O ano escolar estava chegando ao fim e um sentimento incomum havia despertado em Katherine: medo.
Após o natal e as comemorações de ano novo, ela se pegou refletindo sobre os momentos que havia vivido esse ano. Definitivamente, não esperava viver tantas emoções, tantas sensações e alegrias.
Quantos os fogos de ano novo explodiram no céu do terraço da sua avó, ela olhou para Castiel Watson, estava lindo, sorrindo enquanto admirava o céu, e viu seus momentos juntos passarem em câmera lenta. Um mix de emoções tomou seu corpo e ela sentiu o estômago contrair.
Não queria ficar longe daquele rapaz nem por um momento sequer.
Castiel havia trazido luz e amor para sua vida, um amor leve e sincero, repleto de felicidades em plena segunda-feira. Poucos momentos na sua vida havia sentido tamanha certeza como naquele, e achava aquilo uma completa loucura!
A paixão da sua vida era o balé, disso nunca duvidou, e com relação a ele, sentia-se da mesma forma.
Era difícil para ela expressar seus sentimentos com franqueza, ao contrário dele, que era um livro aberto. Katherine sabia que o amava, mas morria de medo de confessar e ver todo aquele encanto desaparecer.
Tinha medo de que, em algum momento, ela já não fosse tão interessante para Castiel e ele a deixasse. Apesar de conhecê-lo e saber de sua sinceridade, tinha medo de um dia não bastar.
Se considerava uma pessoa desinteressante e tinha medo desse amor com data de validade.
Além disso, havia algo a mais: daqui a alguns meses, ela estaria de mudança para Nova York, para continuar estudando balé. Jamais abriria mão dessa oportunidade, mas como cultivar um amor à distância?
Era complexo demais para ela.
Nunca teve dúvidas com relação ao balé, mas, pela primeira vez, pensou em abrir mão de um sonho. Espantou esse pensamento quando refletiu minimamente, mas ainda assim, não estava mais fácil.
Fevereiro já havia chegado e Castiel havia lhe chamado pra ir para a casa dele naquele domingo. Honestamente, Katherine não desconfiou de nada, até porque sempre batia aquela saudade rotineira por ficarem muito atarefados durante a semana e não encontrarem tempo para se ver.
Mal ela sabia o que lhe aguardava.
Ela chegou à casa de Castiel e a porta se encontrava destrancada, então ela não viu problema em entrar.
- Cas? – ela chamou ao entrar.
- Aqui na sala.
Ela foi até a sala e ele estava lá, sentado no sofá com o seu caderno de músicas na mão e mordendo o cabo da caneta.
- O que você está fazendo? – Ela perguntou curiosa.
Ele sorriu.
- Você vai descobrir – disse se levantando. – Espere aí.
Katherine franziu o cenho, mas ficou lá, sentou-se no sofá enquanto ele se retirou com o caderno e foi até o quarto. Ele logo vem a retornar com o violão debaixo do braço e anotando alguma coisa no caderno.
- Eu não sei se você vai gostar, e eu também não sei por que estou fazendo isso tão de repente, mas eu só quero que saibas o quão és especial para minha pessoa – Ele disse meio acanhado, com o sotaque puxando as palavras.
Katherine continuava confusa.
- O que é que você vai aprontar? – Ela perguntou, ansiosa - É uma música nova?
Castiel colocou o caderno no braço do sofá e segurou o violão direito para que logo começasse a tocar e, surpreendentemente, cantar.
Chamas dançavam em teu cabelo
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Quase Sem Querer
RomanceKatherine Bathory tem 17 anos, é alemã, dançarina de balé clássico e está no último ano do ensino médio. Ela leva uma vida antissocial e sem muitas expectativas para o futuro, exceto pelo seu sonho de ser bailarina profissional. Castiel Watson era o...