesse sentir os dela contra os meus. Foi como cair em algo novo, em algo maior, e que só podia ser dela. Quando ela pegou minhas mãos e as colocou na cintura dela... deus, eu quase perdi o ar. Foi uma mistura de surpresa e de desejo que eu não sabia que tinha. O calor da pele dela, a proximidade. Era algo que nunca imaginei sentir com tanta intensidade.

Ela é tão linda. Tão única. O jeito que os olhos dela brilham quando sorri, as bochechas corando... E eu não sei bem quando comecei a reparar tanto nela, a ver beleza nos pequenos detalhes que antes eram só detalhes. O tom suave da voz dela, como um abraço. E aquele sorriso, como se o mundo ficasse um pouco melhor toda vez que ele aparecia.

Acho que, pela primeira vez na vida, eu estava apaixonada por alguém.

Estava tão imersa em meus pensamentos, revivendo cada detalhe da noite com s/n, que não notei quando Finneas entrou no quarto, espiando com aquele olhar meio curioso.

- Ei, Billie... Posso perguntar uma coisa?

Olhei pra ele e fiz que sim com a cabeça, um pouco distraída.

- Você e s/n... - ele hesitou, como se tentasse medir as palavras. - Vocês são só amigas, né? É que eu notei algo entre vocês... mais forte do que só amizade, talvez.

Senti meu rosto esquentar de imediato, meu coração disparando. Ele continuou, vendo que eu não respondia.

- Quando estávamos no carro, sexta à noite na volta da escola percebi s/n te olhando o tempo todo pelo retrovisor, como se não conseguisse desviar o olhar. Era... diferente.

Tentei parecer natural, mas as lembranças dela subindo em meu colo, do toque das mãos dela no meu rosto, do beijo e da intensidade que compartilhamos... tudo voltou como um raio.

- Ah... - ri meio sem jeito, desviando o olhar. - A gente... a gente é só amiga, Finneas.

Ele ergueu uma sobrancelha, claramente desconfiado.

- Tem certeza? Porque se for só isso... Parece que tem mais aí.

- Eu... - fechei os olhos por um segundo, tentando escolher as palavras certas. - Eu gosto muito dela, claro. Mas é isso... a gente é só amiga.

Ele ficou me olhando, como se pudesse ver através de cada palavra, mas sorriu e deu de ombros, sem insistir mais.

- Só toma cuidado, tá? Só quero que você fique bem.

Já era domingo, e eu tentava aproveitar o dia, mas por mais que tudo parecesse bem nesse final de semana, o pedido de Vitória continuava pairando na minha mente, como uma ameaça silenciosa. Eu não queria que s/n fosse a esse encontro que Vitória havia pedido, e a ideia de que ela ainda poderia ir me deixava inquieta. Decidi ligar pra ela, só pra ter certeza de que não faria nada impulsivo.

- Alô? - s/n atendeu com um tom meio seco, sem muito entusiasmo.

- Oi... É a Billie. Eu... só queria saber se você tá bem - comecei, tentando parecer casual.

- Tô bem, Billie, e você? - a resposta saiu um pouco distante.

- Também tô... Mas, s/n, você não vai mesmo encontrar a Vitória amanhã, né? Eu... Ainda tô preocupada.