Castiel levou Katherine para casa e eles passaram o caminho todo em um silêncio sepulcral. Ela olhava pela janela com os olhos perdidos e ainda ameaçando uma enxurrada de lágrimas.
Quando enfim ele chegou à casa dela e parou o carro, Castiel teve que quebrar aquele silêncio.
– Você quer conversar? – Perguntou de forma solidária.
Katherine negou com a cabeça.
– Eu só quero ficar sozinha agora – Ela disse e se inclinou sobre ele, lhe dando um beijo de despedida. – Vou ligar para Miley e explicar o ocorrido. Diz pra ela que eu lamento muito por ter quebrado o clima da noite.
– Tens certeza que vais ficar bem? – Ele perguntou pra ter certeza.
– Eu vou, só preciso de um tempo sozinha – Ela confirmou. – Boa noite, Cas.
E então saiu do carro e atravessou a rua em direção à sua casa.
Castiel ainda ficou ali, parado até que ela entrasse em casa e fechasse a porta. Estava preocupado em deixá-la sozinha, queria ajudá-la, mas talvez fosse de um tempo o que ela realmente precisasse naquele momento. Então tomou rumo pra sua casa.
Katherine entrou em casa e desabou no sofá, deixando aquela maré de lembranças lhe atingirem de forma violenta. Ela se lembrou de quando havia conhecido Genevive, aos 11 anos, de quando Genevive lhe apresentou George e de quando havia quase sido molestada por George na festa. Lembrou-se de que Anthony tinha uma queda por ela e sempre repetia que ela deveria ficar longe de George.
E, para completar, ela lembrou-se daquele dia que encontrou George e Genevive na cama. E pior ainda, de quando Genevive lhe humilhou, chamando-a de estúpida e burra enquanto George observava a cena rindo e Anthony tentava fazer sua irmã calar a boca.
Agora ali estavam eles novamente, quatro anos depois. Anthony namorava sua melhor amiga; Genevive, aparentemente, envergonhada; e ela estava finalmente bem sucedida e feliz da vida.
Merda!
Katherine não conseguiu conter o choro involuntário que atravessou seu rosto e ela se encolheu no sofá e chorou feito uma criança por se lembrar de como havia doído àquela cena perdida em um passado esquecido. Luke estava dormindo, mas despertou com os soluços de sua dona e, como se quisesse lhe prestar apoio, pulou no colo dela e lhe deu lambidas pelo rosto e mão.
Ela estava com vontade de ficar ali para sempre, simplesmente isso.
***
Na semana seguinte, só haveria aula até a quinta-feira, porém Katherine teve ensaios contínuos durante toda a semana, pois eram os ensaios finais.
Ela telefonou para Miley que ficou chocada com a coincidência dos fatos e o infeliz acontecimento. Felizmente, foi compreensiva e escutou toda a história com atenção e lhe deu apoio.
Quinta-feira era seu último ensaio, viajaria logo na sexta e estava com três apresentações marcadas para o final de semana.
Ela chegou à Academia um pouco mais tarde do que o habitual e teve uma bela surpresa. Todos estavam lá. Todos mesmo. Camily, Joe, Isaac, Mary, Paul, a senhorita Lisandra e o Sr. Skies.
– Ah, aqui está nossa Odette! – Paul exclamou ao vê-la chegar e foi lhe recepcionar passando o braço ao redor dos ombros dela.
Todos estavam reunidos ao redor de uma mesa cheia de delícias açucaradas e salgadas também.
– Ah, Katherine – A senhorita Lisandra exclamou. – Venha, junte-se a comemoração.
Sem ver escolha, ela sentou-se à mesa entre Mary Jane e Camily e se serviu de alguns docinhos enquanto conversava com as garotas.
– É verdade que você e o Castiel Watson estão namorando? – Mary Jane perguntou com um ar pervertido.
Ela riu.
– Acho que pode-se dizer que sim – disse modesta.
– Ah, Mary, você tinha que ver a Cat dando uma surra na vadia da Helena Stone – Camily comentou.
– Ah, nem foi uma surra, foi só um tapa – Katherine lamentou.
Camily riu.
– Mas valeu a pena.
Katherine ficou lá comemorando e conversando sobre a viagem de amanhã. Ela estava muito ansiosa, assim como seus companheiros de dança.
Ficou até às 08pm, quando resolveu ir para casa e ter uma boa noite de sono para estar bem disposta no dia seguinte.
E então a segunda surpresa da noite aconteceu.
Castiel esperava-a do lado de fora, recostado à seu carro e segurando uma singela e bela tulipa roxa.
– Olá, senhorita – Ele sorriu e se aproximou para lhe entregar a flor.
Katherine pegou a mesma e riu contente.
– Não sabia que você fazia o estilo clichê que entrega flores – Ela disse com um sorriso.
– Por você, eu faço o estilo mais clichê possível – Ele disse.
Ela passou a admirar a flor e acariciou as pétalas da mesma.
– É linda – disse. – Miley te contou que eu gosto de tulipas?
– Não – ele disse. – Na verdade, eu queria trazer uma rosa, mas achei comum demais, então resolvi sair um pouco do padrão clichê que entrega rosas e achei que você gostaria.
Ela lhe deu aquele sorriso bonito.
– Eu amei.
Castiel retribuiu o sorriso e a puxou pela cintura para lhe dar aquele beijo que ansiou durante toda a semana. Ela apoiou as mãos sobre os ombros dele, não o deixando aprofundar muito o beijo e ele se afastou confuso.
– Aqui não, vamos pra casa – ela disse risonha.
Ele lhe lançou um sorriso maroto.
– Já que você insiste... – murmurou e acabou levando um tapa na cabeça. – Ei! Venha, vamos pra casa.
***
Eles mal haviam entrado na casa de Katherine e Castiel foi logo lhe colocando contra a parede ao lado da porta e lhe beijando, fazendo-a largar tudo que tinha nas mãos para poder passear as mãos pelos ombros largos, as costas fortes e o rosto levemente áspero dele.
Havia sido apenas uma meia semana longe e ela sentia uma falta intensa dele e vice-versa.
– Castiel... A porta... – Ela murmurou entre os beijos lembrando-se de que a porta estava aberta.
– Espera, deixa eu te beijar mais um pouco – Ele pediu mordendo o lábio inferior dela.
Katherine rolou os olhos, meio em discordância e meio à vontade. Mas acabou agindo pela razão e o afastou apenas para fechar a porta. E, quando menos esperava, foi agarrada por trás e levantada por ele.
– Ei, me põe no chão! – Ela protestou balançando as pernas.
– Eu só te solto se for lá em cima, na cama – Ele disse com um ar pervertido e ela teve que rir.
E ele estava falando sério mesmo.
Castiel subiu as escadas, ainda segurando-a a poucos centímetros do chão e só a soltou na cama e logo avançou sobre a garota, lhe enchendo de beijos e amor.
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Quase Sem Querer
RomanceKatherine Bathory tem 17 anos, é alemã, dançarina de balé clássico e está no último ano do ensino médio. Ela leva uma vida antissocial e sem muitas expectativas para o futuro, exceto pelo seu sonho de ser bailarina profissional. Castiel Watson era o...