EP 35

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YUMI

No caminho de volta do cemitério, Chishiya parou em uma conveniência.

Chishiya - espera aqui.

Disse casualmente, saindo do carro antes que eu pudesse responder.
Fiquei olhando pela janela enquanto ele entrava. Não demorou muito e ele voltou com uma sacola cheia. Ao abrir a porta, colocou tudo no meu colo: onigiris, chocolate, biscoitos e uma garrafinha de suco.

Chishiya - achei que comida ajudaria com sua... Personalidade adorável.

Ele disse, com um leve sorriso de canto.

Yumi - você tá tentando me animar?

Perguntei, levantando uma sobrancelha.

Chishiya - não. Só não quero que você desmaie de fome na minha casa.

Ele deu partida no carro e seguimos em direção à casa dele.

Quando chegamos, colocamos as comidas na mesa e então começamos a comer. Embora eu não estivesse com muito estômago, dei alguns goles no suco e umas mordidas no onigiri. Apesar de tudo, estava estranhamente reconfortante ficar ali.

Porém, o momento de paz foi interrompido por batidas na porta. Chishiya se levantou para atender, e fiquei sentada, mexendo no copo com suco.

Pela fresta da porta aberta, ouvi uma voz feminina. Uma enfermeira, aparentemente, que trabalhava no mesmo hospital que Chishiya.

- oi, Chishiya! Vim trazer os papéis das suas férias, como o chefe pediu.

Algo no olhar dela parecia estranho, ela o olhava de um jeito... Quente. Os olhos fixos nele e um sorriso exagerado.
E, quando entregou os papéis, sua mão tocou a dele de um jeito que parecia... Intencional.
Minha garganta apertou.

Chishiya - obrigado.

Ele respondeu em um tom amigável que me irritou.

- posso entrar um pouco?

Perguntou, ainda com aquele sorriso cheio de segundas intenções. Chishiya balançou a cabeça de leve.

Chishiya - não vai dar, tenho visita.

Ela lançou um olhar breve para dentro da casa, mas não pareceu se intimidar.

- tudo bem. De qualquer forma, queria dizer que você tem feito um trabalho incrível no hospital, sinto sua falta lá.

Chishiya - obrigado.

Ele respondeu, com o mesmo tom amigável de antes. Eles conversaram por mais um tempo sobre como o hospital era sem graça sem ele lá.

Cada palavra que eu ouvia, fazia meu sangue ferver. Aquela mulher claramente queria algo mais do que apenas entregar papéis, e Chishiya não parecia perceber, ou pior, percebia mas não se importava.

Quando ele finalmente fechou a porta e voltou para a cozinha, meu humor já tinha despencado completamente.

Yumi - quem era?

Com amor, Chishiya Onde histórias criam vida. Descubra agora