Capítulo 36

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– Katherine? Você vai lá pra casa hoje?

– Vou sim, por quê?

– Nada não, é que eu vou chegar um pouco mais tarde hoje. Aí você me espera, o Tony vai estar lá.

– Tudo bem, tchau.

Katherine encerrou a chamada de Genevive e foi terminar de arrumar a sua mochila da escola.

Era uma sexta-feira, dia de ir para a casa de sua amiga Genevive.

Foi o tempo de ela apanhar uma banana na fruteira e uma buzina soou na frente de sua casa.

– Tchau, mãe – ela deu um beijo na bochecha de sua mãe que estava sentada à mesa – Mais tarde vou para a casa da Gen.

– Tchau, Cat. Vê se não volta muito tarde e qualquer coisa liga que eu vou te buscar. Odeio o jeito como George dirige.

Katherine revirou os olhos e saiu.

– Tá.

Era uma bela tarde de outono, San Francisco era uma terra abençoada pelo seu clima ameno e litorâneo.

No carro estava um rapaz loiro, com a pele bronzeada pelo sol e olhos claros como o mar.

– Oi, bom dia – falou ainda sorridente dando um selinho no rapaz.

– Hoje o dia está uma droga – Ele murmurou, abatido, passando a marcha e seguindo pela rua.

– O que houve, George?

– O coroa vem me ver hoje – Ele disse com desgosto em seu tom de voz.

– George, ele é seu pai, não fala assim – Ela o repreendeu.

Ele deu uma risada de deboche.

– Você não entende, Katherine – Ele disse já direcionando o carro até o estacionamento da escola e procurando por uma vaga.

– Se você se abrisse mais comigo, eu entenderia – Katherine murmurou.

Ele desligou o carro e voltou os olhos castanhos intensos para ela.

– Não é essa a questão – Ele disse - E você nem tem pai.

Katherine abriu a boca para retrucar algo, mas as palavras não lhe vieram. Um nó se formou em sua garganta e ela lutou contra as lágrimas que se acumularam em seus olhos.

– Me responde uma coisa: se você não gosta de mim, por que não quer terminar e acabar logo com isso? – Ela perguntou indignada, mas, principalmente magoada.

– Ah, nem começa com seu drama – Ele disse balançando a mão no ar.

Ela engoliu toda a mágoa e ódio entalados em sua garganta, soltou o seu cinto e saiu do carro, batendo a porta com força.

O rapaz logo lhe seguiu, entre resmungos e praguejos.

– Ah, espera aí, Caterine – Ele a puxou pelo braço, mas ela se soltou.

– O que você quer? Vai lá com seus amigos que te conhecem mais do que eu. Não sou mais a sua namorada – Ela falou com um olhar mortal.

– E você acha que pode decidir alguma coisa? – George retrucou com um tom de deboche.

Ela se desvencilhou das mãos dele e lhe deu o dedo do meio.

– Vai se ferrar – Ela disse e deu as costas e saiu pisando forte pelo estacionamento.

Quase Sem QuererOnde histórias criam vida. Descubra agora