Por Amor

Somos namorados.

Quando terminamos o último degrau, Babi, Ingrid e Dani estavam no sofá.
Dani e Ingrid estavam em uma ponta e Babi em outra.
-Vem. Sussurrei para Lucca puxando sua mão.
A ideia do nosso namoro de mentira não me preocupa.
Sentamos ao lado de Babi. A víbora fingiu um sorriso cínico.
- Olá Alice. Disse ela.
- Oi. Falei quando Lucca veio mais para perto.
- Sou Bárbara, prazer. Disse Babi dando um beijo na bochecha de Lucca.
- Sou Lucca, o prazer é meu. Falou ele sorrindo.
Dei uma cutuvelada nele sem que ela reparasse.
- E ai Lucca, é solteiro? Perguntou Bárbara.
- Não, nós namoramos. Falei os interrompendo.
Ela Me fitou seria.
- Que pena, estão juntos a muito tempo? Perguntou a víbora.
- O suficiente para saber que não vivemos um sem o outro. Falou Lucca.
- Apaixonados, uau, bom eu tenho que sair até mais. Disse ela.
- Até. Falei.
Ela se empinou para que Lucca tivesse visão de como seu vestido Rosa era curto e colado.
Quando ela passou pela porta eu ri.
" O suficiente para saber que não vivemos um sem o outro?" Falei.
- Foi a única coisa que me veio a cabeça.
Dei risada e depois fiquei seria.
- Não quero ser chifruda viu? Eu vi como você olhou para as pernas dela. Digo.
- Mas o nosso namoro não é de verdade. Falou ele se justificando.
- Pra ela sim. Falei.
- Mas ela é gostosa. Disse Lucca fazendo bico.
- Vai à merda, vai. Falei rindo.
Ele deu de ombros.

Yasmin entrou na sala com Math, seus cabelos estavam presos em um perfeito coque.
- Vocês ainda não foram se arrumar? Perguntou minha irmã espantada.
- Pra que? Perguntou Lucca.
- A festa começa daqui uma hora. Disse Math.
- Meu Deus, faz quanto tempo que chegamos? Perguntei.
- Três horas, não percebeu o tempo passar? Perguntou minha irmã irônica.
Isso significa que Lucca e eu ficamos deitados por muito tempo no silêncio. Lucca também me olhou espantado e deu um sorrisinho.
- Vou me arrumar. Falei me levantando.
- Eu vou junto. Disse Lucca.
E subimos juntos pela a escada.
Andamos o corredor longo que tinha ali. Passamos pelos quartos numerados. O três onde Let deveria já estar se arrumando. O quatro estava entre aberto.
Espiei e vi que era o quarto de Gabriel, Lucca se aproximou e olhou também.
- Ele parece tenso. Soltou Lucca em um sorrisinho.
Gabriel segurava um celular na mão. Puxei o braço de Lucca para que ele saísse de perto da porta.
- Qual é, não está curiosa? Perguntou ele.
- Sim, mas não ao ponto de ficar escutando atrás da porta. Sussurrei.
- Fica quieta e vem logo. Diz ele me puxando para mais perto da porta.
Gabriel estava sentado na cama, de costas para a porta.
- Que droga, como você deixou que os policiais desconfiassem da minha empresa? Perguntou Gabriel para o telefone.
Lucca me olhou e continuou a observar igual à mim.
- Eu dou um jeito, mas e a mercadoria já foi entregue para o cliente no Canadá? Gabriel fechou o punho sobre a cama. - Porra Natanel, quanto tempo? Beleza... dentro de três dias eu vou no banco transferir.... tá... até lá. Desligou Gabriel enquanto olhava para a tela do celular.
Puxei Lucca e entramos rápido no quarto dele.
- Você escutou? Perguntou Lucca.
- Claro que sim, você entendeu alguma coisa? Perguntei.
- Não muito, só entendi que ele estava falando com um tal de Natanael e que tem uma mercadoria para ir até a China. Disse Lucca sentando na cama e tirando o sapato.
- Canadá. O corrigi.
- E também que ele vai no banco transferir alguma coisa. Falou Lucca.
- E sobre a Polícia? Perguntei.
- Pelo o visto tem alguma empresa na mira da Polícia. Falou.
- Será que é a empresa do Gabriel? Perguntei.
- Ele tem outra? Perguntou ele.
- Provavelmente não. Digo.
- Então. Disse ele dando de ombros e tirando o outro sapato.
- Será que Gabriel é um mafioso? Perguntei.
Lucca riu. - Que coisa de filme.
Fiquei apreensiva.
- Não se preocupa com os problemas dele Lis, e vai se arrumar, investigamos mais depois. Falou Lucca.
- Tá bom, mas pense nisso viu. Falei acenando.
Ele concordou e então fui até meu quarto.
A porta do quarto de Gabriel estava fechada, será que ele percebeu algo?

(...)

Quando sai do banho sequei meus cabelos e vesti um vestido Preto até pouco antes do joelho, com as costas nuas e decote até o umbigo. Coloquei argolas douradas e fiz alguns cachos nas pontas do cabelo. No pulso coloquei um bracelete Dourado com um pingente Preto.
Letícia já estava lá embaixo.
Alguém bateu na porta.
- Entra. Falei enquanto passava batom.
- Licença. Falou Lucca.
Olhei e sorri para ele pelo o espelho.
- Uau em. Disse ele.
- Gostou? Perguntei me levantando.
- Está linda. Falou ele.
- Obrigada. Sorri. - Pega aqueles saltos ali pra mim por favor? Perguntei.
Me sentei na cama e Lucca os trouxe. Calcei um por um.
- Namorada bonita a minha. Falou ele sorrindo.
- Cala a boca, que a hora que você ver a Paloma lá embaixo vai correr pra perto dela igual cachorrinho. Digo sorrindo.
- Não esfrega na cara. Falou ele.
Me levantei e me olhei por uma última vez no espelho.
- Está faltando uma coisa. Disse ele.
- O que? Perguntei analisando minha roupa.
Ele se aproximou e tirou do bolso uma caixinha azul de veludo.
- Vem cá. Falou ele. E entao fui para perto.
Lucca abriu a caixinha e dentro havia um colar de corrente prata e uma pérola como joia.
- Que lindo. Falei.
- Posso colocar? Perguntou ele.
- Não posso aceitar, é de mais. Falei.
- Considere como um empréstimo. Sorriu Lucca.
Coloquei o cabelo para o lado e ele fechou o colar em meu pescoço.
- Ficou lindo. Falei enquanto me olhava no espelho e passava o dedo pela pérola.
- Foi da minha vó, meu vô deu para ela quando eles ficaram noivos. Ele dizia que a pérola como pingente, significa um pedaço da lua em seu pescoço pelo fato dela ser branquinha e brilhante. Disse Lucca.
- Que fofo, eu amo a lua. Falei.
- Eu sei. Disse ele.
Sorri e Lucca estendeu seu braço para mim.
- Vamos? Perguntou.
- Sim. Falei e atravessei meu braço com o dele.
Descemos as escadas.
Quando chegamos até a sala, Let estava com André.
- Pensei que não iriam descer mais. Falou André.
- Estava terminando de me arrumar. Digo.
O olho de Let brilhou fixo em meu pescoço.
- Onde você arrumou isso? Perguntou ela com a mão no colar.
- Eu dei. Falou Lucca.
- Emprestou. Corrigi ele.
- Também sou sua amiga, não esqueça de mim viu. Falou Letícia.
Nós rimos.
- Onde está todo mundo? Perguntei.
- No quiosque perto da piscina. Respondeu André.
- Então vamos. Falou Lucca.
E entao seguimos os quatro até o quiosque.