Ela deseja, acima de tudo, a liberdade.
Eles só querem vingança pela morte precoce de sua esposa.
Rosalie Sinclair, determinada a fugir dos abusos de seu tio, vê em seu casamento com Hugo Dubois, um magnata poderoso, uma possível saída. No entanto...
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— Senhor, toda a carga foi reabastecida. Conseguiremos entregar a nova remessa para a Ndrangheta ainda essa semana — anunciou Steve, a voz grave pontuada por uma frieza profissional.
— Excelente, Steve. Mas, por enquanto, mantenha as cargas no armazém secreto. A máfia italiana anda… volátil.
— Entendido, senhor. — Steve se retirou em silêncio, deixando apenas o leve eco de seus passos.
Sentei-me e abri o notebook, iniciando a gravação das câmeras na estrada onde Cassius sofreu o acidente. Observando a imagem, o momento exato em que ele perdeu o controle e o carro capotou. Aquele trecho da estrada parecia normal, sem nada fora do lugar. Ainda assim, um desconforto insistente me corroía, uma sensação de que algo escapava à minha percepção. E eu odiava essa ignorância.
Cassius entrou no escritório sem avisar, a cabeça envolta em bandagens e o caminhar hesitante, como se até mesmo seus ossos estivessem em cacos.
— Cadê a minha ruiva, porra? — A voz saiu mais rouca do que de costume, carregada de impaciência.
— Ela está segura e bem longe de você — rebati, o tom ríspido, cada palavra carregada de uma tensão contida.
Ele soltou um suspiro pesado, os ombros caindo.
— Como isso é possível, Declan? Como os últimos meses da minha vida podem ter sido arrancados da minha mente? Como… como posso não lembrar dela?
— São as sequelas do acidente, Cassius. — Peguei uma dose de whisky, sentindo o calor do álcool aquecer minha mão.
— Também quero — pediu.
— Não. Você está sob efeito de medicamentos, e deveria saber que álcool e remédios não combinam. Ou será que o herdeiro de uma farmacêutica esqueceu disso? — Virei o whisky de uma vez, a bebida queimando minha garganta enquanto eu o encarava, impassível.
Ele riu, um som áspero e curto.
— Está muito estressado, irmão.
Deixei o copo na mesa, cansado. Pressionei os dedos contra as têmporas, buscando um mínimo de alívio para a dor que latejava na minha cabeça.
— Foi um péssimo momento para você perder a memória, Cassius. — O comentário saiu num sussurro amargo, quase um desabafo, mas ele apenas assentiu, os olhos fixos nos meus. Em seu olhar, uma mistura de frustração e vazio que me incomodava.
Quando comecei a revisar a pilha de contratos, ele soltou a pergunta que eu sabia que estava guardando.
— É verdade que a gostosa está grávida?
Fechei os olhos, recolhendo a paciência antes de responder.
— Sim, 11 semanas, para ser exato.
— O filho é seu ou meu? — Sua pergunta se infiltrou no ar como um veneno, e eu larguei as pastas, levantando o olhar para encará-lo diretamente.