Nicolas, Anelise e sua mãe foram embora no domingo à noite, pois todos tinham que trabalhar e estudar na segunda-feira. Mas, para Katherine, não importava o pouco tempo que eles haviam ficado, aquela havia sido a melhor festa de aniversário da sua vida.
O melhor presente que havia ganhado não foram os games de Anelise, nem as roupas dadas de Nicolas, muito menos os mimos de sua mãe, mas sim o fato de todos estarem ali unidos, firmes e fortes como uma verdadeira família.
E, bem, o segundo melhor presente? Para Katherine, apenas certo nome poderia responder: Castiel.
Ah, Castiel...
Seu lance com Castiel estava sendo tão perfeitinho, bonitinho, fofinho, tão cheio de diminutivos que ela até achava que vivia em um conto de fadas clichê. Mas não, a vida estava lhe sorrindo depois de tanto tempo e ela não era idiota de não abraçar aquele momento.
Porém eles ainda não haviam assumido nada. Não que Castiel não quisesse, o fato era que Katherine não queria. Ela disse em explícitas e claras palavras que não seria troféu para que ele ficasse ostentando por aí. E ele riu muito dessa resposta, mas respeitou a decisão dela.
Enfim, eles continuariam meio que mantendo a relação em uma espécie de segredo, como se fossem amigos com benefícios. Mas era completamente evidente que algo muito maior estava nascendo entre os dois.
Segunda-feira chegou e Katherine foi para a escola com um sorriso mais luminoso de toda a galáxia, como Castiel havia dito só para vê-la ficar sem graça com os elogios cheios de hipérbole e metáforas. Eles sentaram perto um do outro na aula de matemática e ele ajudou-a um pouco a entender o assunto.
Não que Katherine não entendesse matemática, ela entendia, só tinha uma leve dificuldade na hora de colocar os valores nas fórmulas. Já Castiel, fazia as contas na velocidade da luz e deixava Katherine confusa.
Naquela tarde, eles dois saíram juntos para irem comer comida japonesa.
Eles continuavam se comportando como bons amigos, o que eles realmente eram. E isso era bom, pois eles não se sentiam estranhos em relação um ao outro.
Isto até que as piadas de segundas intenções e frases com duplo sentido começassem a brotar na conversa de repente. O mais incrível, era que essas frases saíam de forma tão espontânea e natural que eles mal percebiam que haviam falado merda.
Como Castiel fez quando eles estavam falando sobre Drácula.
– Bem que eu gostaria de ser Drácula para poder dar umas mordidas em você. – disse.
Não havia soado mal no começo, pois ele havia dito aquilo sem qualquer tom de malícia na voz. Mas ambos logo pararam para avaliar a frase e perceberam como aquilo soava mal.
– "Oh não, Jonathan Harker, me ajude" – ela fez encenando uma das personagens da obra.
Eles soltaram uma gargalhada juntos e Castiel ficou feliz em ter se aproximado daquela garota.
Katherine suspirou.
– Está ficando tarde. É melhor eu ir e arrumar meu material para ir ao balé – ela disse.
– Tudo bem, senhorita.
***
– Vou te levar ao balé hoje – ele decretou assim que chegaram à casa dela.
Katherine teve que rir.
– Tá de brincadeira? O que as pessoas vão achar se te virem comigo? – ela disse.
– "Olhem como aquela garota é sortuda" – ele imitou uma voz fina como a de uma garota fazendo Katherine rir.
– Você não é nem um pouco convencido – ela falou sarcasticamente.
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Quase Sem Querer
RomanceKatherine Bathory tem 17 anos, é alemã, dançarina de balé clássico e está no último ano do ensino médio. Ela leva uma vida antissocial e sem muitas expectativas para o futuro, exceto pelo seu sonho de ser bailarina profissional. Castiel Watson era o...