Com amor, Chishiya

EP 8

YUMI

Acordei com a luz do sol forte batendo em meu rosto, oque me fez virar para o outro lado. Tudo estava meio embaçado, e por algum momento, me perguntei se aquilo era real. Os lençóis brancos, a cama de hospital... Tudo.

Lembrei vagamente do que havia acontecido antes de eu... Tentar aquilo.
Minha cabeça doía, meu pulso e meu braço também doíam.

De repente, a porta se abriu lentamente.
Uma enfermeira entrou, carregando uma bandeja com comida. Ela me olhou e deu um sorriso profissional.

- bom dia.

Disse ela com uma voz calma, colocando a bandeja em uma mesa ao lado da cama.

- como você está se sentindo?

Eu queria dizer algo, mas não tinha muita força pra falar...

Yumi - eu... Não sei.

Murmurei, minha voz saindo rouca, como se eu não falasse há dias.

Ela não parecia surpresa com minha resposta.
Ela colocou um copo d'água ao meu lado e fez um gesto para que eu comesse.

- você precisa se alimentar. Vai se sentir melhor.

Eu olhei para a comida, mas a visão me fez sentir mais enjoada. Eu sabia que deveria comer, mas não sentia a menor fome.

A enfermeira olhou pra mim e tentou ser mais gentil

- não se preocupe. Eu posso te deixar descansar depois, mas é importante que você coma.

Ela saiu do quarto, deixando-me sozinha de novo. Eu olhei pra comida algumas vezes antes de pegar o copo d'água.

QUEBRA DE TEMPO

Voltei pra casa, fiquei 1 semana no hospital, tive acompanhamento com psicólogo mas não ajudou muito.

Quando cheguei em casa, o mesmo silêncio de sempre. No hospital não era o melhor lugar mas pelo menos eu tinha comida, água, pessoas ao meu redor. Agora, estou desempregada, não tenho mais nada.

Era uma segunda-feira, decidi tentar procurar algum emprego.

Sai de casa, estava um sol mais leve agora.
Andava pelas ruas de Tóquio, meus olhos percorriam as vitrines das lojas.

Já estava cansada, quando derrepente vi uma loja dizendo "estamos contratando", era uma loja de roupas, as roupas eram bem bonitas, pelo que vi pela vitrine.
Respirei fundo e entrei.

O cheiro de novo dos tecidos invadiu minha respiração.
Estava vazio, mas, derrepente ouvi uma voz feminina familiar.

Kuina - ei, você está perdida ou veio mudar seu estilo?

Era Kuina, com aquele sorriso amigável nos lábios.

Yumi - na verdade... Vim procurar emprego.

Ela arqueou a sombrancelha, curiosa.

Kuina - emprego? Mas você não trabalhava naquela floricultura?