Dono de um hotel.

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Não demorou muito até chegarmos ao hotel de mais de trinta andares com vidros prateados.
- Podem descer passageiros. - Falou Gabriel em um sorriso.
- Uau.- Digo.
Todos descemos. Um homem que trabalha no hotel chamado Bob em seu crachá veio nos ajudar.
- Você é o carregador? - Perguntou Ingrid.
- Sim senhorita. - Diz Bob.
Bob pegou nossas malas e as depositou em um carrinho e então com um chaveiro com um número, que Gabriel entregou para ele, Bob seguiu porta a dentro.
- Aqui está a chave. - Diz Gabriel para mim.
- Não vai subir? - Pergunto.
- Daqui a pouco. Vou ver como andam as coisas na recepção. E mais tarde eu tenho que te levar em um lugar.- Disse ele.
- Oba, vamos aonde? - Perguntou Lucca sorridente.
- Não entendeu? Vou levar a senhorita Alice, em momento algum eu citei o seu nome cavalheiro. - Falou Gabriel em um sorriso frio.
- Ui! Vem rapaz. - Falou Ingrid estendendo a mão para Lucca.
Acenti para Gabriel e subimos às escadas com os outros.
- Sabem o número do quarto de vocês? - Perguntou Carlos.
- Não vamos ficar todos juntos? - Disse Lucca.
Ingrid soltou uma gargalhada fina. - É um hotel, não um acampamento.
Rimos todos juntos.
- 36 é o meu. - Digo olhando para minha chave.
- O nosso. - Falou Ingrid ajustando a alça da bolsa.
- E vocês duas vão dormir juntas? A Lis gosta de outra fruta Ingrid. - Comentou Lucca.
Ingrid revirou os olhos. - Você é bem legal, mas perde a oportunidade de ficar calado. - Ingrid apertou o botão para chamar o elevador. - Nós vamos dormir no mesmo quarto em duas camas diferentes, há menos que a loirinha queira dormir na mesma cama que eu. - Ingrid sorriu um pouco maliciosa.

Corei rimos juntos. O nosso andar era o último. Trinta e seis andares a cima do chão, senti um pouco de medo.
Chegamos a um corredor extenso com paredes amarelas e vasos com flores variadas.
Haviam apenas quatro portas.
- Pra que poucos quartos? - Perguntei.
- Vai dizer que não percebeu. - Disse Ingrid.
- O que? - Pergunto enquanto os garotos entram na porta trinta e quatro.
- Gabriel é o dono do hotel, esse é o andar exclusivo dele. - Respondeu Ingrid abrindo a porta para nós.
Podia sentir meus lábios abertos de tanta surpresa. Sabia que ele era rico, mas não tanto.
Era tudo tão lindo por dentro, havia uma sala extensa com sofás vinhos e paredes brancas e uma grande televisão presa a parede.
Dei passos para continuar vendo o local.
Havia também uma cozinha, o que parece muito estranho, pois havia um restaurante no saguão.
A cozinha tinha cores de mármore com fogões e pias claras.
Haviam também duas portas, o que deduzi que eram um quarto meu e outro da Ingrid.
Entrei na primeira porta que tinha a minha frente.
Uma cama de casal estava no centro com lençóis brancos e travesseiros da cor azul.
Minhas malas estavam alinhadas em cima de uma mesa de centro.
Eu olhava chocada com tudo aquilo.
- Ingrid? - Chamei.
- Sim? - Ela apareceu na porta.
- A diária aqui é muito cara? - Pergunto ainda incrédula.
- Nem vinte anos do meu salário pagariam. - Soltou ela em um riso.
- Meu Deus, como eu vou pagar para o Gabriel isso? - Pergunto para mim mesma, mas Ingrid escuta.
- Para de ser boba Alice, Gabriel nos quer aqui. Não quer que a Gente pague nada à ele. Considere como um presente de um amigo. - Ela piscou e saiu pela porta.
Mas eu sabia bem que eu não era uma amiga de Gabriel, por mais que ele estivesse tentando.
Fui até a varanda dali, e olhei aquela cidade tão pequena à essa altura. Eu estava muito alto,sem para onde correr.
Lembro que Gabriel tinha mencionado que ia me levar a algum lugar. A lua ainda brilhava cheia.
Entrei no banheiro para tomar banho, e por sinal o banheiro era maior que qualquer carro.

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Quando terminei de enrolar a toalha em meu corpo, coloquei minha mala em cima da cama.
Alguém bateu na porta e então gritei para que entrasse.
Gabriel abriu a porta vestido com uma jaqueta de couro preta, Jeans novos colados em suas grossas batatas da perna e com seu cabelo molhado.
- Pelo visto você ainda não está pronta. - Falou ele arqueando apenas uma, de suas sobrancelhas.
Sentei na cama soltando um suspiro.
- Eu gostaria de saber para onde vamos, sabe, não dá para vestir nada sem saber para onde vou. - Digo prendendo um fio que estava solto do coque que eu fiz para não molhar o cabelo.
- Isso não é problema, tem total controle em cima de um salto? - Perguntou.
- Modéstia parte, sim. - Digo.
- Ótimo. - Ele me mostrou uma sacola de papel com uma marca estampada nela. - Vista isso.
Peguei a sacola e fiquei quieta enquanto pegava às roupas.
Então o encarei seria, e Gabriel continuou sem expressão.
- Pode se apressar? - Perguntou ele.
- Você pode sair para mim me trocar? - Falei sarcástica.
- Não há nada aí, que eu já não tenha visto. - Respondeu ele indo em direção a porta.
Mas antes que eu pudesse responder qualquer coisa a porta se fechou atrás de si.
Suspiro e então me visto com a calça de couro preta, regata preta também e uma jaqueta de couro da mesma cor. Fico pensando o quão louco,ele era. Minha jaqueta parecia com a de Gabriel, porem menos. E marcavam minhas curvas.
Vesti a bota de cano curto que também estavam depositadas ali. No salto da bota tinha um passaro desenhado atrás.
Me olhei no espelho e me senti uma adolescente rebelde de filme americano.
Passei o pente pelos meus cabelos e os amarrei em um alto rabo de cavalo.
Quando cheguei na sala, Gabriel se levantou me olhando dos pés a cabeça.
- Como você está linda. - Falou Gabriel se aproximando de mim.
- Seu decote mais ainda. - Agora disse Ingrid mordendo os lábios, apoiada no braço do sofá.
Olhei para minha blusa, e reparei que realmente a regata tinha um decote longo.
Sorri como resposta para os dois, enquanto Gabriel encarava Ingrid um pouco frio de mais.
Gabriel se aproximou tanto de mim, e senti seu perfume. Hoje seu cheiro estava mais forte, como alguma essência importada com canela.
Ele passou os dedos pelo meu rosto e puxou o elástico que prendia meus cabelos.
Meus fios loiros caíram sobre meu ombro, e sua mão quente tocou minha nuca. Depois sua mão foi para uma mecha de meu cabelo e ele o enrolou com os dedos
- Assim está bem melhor. - Disse ele.
Sorri e Gabriel foi até a porta, o segui.
- Para onde nós vamos? Perguntei.
- É um ritual, todo mundo que o Gabriel trás a Atlanta tem que ir nesse bar.- Falou Ingrid enchendo uma taça de vinho. - Lembro da minha primeira vez lá. Só um conselho Lis. - Ela virou um gole da taça na boca. - Cuidado com os banheiros.
Gabriel sorriu.
- Para um bar? Eu poderia ter vestido outra coisa. - Fecho o zíper da jaqueta.
- Lá só vão motoqueiros, e você está parecida com uma. - Ingrid virou mais um gole do vinho. - Só as garotas de programa usam outra roupa a não ser esse padrão.
Ingrid parecia se divertir e eu ficava cada vez mais confusa.
- Chega de papo. - Gabriel puxou minha mão. - Vamos.
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Por AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora