Enquanto eu avançava pelo corredor principal, vi Declan descendo as escadas com passos largos e apressados. Meu coração disparava a cada segundo, o medo e a ansiedade tomando conta de mim.
— Senhora, por favor, tenha cuidado — alertou Matilde, a preocupação estampada em seu rosto. — Não deve se submeter a emoções tão fortes, isso pode prejudicar os bebês.
Segurei suas mãos com suavidade, tentando tranquilizá-la e a mim mesma.
— Estou bem, Matilde. Obrigada por se preocupar — respondi, oferecendo um sorriso leve, mesmo que meu coração estivesse em um turbilhão.
Ao descer a escada e me aproximar da porta principal, senti um frio percorrer minha espinha. Do lado de fora, Helena segurava Roman no colo, enquanto Luna agarrava-se a sua perna, o olhar da menina oscilando entre o medo e a confusão, sem entender o que se passava.
— Eles são meus filhos! — Helena gritava, a voz carregada de desespero e ódio. — Vocês não podem me manter longe deles!
— Devolva minha filha, porra! — Cassius rugiu, o tom ameaçador como uma faca que rasgava o ar.
Luna, inocente, olhou para ele com um franzir de sobrancelhas.
— Papai, não pode falar nome feio. A mamãe voltou e trouxe meu irmãozinho — disse, com uma doçura que só fazia aumentar a tensão do momento.
— Seu papai não me quer mais, querida — Helena sussurrou, venenosa, seus olhos fixos em mim como uma cobra prestes a dar o bote. — Ele prefere aquela moça que mora aqui com vocês.
Luna, sem perceber o peso das palavras, replicou com uma inocência quase dolorosa.
— A sereia? Ela é legal, ela cuida de mim.
Helena tentou abrir a porta do carro, mas Declan interveio rapidamente, segurando-a pelo braço com firmeza.
— Chega, Helena! — Sua voz era um misto de autoridade e exaustão. — Você não vai levar nossos filhos. Eles são nossos, são Lion. Pertencem à nossa família.
Helena o encara com um olhar incrédulo e magoado.
— Você está me machucando — murmurou, baixinho.
Luna, vendo a cena, se contorceu, a vozinha carregada de angústia.
— Titio, você está machucando minha mamãe?
Foi quando ouvi carros chegando. Os portões da mansão se abriram e, rapidamente, veículos oficiais adentraram a propriedade. Em um dos carros, vi a inscrição “Child Protective Services (CPS)”, de onde desceu um homem com uma pasta. Do outro lado, desceu Ethan, impecável em seu terno, exalando confiança e autoridade.
— Bom dia — Ethan saudou, a voz calma, mas firme. — Podemos entrar? Temos assuntos importantes a tratar.
Declan olhou em volta, claramente tentando compreender o que estava por vir.
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Refém dos Leões
RomantikEla deseja, acima de tudo, a liberdade. Eles só querem vingança pela morte precoce de sua esposa. Rosalie Sinclair, determinada a fugir dos abusos de seu tio, vê em seu casamento com Hugo Dubois, um magnata poderoso, uma possível saída. No entanto...