Depois de, literalmente, arrancar seu caderno de músicas das mãos de Katherine, Castiel e ela desceram para a sala, pois, depois de uma breve discussão, resolveram assistir a primeira trilogia de Star Wars.
- Quer me ajudar a preparar um lanche? – ele perguntou-a. – A final, a prendada que sabe fazer comida aqui é você.
Ela lhe lançou um olhar de desdém com os olhos semicerrados.
- Palhaço – ela murmurou.
Castiel riu.
- O que é que eu falei demais? Ou de menos, senhorita independente?
Ela balançou a cabeça com um riso.
- Vamos logo fazer esse lanche.
Então eles foram para a cozinha fazer um lanche. Katherine fez um chocolate quente maravilhoso enquanto ele apenas achou um pacote de biscoitos no armário e os colocou em um prato.
- Eu já volto – ele falou saindo da cozinha.
Katherine serviu o chocolate em duas canecas e estava levando o lanche para a sala quando ouviu um som incomum:
Miau.
Aquilo havia sido um miado?
Mas eles não criavam gatos, pois Miley tinha alergia. Ela levou o lanche para a sala e voltou para a cozinha procurando o som.
Miau!
O animal insistiu. Então ela percebeu que o som vinha da janela da cozinha e se apressou para a mesma.
E lá estava o coitadinho.
Um gatinho pequenino e branco, todo enlameado, encharcado pela chuva e clamando desesperadamente para que alguém lhe tirasse daquela chuva. Katherine saiu correndo pela porta da cozinha e tomou uma chuva boa, mas conseguiu tirar o gatinho do meio da tempestade.
A pequena criaturinha se aninhou nos braços quentinhos do casaco dela sem protestos. Katherine sentou-se no chão da cozinha com ele e tirou seu casaco para secar o pêlo do gatinho com o verso de sua blusa de frio.
- Oh, coisinha fofa – ela murmurou baixinho. – Está tudo bem.
- Katherine?
Ela se voltou para trás e viu Castiel lhe encarando com um olhar confuso.
- Parece que temos companhia – ela falou mostrando o pequeno gatinho para Castiel.
Ele ergueu as sobrancelhas.
- Onde você achou esse gato?
- Ele estava tomando chuva lá fora, não podia deixar o coitadinho lá – ela falou e se voltou para o animal. – Não é, bebê? – ela fez carinho na barriga do gatinho que ronronou e miou.
- Ele deve estar com fome – Castiel falou se dirigindo para a geladeira e tirando o vaso de leite de lá.
Ele colocou um pouco de leite diluído em água numa panelinha e aqueceu no fogo. Depois, ele colocou o leite em uma tigelinha de plástico e se sentou perto de Katherine no chão da cozinha. Ela aproximou o gatinho da tigela de leite e ele aceitou, afoito e cheio de fome.
- Coitadinho – ela falou acariciando o pelo ainda úmido dele. – É um gato angorá.
Castiel franziu o cenho.
- Um gato o quê? – ele perguntou.
- Angorá é uma raça de gato. Tipo um gato com heterocromia, tendo ele um olho verde e outro azul – ela explicou.
- E o que faremos com ele? Ele não pode ficar aqui, por causa da Miley. – Castiel lamentou.
- Vou levá-lo para casa – Katherine decretou.
- Já pensou num nome?
- Eu estava pensando em Merlin – ela falou. – É um menino.
Castiel torceu um bico.
- Não, Merlin é muito estranho para um gato – ele disse. – Que tal Drácula?
Katherine riu.
- Engraçadinho – ela disse. – Frodo!
- Não, tem que ser algo memorável, como Legolas.
Katherine negou com a cabeça e ele teve até que concordar. Eles ficaram pensativos e então se entreolharam e falaram em uníssono.
- Luke!
Eles riram.
- O pequeno Luke Skywalker – Katherine anunciou.
O gato tinha um olho verde e outro azul, como os olhos de Katherine e Castiel.
Depois que o gatinho, agora nomeado Luke, fez sua refeição, Katherine e Castiel foram para a sala, para assistir ao filme. Ela foi até o quarto de Miley e pegou o secador de cabelo da garota para secar Luke. Ele deu algumas mordidinhas de brincadeira no All Star de Katherine e depois dormiu no tapete aconchegante da sala.
Foi apenas o tempo de Castiel colocar o DVD no aparelho e a luz elétrica caiu.
- Porcaria – ele murmurou.
- Pelo menos ainda temos chocolate e biscoitos – Katherine falou.
Eles ficaram sentados no sofá, conversando e lanchando. Ambos estavam tão familiarizados um com o outro que nem pareciam que haviam se beijado na noite passada. E isso era bom, pois não ficavam em uma situação estranha ou desconfortável.
Se há dois meses dissessem para Katherine que ela estaria matando aula e tomando chocolate quente com Castiel Watson, ela provavelmente riria até que sua barriga começasse a doer.
Mas aquele momento era bem real.
- Katherine, eu acho que você é a pessoa mais bonita interior e exteriormente que eu já conheci na vida – ele falou.
Katherine sorriu fitando o chão e agradecendo a Deus por ele, provavelmente, não estar vendo seu rosto vermelho.
- Castiel, você sabe que eu fico sem graça quando você fala essas coisas – ela o lembrou.
Ele sorriu ladino para ela.
- Mas é essa a intenção, no bom sentido, é claro.
- E há um bom sentido em deixar uma pessoa sem graça? – ela atacou.
- Há sim, principalmente quando se trata de você que fica linda quando está sem graça.
Merda, como ele era fofo.
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Quase Sem Querer
RomanceKatherine Bathory tem 17 anos, é alemã, dançarina de balé clássico e está no último ano do ensino médio. Ela leva uma vida antissocial e sem muitas expectativas para o futuro, exceto pelo seu sonho de ser bailarina profissional. Castiel Watson era o...