Subimos as escadas, e tocamos a campainha. Era uma varanda bonita. Da casa da para ver montanhas de tamanhos variados.
- Olá. Disse uma senhora de cabelos brancos longos e pintinhas no rosto.
- Olá. Falei. - Matheus está ?
- Está sim senhorita, vocês devem ter vindo para a festa.
- Viemos sim. Falei.
- Entrem por favor. Disse a velhinha abrindo a porta nos dando passagem.
- Lis, nós vamos pegar as bagagens. Fala Lucca.
- Tudo bem, estamos esperando lá dentro. Falei.
André e ele concordaram e foram em direção ao carro enquanto Let e eu entramos.
A porta da casa dava direto em uma sala grande cheia de quadros. Haviam aparelhos modernos mas dava para ver que a casa é antiga.
O sofá dava voltas nas paredes. Sentados nele estavam, Gabriel, Paloma, Babi, Diego, Matheus e Ingrid.
- Oi gente. Falei.
- Olá pessoas. Disse Letícia.
Math veio até nós e nos abraçou.
- Que bom que vocês vieram. Disse ele.
- Não iríamos perder uma oportunidade de beber de graça. Falou Let rindo.
Nessa hora André e Lucca entraram, cada um com três malas na mão.
- Elas trouxeram companhia. Resmungou Gabriel.
Olhei seria para ele mas Gabriel não teve reação com o meu olhar de raiva.
Fui até eles e peguei uma mala das mãos de André.
- Ajudou muito. Falou ele num sussurro rindo.
Os olhos de todos que estavam sentados se pairavam sobre nós.
- Math deixa eu apresentar eles para você. Digo.
Matheus veio até nós e deu uma batidinha no ombro de André.
- Conheço ele da festa a fantasia. Disse Math.
Eu sorri.
- Esse é o André. Falei.
- Essas malas estão pesadas, sério. Disse André.
Mostrei a língua para André e me aproximei de Lucca.
- E esse é Lucca Maddox. Falei.
- Não precisava falar meu sobrenome. Disse Lucca.
- Maddox? Filho do Robert Maddox o médico, e da Andréia Maddox a advogada ? Perguntou Math fascinado.
Fiquei observando, nunca escutei o nome dos pais do Lucca antes.
- Sim. Concordou Lucca sem jeito.
Math deu uma batidinha nas costas de Lucca.
- Pô cara, conheço seus pais. Disse Matheus.
- Da onde? Perguntei.
- A mãe dele é a advogada de nossa empresa, e o pai dele é amigo do meu. Falou Math sorrindo.
Gabriel agora nos olhava curioso.
- Malas pesando. Disse André.
Matheus riu e nos entregou uma chave.
- Vocês preferem os chalés ou os quartos aqui na casa? Perguntou Math.
- Qual está mais perto? Perguntou André.
E Paloma soltou uma risadinha que fez Letícia queima-la com os olhos.
- Os quartos são grandes o suficiente para mim ficar no mesmo que a Lis? Letícia falou.
- O terceiro quarto. Disse Math puxando outra chave do bolso e entregando para Let.
- E vocês, querem quartos juntos também ? Falou Matheus rindo.
Ri junto e André respondeu.
- Se não for um incômodo. Piscou André como mulher.
- Sério ? Matheus perguntou erguendo as sobrancelhas.
- Não. Falou Lucca rindo.
Matheus entregou uma chave para cada um dos dois.
- Vocês levam para os quartos? Perguntei.
- Claro. Disse Lucca.
- Vou começar a cobrar. Resmungou André.
- Só subir as escadas que chegam nos quartos. Falou Matheus.
- Vou junto. Disse Letícia pegando a mala de minha mão.
E subiram os três as escadas.
- E minha irmã, onde está? Perguntei querendo sair dali.
- Na cozinha vigiando o jantar. Matheus respondeu.
- Normal. Dei risada.
- Só ir reto aqui. Disse Matheus apontando para a frente.
Sai dali e pude perceber Babi e Paloma rindo baixinho com os olhos em minhas costas.Cheguei até a cozinha e minha irmã estava em pé enquanto um grupo de mulheres preparavam doces e comidas diferentes.
- Inspecionando? Perguntei me aproximando.
- Alice! Disse ela me abraçando.
- Que cheirinho bom. Falei.
- Pedi pra elas fazerem uma receita da mamãe. Falou minha irmã.
- O bolo pega marido. Falei rindo.
- Esse mesmo, da saudade da infância. Disse minha irmã rindo também.
- Bolo o que ? Perguntou Letícia parando ao nosso lado.
- Pega marido. Disse.
- Que nomezinho esse em. Falou Letícia.
- Quando escutamos da primeira vez nós rimos também. Falei.
- Nosso pai dizia que mamãe só conquistou ele por causa desse bolo. Falou Yasmin.
Letícia e eu rimos.
- Vocês deveriam ir visitar a mãe de vocês, Lis sente falta dela. Disse Letícia.
- Alice falou isso ? Perguntou minha irmã.
- Não falei nada. Digo.
- Ela fala dormindo. Respondeu Let.
Não sabia que eu falava dormindo, mas sei que tem noites que eu sonho com minha família reunida a mesa e dá saudade.
- Podemos passar o Natal lá. Falou Yasmin.
- Adoraria. Digo.
- Programa de família ne? Falou Let.
- Mas você pode vir. Disse minha irmã.
- Vou passar o Natal com minha mãe e irmãs. Respondeu Letícia. - Mas obrigada pelo o convite.
Sorrimos e então André entrou na cozinha.
- Tem uma mala lá que não sabemos de quem é. Disse ele.
- Vermelha? Perguntei.
- Exatamente. Falou André.
- É minha. Digo.
- Tá lá em cima, depois você pega. Disse ele.
- Vou agora, cadê Lucca? Perguntei.
- Voltou para o quarto. Respondeu Letícia.
- Pensei que ele ia descer. Falo.
- E desceu, mas quando chegou na escada, olhou para baixo e voltou andando para trás sem falar nada. Disse André.
- Que estranho, vou ir vê-lo. Digo.
Peço licença e vou em direção a sala pelo o enorme corredor. Haviam fotos de Math quando criança.
Passei pela a sala e as víboras, Ingrid e Gabriel continuavam no sofá conversando e bebendo algo.
Evitei olhar para eles e subi as escadas.
O corredor que tinha após as escadas era maior que o de baixo. Os quartos eram numerados. Passei pelo quarto um, pelo o dois, três e lembrei que o três era o meu. Empurrei a porta e vi a mala de Let lá. Fechei a porta e voltei a procurar nos corredores.
Quando cheguei no quarto cinco vi a greta da porta aberta, tinha tamanho suficiente para mim ver que Lucca estava lá.
Empurrei e dei uma leve batida nela.
- Posso entrar? Pergunto me apoiando na porta.
Lucca estava quieto, deitado olhando para o teto e sem expressão no rosto.
Como ele não respondeu nada eu entrei e fechei a porta atrás de mim.
- Licença. Falei.Me sentei ao lado da cama.
- O que houve? Perguntei.
E Lucca não me respondeu novamente.
- Não gosto que me ignorem. Digo.
Ele me olhou e depois desviou os olhos novamente para o teto.
Não sei o que aconteceu, mas dava para ver que Lucca não estava bem. Seus olhos que tinham o mesmo tom da sua pele estavam tristes.
Ele estava deitado de barriga para cima, com os braços como travesseiro abaixo da cabeça.
Tirei as sandálias e coloquei elas no canto da cama, no chão.
Me curvei e puxei um dos braços de Lucca, apoiei minha cabeça no mesmo e passei minhas mãos até seu outro lado.
O abracei. A cama tinha tamanho o suficiente para nós dois. O tronco de Lucca era forte, seus braços musculosos faziam os meus mais finos que gravetos. Ficamos ali por minutos, talvez uma hora, abraçados sem dizer nada. Sua respiração era calma, sentia seu peito subir e descer.
Ele levantou quando seu tempo de silêncio acabou. Ficamos sentados os dois apoiados na cama.
- Quer conversar? Minha voz saiu quase em um sussurro.
- Igual às garotas de Colégio? Vamos fofocar sobre relacionamentos, esmaltes, ou calcinhas? Perguntou ele em um forçado sorriso.
- Depende, o que está te perturbando? Relacionamentos, esmaltes ou calcinhas? Perguntei rindo.
Ele deitou no meu colo, e passei a mão em seu rosto, já que ele estava sem boné e não tinha cabelo.
- Você não existe viu. Falou ele pegando em minha mão e à acariciando.
- Existo sim e estou bem aqui. Digo.
- Acho que consigo te falar, me sinto bem com você. Falou Lucca.
- Sou toda ouvidos, quer dizer, minhas orelhas são pequenas mas eu escuto bem. Falei.
- Lembra a garota que eu amei? E que fez uma revira volta na minha vida? Perguntou ele.
- Lógico, a idiotinha que te fez sofrer. Falei e coloquei a outra mão naqueles cabelos raspados. Lucca era tão bonito, parecia que já fez parte do quartel.
- Eu vi ela, foi como se um fantasma estivesse de volta. Disse ele apertando minha mão.
- Viu onde? Falei.
- Lá embaixo, sentada no sofá, como eu não percebi que ela estava ali antes? Perguntou Lucca.
- Como ela se chama? Perguntei.
Babi e Paloma estavam sentadas lá. Gabriel é homem. E Ingrid gosta de mulher.
- Esquece isso Alice. Disse ele.
- Ela se chama Bárbara? Perguntei firme.
- Não. Respondeu.
- Paloma? Perguntei seria.
- Não entendo o motivo dela estar aqui. Disse ele.
Fiquei espantada.
- Vocês terminaram faz quanto tempo? Perguntei.
- Poucos meses. Disse ele.
Congelei. E se ela estivesse ficando com o Gabriel enquanto estava com Lucca? Coitado dele.
- O cara que estava com ela lá embaixo, ele é o idiota que eu amo. Falei.
- E ele tem um caso com a mulher que não presta, com a mulher que eu amo mesmo não querendo aceitar. Falou Lucca olhando para fora.
Sua tristeza já não era tão grande.
- Ela te viu? Perguntei.
- Sim, qualquer hora vai querer entrar na minha vida de novo só para me fazer de fantoche. Falou Lucca.
Ele tem uma mudança de comportamento, tão sério e agora frágil.
- Tive uma ideia louca Lucca, preciso que você concorde com ela. Falei.
- Qual? Perguntou ele.
- Namora comigo?Lucca me olhou assustado.
- Acho que não entendi. Disse ele arqueando a sobrancelha.
- Namora comigo. Falei sorrindo.
- Você é linda e eu sinto atração por você, mas acho que eu que deveria pedir em namoro né? Falou ele rindo.
- Vou fingir que não escutei isso. Digo e então continuo.- Namora comigo de fingimento, esfrega na cara dela que você está bem, tanto você quanto eu saí ganhando.
Seus olhos brilharam e seu sorriso se formou.
- Eu topo. Falou ele.
Levantei e puxei a mão dele.
- Vamos namorado? Perguntei rindo.
- Vamos namorada. Falou ele se levantando e pegando em minha mão.
Seguimos pelo o corredor e descemos até a sala.
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Por Amor
Teen FictionAlice Rodrigues é uma garota em fase de amadurecimento e descobertas. Após entrar de cabeça na roda de amigos, de sua irmã mais velha Yasmin Rodrigues. Ela acaba por aceitar um romance - Nao tão romance assim - com Gabriel Swan. Melhor amigo de sua...