Katherine regressou meio chocada, surpresa e se sentindo uma idiota por ser tão frágil nas mãos de Castiel. Ela queria voltar lá e deixar que ele a beijasse como se não houvesse amanhã. Na verdade, ela só havia parado porque sabia que beijo por beijo e aquela carícia iria levar muito mais além do que um simples amasso.
Enfim, ela se deitou novamente em sua cama e ficou encarando o teto. Passou a mão nos cabelos, puxando os fios avermelhados para trás e soltou um suspiro pesado.
Quem a diria, Katherine Bathory, sendo o desejo de consumo dele, Castiel Watson.
Como isso havia acontecido mesmo?
Katherine fechou os olhos e virou para a parede numa tentativa frustrada de dormir.
Que merda, ele tirava até seu sono.
***
Ela nem percebeu quando caiu no sono, mas deveria ter sido tarde, pois ela realmente estava indisposta quando Miley lhe acordou às 10h da manhã.
– Saí, mãe, eu quero dormir – ela falou virando-se de costas para Miley.
– Caralho, Katherine! O que foi isso no seu pescoço... Sua safada!
Katherine sentou-se no mesmo instante e encarou Miley.
– O que é o que? – Ela falou tateando seu próprio ombro, achando que havia algum inseto.
– Esse chupão aí – Miley teve que rir.
Katherine fechou os olhos e passou a mão em seu rosto, sentindo as bochechas ficarem vermelhas de vergonha.
– Culpa do seu irmão – Ela murmurou ainda sonolenta e se espreguiçando. – Eu tinha ido só tomar um copo d'água – Ela bocejou. – Aí a gente se pegou na cozinha e deu nisso.
O jeito natural e sem constrangimento com o qual Katherine falou fez parecer que aquilo era normal e cotidiano.
Mas não era esse o caso.
– Como assim vocês se pegaram de novo? – Miley perguntou surpresa.
Então Katherine tomou consciência do que havia dito.
– Merda – Praguejou. – Não acredito que acabei de falar na cara dura que eu e o Castiel nós pegamos.
Miley riu.
– Me conta logo!
Katherine balançou a cabeça, deu uma risada e então contou para Miley o que havia acontecido de madrugada.
Katherine vestiu seu vestido com o qual havia ido para lá e a alça desprezível do vestido não cobria nem ¼ da bela marca que ela tinha no seu trapézio. Ela teve que jogar o cabelo todo para o lado e desceu para tomar café da manhã e ir para sua casa.
Felizmente, a senhora Cassandra pareceu não notar nada de "diferente" em Katherine e até lhe deu uma carona para casa – já que Castiel ainda estava dormindo.
Chegando a casa, ela correu para colocar mais comida para seu pobre bichano que miou em alegria quando a viu chegando. Depois de deixar Luke comendo, ela foi para o banheiro tomar um banho e então viu a bela marca que Castiel havia lhe deixado.
Ela não sabia se ria ou se o xingava. E ficou meio preocupada com o fato da alça do seu collant de balé poder ou não cobrir por completo a marca.
***
O final de semana terminou e logo eles retomaram a rotina cansativa de aulas. Katherine havia voltado a falar com Castiel quando o encontrava pelos corredores. Pelo visto, ele havia conseguido convencê-la a continuar falando com ele.
Castiel ainda não fazia ideia do que daria de presente ou faria para ela. Sabia que o aniversário de Katherine era no dia 30 de novembro e queria fazer algo especial por ela.
Para essa missão, ele precisaria da ajuda da escudeira mais leal de Katherine: sua irmã, Miley.
– Miley, nunca pensei que fosse dizer isso para você, mas preciso da sua ajuda – Ele disse quando chegou a casa depois da escola.
– O que foi, Cas? – ela falou parecendo preocupada.
– Quero fazer uma surpresa de aniversário para Katherine – Ele disse quase simplório.
– Quê? Você querendo impressionar uma garota? – Miley riu. – Cat é muito foda mesmo.
Ele rolou os olhos.
– Vai a merda, menina. Vai me ajudar ou não?
Ela suspirou.
– O que você está pensando em fazer? – Ela sentou-se no sofá.
– Bem, o aniversário dela é dia 30 e...
– Você sabe que ela não gosta de festas e nem comemora aniversário, é um lance de família – Ela o lembrou desse fato enquanto tirava o tênis.
– Eu sei, mas é que ela vive tão afastada da família também...
– Os irmãos não gostam muito dela, eles a culpam por causa da morte do pai. Exceto por Damon e tal.
Castiel encarou sua irmã.
– Como assim eles a culpam pela morte do pai? – ele perguntou confuso.
– Ela não te contou? – Castiel negou e ela deu continuidade. – Quando ela era pequena, a casa onde ela morava pegou fogo com ela lá dentro e ela bateu a cabeça desmaiou lá. Daí, a primeira pessoa, a saber, foi o pai dela e ele entrou lá e conseguiu tirar ela de lá. Só que ele voltou para recuperar as sapatilhas dela e como ele havia inalado muita fumaça, não conseguiu sair por conta própria e os bombeiros não conseguiram retirá-lo com vida de lá. Ela não parava de chorar pelas sapatilhas, por isso o pai voltou para a casa. Ela era só uma criança.
Castiel sentou-se sentindo um pouco da tristeza de Katherine.
– Ela só havia me dito que o pai dela havia morrido quando ela era pequena – ele disse passando a mão nos cabelos. – Eu não fazia ideia.
– Ela foi e é muito forte por ter encarado os próprios irmãos se voltarem contra ela.
– Demais – ele teve que concordar. – O balé, a emoção que ela sente... Tudo faz sentido agora.
Miley pegou seu tênis e se levantou.
– Vou tomar um banho, se arrume também. Vamos falar com a vovó Pappenheimer e ver se ela pode nos ajudar – disse Miley.
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Quase Sem Querer
RomanceKatherine Bathory tem 17 anos, é alemã, dançarina de balé clássico e está no último ano do ensino médio. Ela leva uma vida antissocial e sem muitas expectativas para o futuro, exceto pelo seu sonho de ser bailarina profissional. Castiel Watson era o...