Eram por volta de 17h da tarde quando houveram batidas incansáveis em sua porta. Katherine se levantou do sofá meio atordoada e sonolenta e foi atender a porta.
Não era nenhuma surpresa que fosse Castiel.
– Entra – Ela falou apenas abrindo a porta e indo de volta para o sofá.
Castiel entrou e fechou a porta atrás de si.
– O monstrinho da fome passou por aqui? – ele murmurou ao chegar à sala e encontrar várias embalagens de lanches. – E quanto a sua dieta?
– Que se foda a dieta – ela murmurou.
– Nada disso, senhorita – ele arrancou o pacote de doritos da mão dela. – Esse corpinho de bailarina é difícil de manter, anda, levanta essa bunda daí e vai arrumar essa casa.
Ela lhe olhou de soslaio.
– Se está tão incomodado, arruma você.
– Para de infantilidade, Cat – ele rolou os olhos. – Sei que você é bem melhor do que isso.
Katherine riu amargamente.
– A última coisa que eu preciso é dos seus elogios de efeito pra me acalmar – disse friamente.
Castiel soltou um suspiro pesado.
– Tudo bem, já que você quer assim....
Em um movimento muito rápido, Castiel pegou Katherine e a jogou em cima de seu ombro como se ela fosse uma boneca de pano.
– Ei, me põe no chão! – ela esbravejou batendo contra as costas dele com os punhos cerrados.
Ele simplesmente a ignorou e subiu as escadas com ela, como se seu peso fosse desprezível. Castiel abriu a porta de seu quarto e a colocou no chão quando entraram. Ele pegou um dos travesseiros que estavam sobre a cama dela e segurou usando as duas mãos.
– Muito bem, quero que você soque esse travesseiro até não aguentar mais – ele disse.
Katherine lhe encarou com uma cara de interrogação.
– Quê?
– Só faça o que eu digo, dicas de uma pessoa que frequenta terapia.
Katherine andou em círculos, mas logo parou e encarou o travesseiro, como se ela possuísse visão laser, capaz de incinerar o item em segundos. Então ela deu o primeiro soco, o segundo, o terceiro e percebeu que aquela sensação era ótima, era como se ela estivesse colocando sua raiva para fora. Então ela continuou, com socos repetitivos e cada vez mais fortes.
Ela tinha raiva de si, tinha raiva de Helena, tinha raiva de George, tinha raiva de sentir tanta raiva.
Katherine rangeu e cerrou os dentes, acertando um belo soco no travesseiro.
Mas logo percebeu que não havia apenas raiva dentro dela. Ela logo percebeu que havia um cara legal segurando aquele travesseiro e tentando lhe fazer ficar melhor. Ele se importava com ela, ele ignorou até sua grosseria gratuita e, mesmo assim, ele estava ali ajudando, querendo o melhor para ela.
Katherine sentiu tanta frustração naquele momento que seus socos diminuíram de intensidade, ela caiu de joelhos no chão e começou a chorar. Castiel abaixou o travesseiro e se sentou ao lado dela.
– Vamos lá garota, chora mesmo, bota pra fora – ele acariciou os cabelos dela com delicadeza.
Katherine pulou em cima dele, lhe dando um abraço, agradecendo aos céus por tê-lo ali com ela, percebendo o quão ele lhe fazia bem.
– Desculpe – ela murmurou com a voz rouca.
– Está tudo bem – ele disse segurando o rosto dela entre as mãos e secando suas lágrimas. – Agora venha, levante-se, vá lavar esse rosto e vamos dar um jeito nessa casa.
Ela fungou, assentiu e se levantou, indo para o banheiro lavar seu rosto choroso.
Depois de ter dado uma boa lavada no rosto, Castiel lhe ajudou a arrumar aquela bagunça que ela havia deixado pela casa e também ajudou com as lições de matemática.
Não demorou muito até que ela começasse a colocar para fora toda aquela besteira que havia comido, seu corpo estava acostumado com uma dieta equilibrada e ela havia ingerido uma grande quantidade de gordura, seu estômago não estava acostumado com esse tipo de comida.
Logo em seguida, Castiel foi super gentil ao lhe preparar um chá com torradas para que ela não ficasse tão enfraquecida.
Depois de a casa estar arrumada, suas tarefas em ordem e de ela estar devidamente alimentada, Katherine e Castiel assistiram a um filme de suspense que passava na TV. Luke também se juntou a eles, se acomodando no colo de Katherine e voltando a dormir.
– Cas, obrigado – ela murmurou baixinho.
– Eu não suportaria a ideia de ver você se maltratando por causa de uma briga idiota. Tá tudo bem, Cat, todo mundo se mete em briga uma vez na vida – Ele disse dando um beijo na bochecha dela. – E ainda há mais uma sessão de terapia pela qual você precisa passar.
– Ei, eu já estou legal – ela insistiu.
– Eu não quero que você fique só "legal". Quero a Katherine que ri do meu sarcasmo e não fala com esse tom desanimado.
Ela esboçou um riso.
– E que tal terapia é esta?
Castiel tirou Luke do colo dela e o colocou delicadamente no chão.
– Das cócegas.
Ele afagou a mão na cintura de Katherine e ela logo começou a rir e se debater no sofá, era uma região muito sensível e ele sabia bem disso.
Katherine caiu deitada no sofá e ele continuou lhe fazendo cócegas mesmo com os insistentes pedidos para que parasse. Ela tentou segurar as mãos dele, mas foi ela quem acabou sendo pega. Castiel segurou suas mãos e as prendeu, esticando os braços dela acima do sofá e cessando o ataque de cócegas.
Ela arfou, recuperando o ar entre as risadas e não conseguiu desviar os olhos dele. Castiel lhe olhava com um misto de devoção e desejo, como se estivesse se contendo, pedindo permissão para avançar para um beijo. Katherine assentiu levemente com a cabeça, estava com os lábios entreabertos, esperando pelo momento em que tocaria os lábios dele mais uma vez.
Castiel soltou seus pulsos e abraçou seu corpo, dando-lhe liberdade para que passasse as mãos por onde quisesse.
Então Katherine teve a sua vingança, atacando a cintura dele com as mãos, fazendo-o se afastar entre as risadas. Os seus lugares no sofá se inverteram e Katherine sentou-se sobre ele enquanto lhe fazia cócegas.
Ela não demorou muito até que parasse o ataque, jogasse o cabelo para o lado e o beijasse. As mãos de Castiel pousaram sobre o quadril dela e a puxaram em sua direção, dando mais calor ao beijo.
– Essa é a Katherine que eu queria – ele disse se separando devagar.
– Uma Katherine ativa? – ela brincou.
– Uma Katherine vivida, que ri e faz piadas. Uma que eu gosto muito.
Ela sorriu corada e lhe deu muitos beijos pelo rosto, pois ele mais do que merecia uma recompensa por fazê-la sentir-se tão bem.
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Quase Sem Querer
RomanceKatherine Bathory tem 17 anos, é alemã, dançarina de balé clássico e está no último ano do ensino médio. Ela leva uma vida antissocial e sem muitas expectativas para o futuro, exceto pelo seu sonho de ser bailarina profissional. Castiel Watson era o...