Castiel tinha um apartamento lá no Kansas City, um presente do seu pai, já que foi ali onde eles viveram antes de partir para Horkland.
Katherine não costumava sair para se divertir aos finais de semana, ela era muito caseira, mas estava mais do que na hora de ela se permitir viver e experimentar coisas novas.
Desde que Castiel entrou em sua vida, aquela rotina tediosa deixou de existir, ele sempre aparecia em um momento oportuno para lhe tirar daquele mar de monotonia. Era uma aventura atrás da outra e isso a fazia se sentir vívida, jovem e muito feliz.
Kansas City não era mais que uma hora e meia de distância, então quando eles chegaram, ainda era por volta de 13h. O apartamento de Castiel ficava em um bairro bastante urbano e boêmio, com uma boa variedade de lanchonetes e restaurantes.
- Menino Castiel! Quanto tempo.
O porteiro o cumprimentou assim que adentraram no prédio.
- Tom! – Castiel hesitou com um sorriso espontâneo e foi dar um abraço no cara denominado Tom.
Katherine ficou um tanto deslocada, olhando para o teto, observando as pilastras de mármore da recepção, até que Castiel lhe tomasse pela mão para que ela se aproximasse.
- Essa é a Katherine – Castiel lhe apresentou.
Katherine deu um sorriso.
- Olá, prazer em conhecê-lo – Disse estendendo a mão e cumprimentando o porteiro Tom.
- Olá, senhorita Katherine! O prazer é todo meu.
Tom era um cara que deveria ter por volta de uns quarenta e poucos anos, tinha cabelos louros escuros, olhos cinzentos e trajava um uniforme azul escuro com detalhes em carmim.
- Bem, a gente se vê mais tarde, Tom – Castiel falou guiando Katherine para o elevador.
- Até mais!
Eles entraram no elevador e Castiel apertou o botão que levava até o último andar.
- Você está com fome? – Ele perguntou.
- Um pouco – Katherine bocejou. – Eu estou com sono.
- Você é muito dorminhoca, isso sim – Ele murmurou e lhe roubou um beijo.
Beijo por beijo roubado, eles mal perceberam quando começaram a se beijar intensamente ali mesmo, no elevador. Ele largou as mochilas e guiou Katherine até a parte não espelhada do elevador; as costas dela relaxaram contra a superfície de metal enquanto aproveitava para descabelar Castiel.
Então, quando menos esperavam, o elevador apitou, dando aviso que havia parado e estava abrindo a porta.
Mas aquele ainda não era o andar deles.
Ambos se recompuseram na velocidade da luz, antes que a porta pudesse se abrir por completo.
O mais constrangedor de tudo era que um casal de velhinhos esperava o elevador. Katherine ajeitou a blusa amassada e ficou olhando para o teto com cara de paisagem. Castiel não estava nem aí, a única preocupação dele era conter a risada.
Os velhinhos lançaram um olhar de desdém que faria qualquer um ficar morto de vergonha – no caso de Katherine – ou rir até que sua barriga começasse a doer – no caso de Castiel.
Eles ficaram em um silêncio desconfortável até que chegassem ao andar de destino de ambos. Estavam saindo do elevador quando ouviram a senhorinha murmurar ao sair:
- Por que você não é assim comigo?
Então nem Katherine resistiu e eles dois caíram na gargalhada.
Só haviam dois apartamentos naquele andar, um era de Castiel e o outro do casal de velhinhos. Katherine e ele seguiram até o apartamento cambaleando de tanto rir, uma risada nada discreta, ainda por cima.
- Aí, essa foi ótima – Katherine disse ainda risonha secando o canto dos olhos.
- Com certeza – ele concordou abrindo a porta. – Venha.
O apartamento era bem espaçoso e com uma decoração vintage. Bem a cara de Castiel. Havia enormes molduras e quadros de bandas famosas de rock e era tudo arrumado num estilo tradicional, mas com um leve toque de modernidade.
- Esse apartamento era do meu pai – ele contou. – Daí, quando fiz 18, ele transferiu para o meu nome.
- Quantos anos você tem mesmo? – Katherine perguntou.
Ele lhe deu uma encarada incrédula.
- Você não lembra nem a minha idade? – Ele perguntou quase rindo.
Ela rolou os olhos.
- Não é isso, é que você nunca me convidou para suas festas de aniversário – Ela disse.
Agora foi a vez de Castiel se sentir mal.
- Dezenove – Ele murmurou com um olhar cabisbaixo. – Desculpe por nunca ter te convidado, é que...
- É que você nunca havia reparado que eu existia, tudo bem, estou mais acostumada com isso do que você imagina.
Castiel largou a mochila no sofá.
- Não é isso, Cat – ele voltou-se para ela com um olhar abalado.
- Eu sei que é, Castiel – ela disse baixando os olhos. – Nós vivíamos em universos distintos. Talvez se eu tivesse sido um pouco mais popular...
- Katherine, pelo amor de Deus. – ele acariciou o rosto dela e ergueu seu rosto pelo queixo. – Mesmo que você seja nerd, bailarina, alemã, o raio que o parta, meu arrependimento é não ter te conhecido antes. Sou muito mais feliz agora, você é, absolutamente, a pessoa mais extraordinária que eu conheço.
Ela esboçou uma risada.
- Você acha mesmo? – Katherine perguntou.
- Eu tenho certeza.
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Quase Sem Querer
RomanceKatherine Bathory tem 17 anos, é alemã, dançarina de balé clássico e está no último ano do ensino médio. Ela leva uma vida antissocial e sem muitas expectativas para o futuro, exceto pelo seu sonho de ser bailarina profissional. Castiel Watson era o...