Teimosia

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- Me mostre você com suas flechas. - Lucca disse para Carlos.
Carlos se levantou e entregou seu sorvete para Ingrid segurar.
Levei uma colher de sorvete de flocos até a boca e observei Lucca o desafiando.
Carlos pegou um arco e nele depositou uma flecha. Com sua mão direita puxou a corda firme sem tremer, e a flecha disparou rapidamente até a cabeça se um boneco de madeira.
Lucca e eu batemos palmas.
- Exibido. - Resmungou Ingrid.
Carlos se aproximou dela lhe mostrando a língua, e pegou o seu sorvete.
- Então, temos dois profissionais em faca e flechas? - Perguntei sorrindo.
- Não só dois. Bárbara manda bem com bastões. - Ingrid respondeu.
- Bem a cara dela. - Carlos falou baixinho, mas todos nós escutamos.
Ri internamente por aquele comentário.
- E Gabriel? - Perguntei.
- Ele é um dos melhores. - Carlos disse.
- Por isso que a Babi se interessou por ele. O pai dela era policial, então ela sempre gostou de armas e lutas. Ela é fascinada por isso. Então quando viu Gabriel, foi tipo amor a primeira vista. - Ingrid contou.
- Da parte dela né, porque Gabriel nunca se interessou. - Carlos resmungou.
- Uau. A diversão de vocês é bem diferente. - Lucca Falou.
- E Gabriel? Ele manda bem no que? - Meu interesse ficou visível de mais em minha voz.
- Armas e qualquer tipo de luta. Ele atira muito bem, quando a gente era pequeno ele se destacava nas aulas de esgrima. Mas sempre chamou mais atenção nas aulas de tiros. - Carlos respondeu.
- Vocês faziam aulas? - Perguntei.
- Sim, foi assim que nos conhecemos. Aqui tem uma escola de artes marciais. Mas na nossa época eles davam aula de tiro particulares. - Ingrid disse.
- Aulas de tiro? Quem ensina crianças a atirar? - Lucca perguntou com seu tom de advogado.
- Era divertido. - Ingrid sorriu.
- Continuando. - Carlos olhou para mim, e revirou os olhos para Lucca e Ingrid. - Gabriel sempre acertou os alvos, ele e Nicholas. Quando se tratava de uma arma, era com eles. Por isso que todo final de semana eles gostavam de ir jogar Paint Boll.
- Você também conheceu Nicholas? - Perguntei.
- Claro, na escola de artes marciais também. Mas nós só frequentamos aulas de tiro juntos. - Carlos respondeu.

- E o que mais Gabriel sabe fazer? - Pergunto fascinada.
- Judô, karatê, Kung fu, boxe. Inúmeras lutas. Respondeu Ingrid.
- Na adolescência ele era bem frustrado, então depositava sua raiva em lutas. - Carlos disse sorrindo.
- Queria ver Gabriel em ação. - Digo.
- Ele é um dos melhores. - Diz Carlos mostrando admiração na voz.
- Tá, já entendemos que vocês fazem parte do fã clube do Gabriel. - Lucca murmurou.

- Falando de mim? - Virei para trás e lá estava. Gabriel com sua blusa cinza, calça jeans clara e óculos escuro.
- Estavam. - Digo sorridente.
Ele se aproxima e se senta ao meu lado.
- E o que vocês diziam? - Gabriel perguntou em seu tom sério.
- Sobre como você manda bem com lutas. - Falo ainda sorridente.
Ele sorri também. - Ah isso, espero que eles não tenham falado de mais.
- Como assim, falado de mais? - Pergunto.
- Nada não. - Carlos responde. - Quer uma demonstração Lis?
- Melhor não. - Diz Gabriel.
- Se você é tão bom assim como disseram, porque não mostra para nós Gabriel? - Lucca o desafiou.
Ah meu Deus, Lucca deveria prestar mais atenção. Gabriel, meu rei inconstante não foge de desafios.
Gabriel pegou a última colherada que sobrou do meu sorvete, e tirou o óculos o entregando para mim. Ele se levantou e olhou para Carlos, como se conversassem sem som.
Carlos sorriu e perguntou:
- Boxe?
- Muito simples, não está aos pés de uma demonstração para o Sr. Lucca. - Gabriel falou firme em seu tom arrogante.
- Esgrima então. - Ingrid sorriu e se levantou.

Gabriel concordou, então ele e ela recolheram duas espadas do mural.
Lucca sentou de um lado ao meu, e Carlos de outro.
Ingrid estendeu a espada e Gabriel repetiu o gesto. Eles fizeram um tipo de cumprimento e cada um colocou a espada no ar como uma cruz.
- JÁ - Gritou Carlos.
E a luta começou. Ingrid atacava pela esquerda e Gabriel defendia pela direita.
Conforme eles lutavam, algumas pessoas fizeram uma roda em volta deles para acompanhar a luta.
As espadas dançavam de um lado para o outro, enquanto Ingrid soltava alguns gritinhos como modo de confrontar. E Gabriel permanecia em silêncio. Ingrid parecia exausta, mas Gabriel não demonstrava nem um pouco de cansaço. Ingrid atacou, Gabriel desviou. Ela tentou atacar de novo mas Gabriel ergueu a espada tão forte, que a espada de Ingrid fugiu de sua mão parando no chão.
Lucca olhava de boca aberta. E eu estava impressionada com os movimentos de cada um. Eles lutaram por longos minutos, mas foi tudo tão rápido. As pessoas que estavam ali começaram a bater palmas, e foram embora quando tudo acabou.
- Ele pegou leve. - Carlos revirou os olhos.
- Leve? Quer dizer que ele consegue fazer coisas piores que isso? - Lucca perguntou abismado.
Ingrid e Gabriel voltaram até nosso banco sorrindo. Bati palmas para eles.

Por AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora