Acordei ainda no Banco do carro, estava ventando, e vestido por cima de mim estava o casaco de Gabriel. Suspirei e abri a porta. Rapidamente senti a cabeça martelando.
Olhei ao redor e o lugar era maravilhoso. Um campo Verde se estendia, o sol estava nascendo, e algumas folhas pingavam agua, enquanto o frio arrepiava meu braço, puxei a blusa mais e tremi.
Avistei Gabriel sentado no chão, apoiado em uma Rocha grande, olhando para o céu, perdido em seus próprios pensamentos. Caminhei e sentei ao seu lado.
- Oi - Digo sem graça.
- Faz tempo que está acordada? - Perguntou um pouco surpreso.
- Acordei agora. Onde estamos? - Pergunto.
- É um lugar que eu vinha quando era adolescente - Suspirou.
Fiquei em silêncio, enquanto olhavamos para o céu. Gabriel segurou minha mão e me encarou com seus olhos azuis.
- Você está muito bravo? - Digo baixo.
- Claro que não! Eu que te levei para lá, a culpa é minha, desculpa - Diz ele num tom baixo.
- Eu não sou uma criança Gabriel, briguei porque quis, não havia nada que você pudesse fazer - Falo firme.
- Talvez você seria mais feliz se eu não tivesse entrado em sua vida - Disse ele com os olhos vagos.
- Por que pensa assim? - Pergunto.
- Você não? - Gritou - Quando eu te conheci você era doce e ingênua Alice.
- Sou uma metamorfose ambulante - Sorri ignorando seu grito.
Ele me olhou firme tentando conter o sorriso.
- Você mandou bem ontem, não sabia que brigava daquele jeito - Ele suspirou. - Tudo bem com você?
- Só com dor de cabeça e um pouco de fome - Respondi sorrindo.
- Vou te levar para casa dos meus pais - Ele disse.
Apenas concordei com a cabeça e entrei em seu carro. Durante o caminho, acabei adormecendo.*
Quando sai do banho, ainda enrolada na toalha, Gabriel estava sentado na minha cama. Seus cabelos molhados, recém banho, e seu perfume eram inebriantes.
- Beba - Gabriel estendeu para mim um copo com água e um analgésico.
Coloquei o comprimido na boca, e bebi a água relaxando o corpo.
- Obrigado - Agradeci.
- Vou te esperar na sala de jantar - Disse ele passando a mão por meus cabelos.
- Que gentil, você está se sentindo bem? - Provoquei sorrindo.
Gabriel revirou os olhos, e traçou beijos em meu queixo até a orelha.
- P-preciso me tro-car - Falei arfando.
Gabriel pegou seus dedos até a ponta da minha toalha, e acariciou ali.
- Você está sem roupa, poderíamos aproveitar - Sorriu malicioso.
- Não - Falei firme.
- Não? Não me diga que não quer - Falou voltando a beijar meu rosto.
- Vou conhecer sua família, o que eles pensariam se eu demorasse? - Perguntei arqueando a sobrancelha.
- Que eu estou te fodendo loucamente? - Perguntou irônico.
Revirei os olhos, e ele sorriu.
- Te vejo la em baixo - Piscou para mim.
Suspirei feliz.*******
Desci as escadas, escutando algumas vozes próximas a cozinha. Meu coração bateu frenético. Suspirei e tentei manter a calma. Segui até a sala de jantar.
Na grande mesa, estavam sentados Jhonatan ao lado de uma moça com os mesmos olhos de Gabriel, mas com os cabelos em um tom de castanho claro. Em uma das pontas da mesa, estava a mãe de Gabriel e oposta a ela, na outra ponta, um homem com cabelos levemente grisalhos e olhos verdes sorria para mim. Caminhei um pouco mais lenta, enquanto Gabriel vinha até mim. Não sei se aquela família estava me deixando nervosa, ou a beleza inebriante de Gabriel.
- Vai dar tudo certo - Sussurrou Gabriel ao passar a mão pela minha cintura.
- Bom dia, querida Alice - Jhonatan me cumprimentou ainda sentado.
- Bom dia - Sorri tímida.
- Jorge, essa é Alice - Disse Gabriel ao me levar até o homem de cabelos cinzas - Alice esse é meu padrasto.
- Olá senhorita - Jorge beijou minha mão, e então se virou para Gabriel - Ela é tão bonita, quanto você descreveu.
- Olá - Respondi tímida.
- Claro que é bonita, Gabriel sempre escolhe bem suas diversões - Camille bebeu um pouco de seu suco.
Gabriel apertou sua mão em minha cintura, e eu suspirei constrangida.
- Ciúmes mata, Camilla - Disse a menina que antes estava sentada na mesa, ao vir até mim e Gabriel - Seu filho alcançou vôo faz tempo e você nem percebeu.
- Izzy! - Gabriel abraçou a menina, após me soltar.
- Biel! - A menina sorriu alegre, fazendo seus olhos de mar brilharem - E a moça bonita?
- Sou Alice - A cumprimentei. - É um prazer te conhecer.
- O prazer é todo meu - Sorriu mais ainda. - Posso te garantir.
- Lis, essa é a Isabelly - Gabriel explicou - Lembra, minha irmã.
Lembrei então de Jonathan ter comentado algo sobre ela.
- Lis? - Isabelly estava pensativa, olhou para Gabriel e novamente pra mim, então levou a mão na própria testa - Você é a garota que inspirou o perfume, né? O flor de Lis.
- Ela mesmo - Gabriel riu.
Mordi a bochecha internamente, que família maluca.
- Vamos comer? - Sem precisar de resposta, Gabriel me acompanhou até as duas cadeiras vazias.
- E Júlio, o irmão mais novo? - Usei um tom que só Gabriel ouvisse - Onde ele está?
- Longa história - Sussurrou. - Te conto depois.
- Então Alice, você faz faculdade? - Camille perguntou.
- Sim - Falei calmamente - Curso psicologia.
- Mas ela pretende sair, porque é um saco - Gabriel comentou.
Chutei sua perna por baixo da mesa. Ótimo! Agora sua mãe iria pensar que eu sou uma largada.
- Que menina rebelde - Jonathan comentou.
- Para de flertar com a namorada de Gabriel! - Isabelly revirou os olhos - Eça! Ela é sua cunhada, que é tipo sua irmã.
E assim eu tive uma complicada manhã.****
Após sobreviver ao café da manhã, Gabriel dirigia comigo no Banco passageiro, pelas ruas de Atlanta.
- O que achou deles? - Perguntou sem tirar os olhos da rua.
- Não dá para discordar que são sua família - Alfinetei.
- Você se acostuma - Sorriu.
- Sei não em - Brinquei. - Mal me acostumei com você.
- As vezes o seu humor me cativa - Virou para mim e piscou.
- Sou completamente cativante - Respondi convencida.
- Chegamos - Disse Gabriel ao parar o carro.
Olhei para a rua em que paramos, não havia lanchonete nem nada que chamasse a atenção.
- Chegamos onde? - Perguntei, e então brinquei - É um grupo anônimo das mulheres que conheceram sua família e depois surtaram?
- Você foi a única - Falou com desdém e deu de ombros.
A única. Meu cérebro repetiu, enquanto fiz uma expressão completamente boba e apaixonada. Gabriel pegou minha mão e me guiou até um estabelecimento de paredes pretas, onde se lia "Rod's tatoos".
- Por favor, diz pra mim que isso não é um estúdio de tatuagens - Implorei.
- Não gosto de mentiras - Gabriel falou, ainda me puxando para dentro do estúdio.
- Ainda preferia o grupo de recuperação, e tudo mais - Falei.
Chegamos até um homem baixinho, pançudo, com uma bandana vermelha na cabeça, com uma barba grande e cheio de tatuagens.
- Rods, que bom te ver - Gabriel bateu na mão do cara.
- Swan! - Respondeu o baixinho - Não vai me dizer que veio escrever alguma coisa nesse corpo feio.
Corpo feio? Nunca! Esse senhor precisa de óculos.
- Na verdade não - Gabriel sorriu e olhou para mim. - O corpo que você vai tatuar, é o dela.
- O quê? - Me espantei.
- Oi moça bonita - Disse o baixinho.
- Oi - Respondi ainda estupefata.
- Já sabe o que vai fazer? - Perguntou Gabriel impaciente.
- Já - Falei.
- O quê? - Perguntou Rods.
- Nada - Respondi e sentei em um banco encostado na parede.
- Vamos lá Alice, cadê a menina que brigou na boate do Nicholas ontem? - Gabriel tentou me incentivar.
- Do velho Nicholas? Aquele filho da mãe sabe fazer festas - Comentou Rods.
- Você conhece Nicholas? - Perguntei.
- Fiz as tatuagens daquele vagabundo, é tipo um filho - Rods sorriu - E você brigou mesmo?
- E bateu muito - Gabriel riu orgulhoso.
- Ai sim - Rods me parabenizou.
Pareciam duas crianças.
- O que você quer tatuar? - Gabriel perguntou, com aquele estúpido sorriso.
- Vai passear - O fitei séria.
- A moça é brava - Assobiou Rods.
- Brava? - Falou Gabriel com desdém - Ela é do tipo covarde, só se liberta quando bebe.
"Só se liberta quando bebe" que cretino.
- Onde você faz as tatuagens, Rods? - Perguntei firme.
- Naquela salinha ali - Sorriu.
- Vai fazer? - Gabriel sorriu como uma criança.
- Vamos lá Rods? - Perguntei, ignorando Gabriel.
Rods foi na frente e eu o segui atrás. Gabriel tentou vir conosco, mas bati a porta na cara dele.
- É melhor você não entrar cara - Falou Rods rindo, ao olhar Gabriel pelo longo vidro entre as salas.
Gabriel bufou e sentou no banquinho.
- Sente aqui - Disse Rods. - Já sabe o que quer?
Enquanto eu pensava no que fazer, Rods preparava o material.
"Só se liberta quando bebe"
"Se liberta quando bebe"
"Se liberta" - Até que Gabriel me deu uma idéia.
- Sei sim - Respondi.
- O que? - Rods sentou no Banco a minha frente.
- Be free - Sorri.
- Seja livre? Boa escolha - Rods aprovou - Onde?
-Antebraço - Respondi.
E enquanto a agulha de Rods desenhava em minha pele, eu me vi feliz. Não há frase melhor que essa. Observei os traços de Gabriel que parecia impaciente e curioso, pelo vidro.
Que ironia - Pensei. Eu que tanto anseio pela liberdade, entreguei meu coração para Gabriel. E quanto mais me prendo à ele, mais livre eu me sinto.
Se o amor for prisão, não vejo problema em pegar sentença.
Lembrei de Gabriel dizendo que eu era a única a conhecer sua família. Acho que eu não quero prisão, quero voar de mãos dadas com o amor.
Talvez a liberdade não esteja tão longe assim - Pensei, logo após Gabriel me mandar um beijo.------------------------------------------
'N.A'Oi, tudo bem com vocês? É a minha primeira nota aqui, e confesso que estou um pouco nervosa hahaha! Eu vim agradecer pelas pessoas que estão acompanhando e deixando sua estrelinha!!! Obrigado pelos comentários (são poucos, mas me incentivam muito a continuar com a história).
Segundo, eu comecei uma nova história. Já está disponível no meu perfil, se vocês quiserem acompanhar ❤
E por fim, queria perguntar se alguém conhece outro alguém que faça capas, preciso muito de duas. Já que vocês perceberam, capas não são o meu forte.
É só isso, muito obrigado de novo ❤ e tenham um ótimo quase-fim-de-férias ❤❤❤

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Por Amor
Teen FictionAlice Rodrigues é uma garota em fase de amadurecimento e descobertas. Após entrar de cabeça na roda de amigos, de sua irmã mais velha Yasmin Rodrigues. Ela acaba por aceitar um romance - Nao tão romance assim - com Gabriel Swan. Melhor amigo de sua...