Ela deseja, acima de tudo, a liberdade.
Eles só querem vingança pela morte precoce de sua esposa.
Rosalie Sinclair, determinada a fugir dos abusos de seu tio, vê em seu casamento com Hugo Dubois, um magnata poderoso, uma possível saída. No entanto...
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Por mais desesperada que eu esteja, clamando por informações, o olhar do cruel não está voltado para meu rosto e sim para os meus seios, e ele não faz questão nenhuma de disfarçar. Fazendo a loira ao seu lado franzir a sobrancelha, cruzando os braços com o rosto vermelho de aborrecimento.
— Declan, por favor. — Minha voz soou mais calma.
— Sua tia está realmente desaparecida. Faz pouco mais de um mês que nenhum vizinho tem notícias dela.
— Hugo está com minha tia. Ele fez questão de pôr ela na linha para falar comigo…
Só então percebi que a loira ainda estava ali. Voltei minha atenção para ela.
— Você pode nos dar licença?
Não desejava falar sobre meus assuntos pessoais na frente dela.
A moça ergueu uma sobrancelha, um sorriso ladino nos lábios, como se estivesse se divertindo com a minha audácia.
— Senhor Lion? — indagou, os olhos fixos em Declan, que permanecia impassível, com as mãos postas sobre as coxas.
— Saia, por favor. Preciso conversar a sós com o seu chefe. — Respirei fundo, não acreditando que direi isso — Afinal, sou ou não, a senhora Lion? — Olhei nos olhos de Declan, que me fitava com um brilho de satisfação.
— Você não ouviu sua senhora? Saia! — ordenou, rispidamente.
A loira, com o rosto ruborizado, lançou um olhar fulminante para mim antes de pegar sua bolsa no aparador e caminhar rangendo os dentes em direção à saída.
— Marcando território, feiticeira? — repuxa a boca com um meio sorriso convencido.
— Não gosto dela, pois sempre me trata com desdém quando tem oportunidade, só devolvi um pouco do tratamento.
Ele se levantou, deslizando os olhos por mim com intensidade. A cada passo, a distância entre nós diminuía, até que me vi aprisionada entre ele e a mesa fria.
— Carly já te destratou? Quando isso aconteceu?
Revirei os olhos, sentindo o aroma que nos envolvia ser tão intenso quanto sua personalidade. Um coquetel amadeirado e especiado, com notas de cedro e pimenta-preta, que se misturava ao cheiro de tabaco, como uma névoa densa e persistente.
— Realmente se importa? Você é a pessoa que mais me trata com desdém.
Em um toque suave, sua mão moldou meu rosto, enquanto seus olhos se perderam nos meus, em um breve e intenso encontro que me fez prender a respiração.
— Declan?
Com um pigarro discreto, ele se afastou, criando uma pequena distância entre nós enquanto retomava seu lugar atrás da mesa de mogno.
