🥀 Capítulo 09 🥀

2.1K 218 47
                                    

Abro meus olhos, sentindo minha cabeça um pouco pesada e dolorida, reconheço que estou no mesmo lugar de antes, meu cubículo de prisão, onde me tornei refém dos leões

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Abro meus olhos, sentindo minha cabeça um pouco pesada e dolorida, reconheço que estou no mesmo lugar de antes, meu cubículo de prisão, onde me tornei refém dos leões.

Minha única companhia é o leão de juba marrom escura que está deitado próximo à vidraça, sendo assustadoramente lindo. O outro leão de juba mais clara não se aproxima, fica sempre deitado a uma distância considerável, porém, ele parece sempre me vigiar.

Nesses últimos dias, trancada aqui, perdi um pouco do medo e me aproximei da janela blindada e passei a conversar com o grande felino. Às vezes, penso que estou enlouquecendo, pois a solidão, unida à desesperança, acaba com qualquer pessoa.

O ranger da porta anuncia que alguém se aproxima, era ele, o brutamonte desgraçado.

— Deixe a bandeja ao lado da cama — Declan ordena a moça de cabelos claros, que sempre traz minhas refeições.

A pobre funcionária deixou a bandeja e rapidamente se retirou, fechando a porta.

— Coma a sua refeição — ordenou friamente.

Virei minha atenção até o leão próximo à vidraça.

— Não quero comer, estou sem fome.

Percebo ele bufar ao meu lado.

Logo, o meu rosto foi agarrado com fúria.

— Não é um pedido, é uma ordem. Alimente-se! — Soltou minha face. — Você acabou de sofrer um aborto, precisa se alimentar.

 Há 16 anos sobrevivo um dia de cada vez. Já me aconteceram tantas coisas que não gosto de lembrar, pois ainda não sou forte o suficiente. Porém, jamais imaginei estar grávida, achava que os anticoncepcionais seriam o suficiente para não gerar um filho dos seguidos abusos cometidos por meu desprezível marido. 

— Por que não me deixou morrer nas garras dos leões? — perguntei sem o olhar.

Ele pegou a bandeja, colocando-a sobre minhas pernas.

— Coma, garota estúpida!

Sinto toda a chateação tomando conta do meu corpo. Esse brutamonte sem educação consegue fazer isso facilmente.

— Já disse que estou sem fome. Não quero comer! — Empurrei o abjeto.

Ele bufa de raiva, pegando a bandeja.

— Minha paciência com você acabou! — trovejou.

Como se ele tivesse tido algum dia.

Ele colocou a bandeja na mesa de cabeceira e retirou a proteção, um cheiro maravilhoso de ervas finas invadiu o cubículo. Então, percebi que se trata de Bouillabaisse a combinação perfeita de peixes, frutos-do-mar, ervas, tomate, alho e açafrão. Que acaba criando um caldo muito saboroso e aromático. Um prato tradicionalmente francês.

Refém dos Leões Onde histórias criam vida. Descubra agora