Com amor, Chishiya

EP 5

YUMI

22:09

Voltei pra casa depois de mais um dia de trabalho, foi tão cansativo...
Eu não aguento mais viver, não vejo mais sentido...

Agora, vou até a gaveta procurar algo afiado pra me cortar, acabar com essa dor, dormir pra sempre, mas acabo encostando em um papel, a letra escrita a mão, parecia uma carta, estava escrito meu nome, não pude deixar de abrir e a ler...

"Olá Yumi, nunca fui capaz de te dizer isso pessoalmente por isso hoje te escrevo essa carta.
Sei que não se lembra de mim mas eu me lembro de você muito bem. Tudo que a gente viveu foi inesquecível, não tinha como eu me esquecer de você.
Se eu soubesse que tudo mudaria eu teria feito de tudo pra ficar com você por mais um tempo.
Sei que está seguindo sua vida e fico feliz por você apesar de sempre estar desejando que fosse eu com você.
Me lembro até hoje de como eu fui feliz do seu lado, foi com você que aprendi a amar, muito obrigada Yumi.
Eu ainda não deixei de te amar mesmo agora, e nunca te disse isso antes então agora eu posso finalmente te dizer. Eu te amo Yumi, eu jamais vou deixar de te amar, eu nunca conseguirei encontrar as palavras certas para dizer oque sinto exatamente por você, porque o quanto eu te amo não dá pra explicar.
Talvez em outra vida eu te faça ficar...
Eu sinto sua falta, e espero que você
fique bem.
Com amor, Chishiya"

A cada linha, algo em mim se partia.
Quem era essa pessoa que parecia me conhecer tanto? Que dizia me amar de uma forma tão profunda? Eu não me lembrava de nada, mas as palavras pareciam tão reais. Tão reais que era impossível ignora-las

Eu não sabia quem era ele, mas, derrepente, parecia que eu o conhecia.
Ou talvez quisesse conhece-lo.

Por mais que fosse um pedaço de papel, a carta me segurou. Literalmente. Eu estava a um passo de desistir de tudo, mas algo me fez sentar no chão, com a carta, minhas mãos tremendo.

Yumi - quem é você?... Por que... Por que escreveu isso? Será que eu já fui importante assim pra alguém? Será que... ainda sou?

Eu dobrei a carta e a guardei. Pela primeira vez em meses, algo brilhou no escuro. Não era felicidade, nem alívio. Mas foi o suficiente pra me acalmar e talvez dar mais alguma chance à vida...

CHISHIYA

Eu e Rina estávamos saindo há 2 meses.
Bem... Surpreendente decidi pedir ela em namoro.
Em um sábado...

Escolhi um lugar tranquilo para fazer isso. Um jardim botânico que ela já mencionou que gosta. Era discreto, calmo, sem muito barulho.

14:32

Ela estava animada, comentando sobre cada flor que reconhecia. Parecia tão a vontade ali, como se o mundo inteiro desaparecesse quando estava rodeada por aquilo que amava.

Rina - essa é minha favorita.

Ela disse, apontando para uma planta qualquer. Eu nem sabia o nome, mas assenti, como se estivesse anotando mentalmente. A verdade é que só estava esperando o momento certo.

Paramos em um banco de madeira, cercado por um pequeno campo de margaridas.

Rina - engraçado que essas flores estão sempre aqui.