Por Amor

" Esportes"

- Vinho branco? - Gabriel pegou as duas taças.
- Por favor. - Digo.
Ele trouxe as duas taças e as colocou na mesinha que tem em frente ao sofá, depois depositou o vinho ali.
Peguei uma taça e ele pegou a outra. Levei o vinho até a boca, saboreando o divino bom gosto de Gabriel para vinhos. Ele se sentou ao meu lado.
- Cobiçar a minha mulher. - Digo baixinho.
De relance vi Gabriel segurar um sorriso. Olhei para ele.
- Sua mulher? - Perguntei mais firme.
Ele sorriu agora, e que sorriso lindo. Um sorriso tímido e cruel ao mesmo tempo.
- Eu tirei sua pureza Lis. - Diz Gabriel.
De repente me senti absurdamente tímida. Para quê ele quer falar sobre sexo agora?
- Bem, eu diria Sr. Swan que minha pureza foi entregue a você. Então, tecnicamente você não me tirou nada. - Falei mais fria o possível.
- Eu fui o primeiro, certo? - Gabriel me olhava, com seu olhar esperto.
- Onde você quer chegar com isso? - Pergunto.
- Certo? - Insistiu ele.
- Sim. - Respondo.
- O único? - Gabriel me olhava firme.
Eu sabia que eu deveria dizer que não. Deveria tentar furar o ego dele. Mas ele não queria só ganhar essa briga, ele queria saber se eu ainda era dele. E meu corpo é dele, cem por cento dele. Inteiramente dele.
- Sim. - Minha voz saiu quase inaudível.
- Desculpe, não escutei. - Gabriel sorria vencedor.
Reviro os olhos para ele, e seu sorriso se alarga mais ainda.
- Coma alguma coisa Lis, faz mal só beber. - A voz de Gabriel era autoritária.
Assim como seu humor muda rápido, seus assuntos também.
Fiquei quieta.
- Alice, coma. - Gabriel agora continuava autoritário.
- Não sou sua funcionária, fora da empresa. Você não manda em mim. - Digo ríspida.
Mais uma vez, percebi ele segurando seu sorriso.
- Você é muito audaciosa Senhorita. Coma por favor. - Diz ele.
Então levo uma batata a boca e seu sorriso cresce.
Gabriel segurava sua taça de vinho na mão. Seus cabelos estavam bagunçados e ele ainda estava vestindo preto. Absurdamente lindo. Suas coxas definidas ficavam marcadas naquela calça de couro.
- Você malha? - Pergunto.
- Sim, por quê? Pergunta ele em um sorriso.
Ah esse sorriso...
- Ah, nada. - Digo envergonhada.
Ele parecia brincalhão. Sua mudança de humor é tão complicada de se entender. Ele é o meu rei inconstante. O mais inconstante de todos.
- Amanhã vou te levar na boate do Nicholas. - Gabriel agora voltou a ser sério.
- Na boate daquele cara absurdamente gato. - Mordi o lábio inferior.
Gabriel molhou os lábios e revirou os olhos.
- Nicholas é meu amigo; senhorita Alice. Não tem como eu despedir ele, então se controle. - Gabriel continuava duro.
Ó céus, será que ele vai sempre levar tão a sério, meus comentários? Será que ele não entende que meu coração é dele, e que Gabriel é o mais bonito de todos?
- E Nicholas trabalha para você? - Pergunto curiosa.
- Não. - Gabriel parece pensativo.
- Então não tem como você despedir ele. - Digo rindo.
- Não mesmo. Mas eu posso não te levar lá. - Diz ele.
- Ah. - Falo.
Ele venceu. Dessa vez, como na maioria das vezes.
- Vocês não trabalham juntos? - Pergunto.
- Somos sócios. - Respondeu Gabriel.
- De que? - Minha curiosidade estava indo longe.
Gabriel levou o vinho até a boca. E depois sua língua percorreu seus lábios sugando o vinho ali. Estremeci com aquela paisagem, com a cena do cara mais sexy que eu já vi.
- Está na hora de dormir Lis, está tarde. Você passou por muita coisa hoje. - Disse Gabriel.
- Pode ser, estou um pouco cansada. - Falo.
Me levanto e vou em direção ao seu quarto.
- Onde está indo? - Perguntou ele.
- Para o quarto. Onde mais eu deveria ir? - Pergunto num sorriso.
- Vai dormir comigo é? - Gabriel sorria malicioso.
- Mas aqui não tem dois quartos? Você dorme no outro. - Pisco para ele e fecho a porta.
Vou em direção a cama e me deito ali, o cheiro de Gabriel é tão forte em seus travesseiros.
Ouço o barulho do chuveiro, provavelmente é Gabriel indo tomar banho.
Me sinto tão cansada. Meu corpo implora para dormir. Mas eu fico ali escutando o barulho da água caindo, e perdida em meus pensamentos.
Não vejo o tempo passar, mas a porta do quarto se abre. É Gabriel. Meu coração acelera, será que ele vai dormir ao meu lado? Sem sexo, nós vamos dormir juntos? Se bem que eu adoraria uma brincadeirinha a essa hora do noite. O despertador na mesa do abajur, marca três horas da manhã. Como o tempo passou rápido assim?
Gabriel apaga a luz e ouço seus passos se aproximando. Fecho os olhos para ele pensar que estou dormindo.
A cama macia, se meche um pouco. Gabriel puxa a coberta, de modo que ele se cubra.
Puta merda, que cheiro maravilhoso.
É Gabriel, deitando ao meu lado. Tão perto. Cheiro de sabonete, cheiro de perfume forte e cheiro de Gabriel. A melhor fragrância de todas.
Sua mão quente vem até os meus cabelos, e seus dedos acariciam meus fios.
Ele suspira e passa seu braço pela minha cintura. E ficamos ali. Meu coração palpitando com seu toque. Esperei até que sua respiração ficasse amena. E coloquei minha mão sobre a dele. Então dormi ali com o homem que mais amei, em minha curta vida.