Capítulo 4

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Castiel parou o carro em frente à sua casa e ela fez uma cara de surpresa, mas logo hesitou.

– Ah é, esqueci que você sabe onde eu moro.

Katherine voltou os olhos para ele. Cara, como ele era bonito.

– Então, Katherine, você vai fazer alguma coisa nesse final de semana? – Castiel lhe perguntou.

Katherine ficou surpresa novamente.

– Bem, não...

– Tá a fim de sair por ai? – Castiel convidou.

Ela meio que franziu o cenho e arregalou os olhos, ficando extremamente surpresa e confusa.

– E-eu? – Ela gaguejou.

Castiel soltou um riso.

– Sim, senhorita.

– Mas eu... Desculpe, mas você sabe que eu não gosto de festa – Ela argumentou.

– Ah, qual é. Isso não é desculpa; você é uma adolescente. – Ele insistiu.

– E daí?

– E daí que eu quero ser seu amigo e conhecer você, mas você não me dá chances para isso. Eu sei que você anda me evitando na escola – Ele foi objetivo.

Ela soltou um riso e balançou a cabeça, estando ela com as bochechas em chamas.

– E para onde nós iríamos? – ela perguntou se voltando para ele.

– Fast-food?

– Não posso, só posso comer fast-food uma vez por mês e fomos ao Mc Donald's no início da semana.

– Por que você só pode comer fast-food uma vez por mês? – Ele lhe encarou com espanto. – Como você vive?

– É a dieta rigorosa do balé – Ela explicou. – Eu sou bailarina desde os 4 anos, estudo na ABA.

(ABA= Academia de Balé e Artes).

– Bailarina, alemã e não gosta de festas. No dia que você parar de me surpreender, acontecerá o apocalipse zumbi.

Katherine riu.

– Bem, já que você não gosta de festas e não pode comer fast-food, o que você gosta de fazer nos finais de semana? – Ele interrogou.

– Dormir, eu durmo pra caramba. Também gosto de fazer maratona de séries, jogar e, quando não fico estudando, fico ensaiando balé – Ela disse indiferente.

– E você não enjoa nunca dessa rotina? – Castiel lhe encarou.

– Bem...

– Deixa pra lá – Ele a interrompeu e ficou pensativo.

O celular de Katherine começou a tocar.

– Desculpe – Ela falou pegando o celular. – É a sua irmã, espera – ela atendeu. – Oi, Miley.

– Safadinha, você tá pegando meu irmão, né? – Miley brincou do outro lado da linha.

Katherine soltou uma gargalhada para compensar o nervosismo.

– Não, mas eu estou com ele nesse exato momento – Disse olhando para Castiel de soslaio.

– Hmmmmm – Miley falou maliciosa. – Foi mal te interromper, então.

– Você é uma completa idiota – Katherine teve que rir. – O que foi?

– Nada, eu ia te chamar para ir ao boliche, mas você está ocupada demais – Ela continuou sacaneando sua amiga.

– Dá pra parar com isso? Se eu for ai, eu vou lhe dar um soco.

Castiel a encarou e ela deu de ombros, como se esse momento fosse rotineiro.

– Ui, estressadinha – Miley riu. – Mas tá a fim de ir jogar boliche? Chama o Cas também.

– Foi mal, mas eu já vou sair. Então deixa pra outro dia – Katherine falou.

– Queijo? – Miley exclamou.

– Sim, e cheddar.

Castiel encarou Katherine de repente.

– Mas que parmesão – Miley falou.

– Eu sei, gorgonzola.

Miley riu.

– Vai lá então, provolone.

– Tchau, mozzarella.

Então Katherine encerrou a chamada.

– Qual foi essa dos queijos? – Castiel perguntou.

Katherine riu.

– É um dos nossos códigos.

– Usar queijos como códigos, como nunca pensei nisso antes? – Ele brincou. – Mas você disse que ia sair, por quê?

Katherine voltou os olhos esmeraldas para ele com um sorriso malandro no canto dos lábios.

– Porque tem um lugar em especial que eu gosto de ir aos finais de semana e já que você propôs um passeio, vou te levar lá.

Katherine indicou o caminho até o velho teatro da cidade que não ficava muito longe da casa dela. Ela tinha entrada privilegiada lá, pois havia sido fundada por seus ascendentes Pappenheimer, sua bisavó famosa, especificamente. Porém estava fora de funcionamento, então Katherine ia para lá algumas vezes e treinava balé usando o palco imenso.

– Você já veio aqui alguma vez? – Katherine o perguntou.

– Não, nunca me passou pela cabeça vir aqui. Mesmo contando as histórias maneiras de fantasmas.

Katherine teve que rir.

– Não há fantasmas, era apenas eu que ficava escondida aqui e assustava os vândalos – Ela confessou.

Castiel riu.

– Você é má – Ele disse.

– Eu sei. Espere – ela pegou um molho de chaves no bolso e escolheu uma das demais para abrir uma porta quase imperceptível na parede. – Vamos.

Ela passou pela porta e ele logo lhe acompanhou puxando a porta e ficando em uma escuridão mortal.

– O interruptor fica lá embaixo, estamos em uma escada, cuidado – ela alertou.

Castiel tateou a parede e foi se guiando por estas no caminho cheio de degraus baixos.

Katherine enfim acendeu as luzes, ela já estava lá embaixo e ele se deu conta de que não havia atravessado nem metade do percurso.

– Venha aqui – Ela o convidou já saindo do seu campo de visão.

Castiel desceu as escadas de forma rápida e mais confiante. Ele se deparou com uma espécie de camarim, com várias coisas velhas e empoeiradas e Katherine estava sentada em uma poltrona.

– Essa era a entrada dos artistas – Ela falou de maneira despojada – Eles vinham direto para o camarim e atrás daquela cortina vermelha – indicou para uma cortina à sua direita. – fica o palco.

– Que praticidade – Ele disse.

– Vamos lá – Ela se levantou com um pulo e foi em direção à cortina vermelha.

Ela a abriu com um ar triunfante, anunciando o palco.

– Luzes – Ela se esgueirou para uma enorme caixa de força e ligou alguns botões fazendo o palco se iluminar.

– Uau.

Quase Sem QuererOnde histórias criam vida. Descubra agora