Capítulo 3

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A semana de Katherine passou com uma rapidez incrível.

Ela estava exausta, foram tantas coisas que precisou fazer essa semana que todos os dias chegava tarde em casa, jantava e dormia no sofá assistindo TV.

Estava testando novas coreografias na aula de balé e fazendo aulas experimentais de jazz também. Precisou fazer trabalhos escolares para a próxima semana, fazer uma boa faxina em casa, ir ao supermercado fazer compras para o mês e a parte menos prazerosa da vida adulta: pagar contas.

Mas um acontecimento em específico lhe trazia leveza e lhe arrancava sorrisos durante o dia: se tornar amiga de Castiel Watson.

Para a maioria das pessoas, fazer um novo amigo pode não parecer nada de mais, mas Katherine se julgava uma pessoa da qual as outras não gostavam ou evitavam.

Da mesma forma, ela se fechava em sua bolha e não permitia desenvolver relacionamentos com outras pessoas, porém ele havia ido além das limitações que ela impôs, levou seu desaforo com humor e se tornou uma companhia agradável.

Como todos os sábados à tarde, Katherine ia para a casa de seus avós. Ela esperava o ônibus pacientemente com seus fones nos ouvidos e batendo o pé de acordo com a batida da música.

Ela estava usando uma das suas blusas do The Killers, uma calça boyfriend e um converse de cano curto, como sempre. Os óculos escuros lhe cobriam os olhos esmeralda lhe deixando quase irreconhecível, como uma turista.

O ônibus chegou logo e ela embarcou sozinha e sentou-se perto de uma das janelas.

Naquele final de semana, a sua mãe deveria vir lhe visitar, mas não foi isso o que o telefonema repentino dela lhe confirmou.

– Mãe? – Katherine atendeu a ligação.

– Cat querida, como vai? – A voz de sua mãe soou do outro lado da linha.

– Estou bem, você já está a caminho?

– Ah querida, me desculpe, mas não poderei ir vê-la nesse final de semana. Fui escalada para cobrir uma reportagem de última hora na Itália e estou partindo agora mesmo.

Katherine suspirou em insatisfação.

– Mas este era o combinado.

– Eu sei, eu sei. Prometo que estarei aí no próximo final de semana, tudo bem? – Sua mãe lhe garantiu.

– Que escolha me resta – Katherine assentiu.

– Essa é a minha menina. Tchau, filha. Amo você.

– Tchau, mãe. Amo você também, buon viaggio.

E então ela encerrou a chamada.

A fazenda de sua avó e de seu avô ficava em uma zona rural na saída da cidade. Ela desceu do ônibus e caminhou um pouco em uma estrada sinuosa de cascalhos e areia até chegar a um campo bem pigmentado com o verde da grama e avistar a casa de sua avó.

Atravessou uma porteira e quando enfim chegou, bateu na porta da casa e foi recebida com muitas lambidas de Kimi, o cachorro de seu avô.

Kimi era um lindo pastor alemão, de porte enorme e muito carinhoso.

– Bom dia Kimizinho - Ela disse, com uma voz carinhosa enquanto acariciava o pêlo áspero de Kimi.

A porta da frente foi logo aberta e ela foi recepcionada por sua avó.

– Oi, vovó - Katherine lhe deu um abraço.

– Olá, querida. Como tem passado?

Sua avó, a senhora Leila Pappenheimer, era uma senhora baixinha que tinha uma cabeleira ruiva mista entre seus fios grisalhos e tinha os olhos azuis apagados por conta da idade.

Quase Sem QuererOnde histórias criam vida. Descubra agora