Depois que Castiel lhe deixou em casa, a energia já havia voltado. Katherine ficou o resto da noite completamente aérea e andando nas nuvens.
Era bem assim que ela se sentia. Mas ela também tinha um leve temor do tamanho da queda que poderia sofrer das nuvens, de volta para o inferno, porque amanhã ela iria para a escola.
Ela arrumou uma caminha para Luke e deixou anotado que precisava comprar ração para gato. Como não havia ração para gatos em sua casa, ela deu para Luke um pouco de frango desfiado.
Katherine deixou Luke na sala e subiu as escadas para ir tomar um banho. Enquanto se despia no banheiro, ela percebeu que suas roupas estavam completamente impregnadas com o perfume maravilhoso de Castiel.
Ela lembrou-se de como ele havia lhe beijado, de como suas pernas ficaram bambas enquanto ele acariciava a cintura e percebeu como ele era incrível.
Balançou a cabeça e foi para dentro do box tomar uma boa e morna chuveirada. Enquanto se banhava, Katherine aproveitava para cantar mil e uma músicas do The Killers.
Sua vidinha monótona e tediosa havia se transformado numa emoção seguida da outra, ela nunca havia se sentido tão viva.
****
Depois de deixar Katherine em casa, Castiel foi dar uma volta pela cidade. A cidade estava quieta, ainda chovia de forma vagarosa e insignificante, então ele resolveu voltar para casa.
Katherine não saía de seus pensamentos de jeito nenhum.
Ele arrumou a pequena bagunça que haviam feito na sala e levou o prato e os copos para a pia.
Sua casa nunca pareceu tão vazia.
Havia sido apenas um rápido dia, mas ele queria Katherine lhe fazendo pirraças infantis e retrucando suas respostas com frases ácidas. Ele a queria sendo fofa e carinhosa com Luke no tapete da sala.
Ele queria Katherine.
Ao mesmo tempo em que gostava daquele jeito ingênuo de Katherine, ele percebeu que também a desejava. Desejava beijá-la novamente e incansavelmente. Sentir o seu perfume de cerejeira, percebê-la estremecer a mercê de seus beijos e seus toques.
Ah, Deus, como ela conseguia?
Como ela conseguia ser tão completa e fazê-lo sentir-se um inútil sem ela? Ele parecia estar sofrendo um tipo de dependência de Katherine.
Depois de lavar a louça, Castiel foi para a sala assistir televisão. Ele colocou em um filme de terror qualquer que passava em um canal aleatório, mas sem prestar muita atenção.
Castiel tateou os bolsos à procura da bendita carteira de cigarros. Ele ficou encarando a mesma por um tempo e refletindo sobre o que Katherine havia lhe dito.
Ele fumava desde os 13 anos, quando seu pai foi embora, e ninguém nunca havia lhe convencido a parar, era o seu ato autodeclarado de rebeldia.
Isso é, até agora.
Então ele resolveu que, realmente, tinha que tomar uma atitude sobre seu vício.
Castiel levantou-se e jogou sua carteira de cigarros no lixo.
- É, foi o bastante por uma vida.
*****
Katherine foi acordada na terça-feira de manhã bem cedinho por Luke que estava lambendo seu rosto e miando.
Ela riu e fez um carinho atrás da orelha do gatinho.
- Bom dia para você também, Skywalker – ela falou se sentando na cama.
Katherine mal se levantou, mas, assim que pisou no chão, ela sentiu alguma coisa mole se esparramando na sola de seu pé.
Ela fez uma careta.
- Oh, Luke! – ela resmungou. – Tenho que comprar uma caixa de areia para você também.
Katherine foi lavar o seu pé e depois limpou alguns pontos da casa onde Luke havia feito suas necessidades. Ela espalhou alguns jornais pela sala e trancou as portas dos quartos e do banheiro. Ela deixou um pote com frango desfiado, outro com leite e outro com água antes de sair de casa e ir para a escola.
Naquele dia estava apenas nublado, então ela não precisava de carona. Mas bem queria. Porém, ela seguiu andando sem interferência para a escola. Lá na escola, Katherine percebeu que muitas pessoas estavam lhe encarando, olhando de soslaio e fofocando pelos corredores.
Bem, a festa de sábado estava dando o que falar.
Ela ignorou as pessoas com um pouco de dificuldade e foi pegar seus livros no seu armário. Ela ainda sentia os olhares sobre ela, mas ninguém ousava lhe dirigir a palavra.
Quer dizer, isso até um determinado momento.
- Ei, garota de cabelo vermelho.
Katherine fechou o armário e se voltou para a pessoa que parecia estar falando com ela.
Ah não.
Mas que grande merda.
Era Helena Stone, a ex-namorada de Castiel.
- Tá falando comigo? – Katherine perguntou tentando parecer confusa.
A sua única alternativa era essa: se fingir de desentendida.
- Sim – Helena respondeu como se fosse óbvio.
- Desculpa, mas eu te conheço?
- Se não conhece, deveria.
Nossa, que garota ridícula.
Katherine franziu o cenho, continuando com sua farsa.
- Desculpe, eu realmente estou confusa – disse.
Helena revirou os olhos.
- Olha aqui, garota. É Katherine, não é?
Ela assentiu.
- Pois bem – Helena continuou. – Eu sou a namorada do Castiel, e, caso não saiba, eu não gosto de gente que fica dando em cima dele.
Katherine estava quase chegando ao limite de sua paciência, mas ela não podia simplesmente explodir.
- Hã? – Katherine ergueu a sobrancelha.
Helena rosnou.
- Eu estou falando de sábado na festa de Camily Jones! – se exaltou. – Do jeito que ele defendeu você! Eu não sei quem você é, mas não quero você perto dele novamente, entendeu?
Katherine suspirou.
- Olha, eu não te conheço, não sei do que você está falando e tenho que ir pra minha aula agora. Com licença.
Então Katherine deu as costas para Helena e saiu, indo em direção à sua sala.
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Quase Sem Querer
RomanceKatherine Bathory tem 17 anos, é alemã, dançarina de balé clássico e está no último ano do ensino médio. Ela leva uma vida antissocial e sem muitas expectativas para o futuro, exceto pelo seu sonho de ser bailarina profissional. Castiel Watson era o...