— Bem, acho que isso responde à pergunta sobre você ver apenas os mortos — veio uma voz alegre e animada atrás de Isabella. Ela ainda estava caminhando, mas agora não estava mais com os pés afundados na neve do Alasca.
Agora, Isabella estava andando pelas ruas supostamente desertas de Roma, com um céu nublado acima de sua cabeça e o som de passos saltitantes se aproximando por trás. Estava usando uma roupa nova — de novo. Desta vez, um vestido informal desenhado por sua irmã. Um vestido de verão em tons de verde escuro, com detalhes em preto e branco.
— Gostei do seu vestido — Alice riu ao alcançá-la, os pulinhos transformando-se no seu famoso andar fora de ritmo enquanto igualava a velocidade de Isabella. — Preciso saber onde conseguiu para que eu possa elogiar a designer.
— Você sabe muito bem que foi você quem desenhou este, Pix — disse Isabella, esboçando um sorriso apesar das emoções turbulentas que Tanya tinha despertado nela.
— Então, todos os elogios para mim, imagino! — Alice disse, com um sorriso malicioso estampado no rosto. — Parece que sou bem talentosa.
— A melhor — concordou Isabella, assentindo.
O silêncio voltou a reinar, mas Alice não conseguiu mantê-lo por muito tempo e o quebrou.
— Eu também sinto sua falta, sabia? — disse ela baixinho. — Estou por aí, em algum lugar. Eu sei que estou. Cuidando de você. E sinto sua falta com todo o meu coração.
Isabella parou de andar. Apertou e soltou os punhos várias vezes, fechando os olhos e tentando conter as lágrimas. Parte de ser uma vampira era que ela não deveria mais ter que chorar, caramba.
Quando sentiu um par de braços pequenos e familiares ao redor de sua cintura e uma cabeça se encaixar perfeitamente contra seu peito, seu esforço se desfez, e seus olhos voltaram a arder. Lágrimas escorreram por suas bochechas, acumulando-se em seu queixo antes de caírem sobre o vestido. Ela envolveu os braços ao redor da irmãzinha.
— Ainda me incomoda o fato de você me considerar sua irmãzinha só porque sou baixinha — veio a voz abafada e muito ofendida de Alice.
— Você é minha irmãzinha porque, apesar de ser várias décadas mais velha, eu sou a madura entre nós — murmurou Isabella. Então, sorriu em meio às lágrimas e se inclinou para beijar o topo da cabeça de Alice. — E porque você é baixinha.
Alice apenas bufou de forma muito dramática e apertou o abraço.
— Você é real ou só mais uma coleção de memórias? — sussurrou Isabella.
— Um pouco da coluna A, um pouco da coluna B — Alice disse em voz baixa. — Minha forma e tudo o que me compõe estão vindo de você. Mas há uma faísca de algo diferente em mim também. Algo vindo de Fora.
— Da minha Alice? — perguntou Isabella, sabendo que, se seu coração ainda batesse, teria pulado várias batidas.
Um aceno hesitante, e Isabella começou a tremer intensamente.