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Quando os lábios de Maya e Chico se separaram, o silêncio pareceu mais pesado, carregado de tudo o que eles não diziam. O suspiro que escapou de ambos trazia uma descarga de tensão acumulada, algo que eles vinham evitando admitir até aquele instante. Os olhares intensos que trocaram transmitiam emoções cruas, misturando vontade, desejo, e uma cumplicidade silenciosa.
Chico manteve o olhar fixo nela por um instante antes de deslizar os dedos pelo cabelo de Maya, ajeitando uma mecha com delicadeza, como se aquele toque fosse precioso demais para ser apressado. Em seguida, deu um selinho, leve, quase como uma confirmação de que aquele momento era real.
— Eu queria isso há muito tempo — ele murmurou, com um sorriso que misturava alívio e um toque de nervosismo, como se aquele segredo estivesse guardado há mais tempo do que ele gostaria de admitir.
Maya sorriu de leve, o coração batendo rápido, enquanto buscava as palavras. Antes que pudesse dizer qualquer coisa, Chico a puxou para perto, abraçando-a de um jeito que ela não esperava. A pressão dos braços dele ao redor dela trouxe uma sensação de segurança, e ela percebeu que ali, naquele momento, todas as suas inseguranças pareciam um pouco menores.
Depois de alguns segundos naquele abraço, Chico se afastou apenas o suficiente para olhar nos olhos dela de novo.
— Você tem noção do efeito que causa nas pessoas? — ele perguntou, a voz baixa, quase reverente.
Maya sorriu, um sorriso tímido e autêntico, diferente da autoconfiança que geralmente exibia.
— E você tem ideia do que causou em mim? — ela respondeu, sem perder o brilho nos olhos.
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