Cavalos.

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Sequei os cabelos com o secador, é vesti um short Preto com uma blusa com mangas curtas da cor vermelha.
- Estou com fome Lis. Falou Let.
- Já podemos descer. Digo.
Abrimos a porta e passamos pela sala onde não havia ninguém. Chegamos até a cozinha e na mesa estavam sentados Gabriel, Paloma, Ingrid, Babi, Diego, Yasmin, Carlos e Math estava pegando queijo na geladeira.
- Bom Dia gente. Falei.
Letícia ao ver Carlos, apertou minha mão.
- Oi. Falou Let para todos que estavam na grande mesa.
Fui perto de minha irmã e dei um beijo em sua bochecha.
- Viu o Lucca? Perguntei olhando em volta.
- Tá descendo. Disse Letícia vendo os garotos passarem pelo porta.
- Bom Dia. Disse André dando um selinho em Let.
Vi a ira nos olhos de Carlos.Todos nos sentamos.
- Gostaram da festa? Perguntou Matheus.
- É Lis, já está melhor? Perguntou minha irmã.
Gabriel e eu trocamos olhares, então ele soltou um risinho.
- Sim Min, desculpe por sair ontem tão cedo. Digo passando a mão em cima da mao de Yasmin.
- Fico feliz que esteja melhor. Disse minha irmã para mim.
- Adoramos a festa. Respondeu André para Math.
- Queria agradecer pelos presentes gente. Falou Matheus.
Todos a mesa sorrimos para ele.
- Por nada. Falamos.
Na mesa haviam, bolo de fubá, pudim, pão de queijo, queijo, goiabada, maçãs, pão francês, suco de mangá, suco de maracujá, leite, entre outros.
- Pra que uma mesa tão farta assim?Perguntei rindo.
- Ricos tem esse costume. Falou Paloma.
Olhei para ela que sorria para Lucca.
Eu sentava em uma cadeira no meio de Yasmin e Lucca, já ele sentava entre mim e Paloma.
Olhei para baixo da mesa e vi as mãos de Paloma na coxa dele, apertando com suas grandes unhas vermelhas para cima e para baixo. Senti vontade de vomitar.
- Foi uma ótima festa. Falou Paloma sorrindo.
- Realmente. Falou Babi olhando fixo nos olhos de Carlos que não dava muita bola.
Senti vontade de vomitar ali mesmo por aquelas cenas ridículas.
Em vez de mim, quem sentiu o enjoo foi minha irmã que saiu correndo da mesa.
- O que aconteceu ? Perguntou Carlos, que desde que eu sentei na mesa, ainda não havia se pronunciado.
Levantei correndo e fui atrás dela com Math atrás de mim.
Yasmin estava agaixada no banheiro com a porta aberta. Me aproximei e segurei seus cabelos para que ela conseguisse vomitar.
- Faz quanto tempo que ela esta assim ? Perguntei brava para Matheus.
- Algumas semanas. Respondeu ele nervoso.
- E VOCÊ NÃO LEVOU ELA AO MÉDICO AINDA? Perguntei gritando enquanto escutava o barulho do vômito de minha irmã e sentia o cheiro forte.
- Sabe como ela é Lis, mesmo com o enjoo a semanas, ela não aceita ir ao médico mesmo comigo insistindo. Falou Matheus.
- Yasmin, sua menstruação está atrasada? Perguntei.
Minha irmã que agora lavava a boca na pia do banheiro balançou a cabeça como um sim.
Senti meu coração palpitar e sorri.
Cheguei mais perto e à abracei.
- Ainda estou enjoada Lis, não quero vomitar em você. Falou minha irmã com a voz falha.
Senti meu sorriso aumentar mais, e Matheus ficou me olhando sem entender nada.
- EU VOU SER TIA! Gritei feliz e abracei minha irmã.
Yasmin se olhava no espelho como se já soubesse.
Matheus ficou espantado e veio ao nosso encontro para nos abraçar.
Letícia e André apareceram na porta.
- Quem está grávida ? Perguntou Let.
- Matheus que não é. Falou André sorrindo.
Saímos os três do banheiro e levamos minha irmã para se sentar no sofá.
- Você sabia disso amor? Perguntou Matheus.
- Estava desconfiada, mas não sabia como contar. Falou minha irmã levantando as sobrancelhas para mim e então continuou. - Não sabia até uma certa irmã histérica sair gritando.
Sorri para eles e dei um beijo na testa de Yasmin e outro na bochecha de Math.
- Acho melhor deixar vocês sozinhos. Falei.
Eles concordaram, André e Letícia me seguiram de volta a cozinha enquanto eu dava pulinhos de felicidade.

Voltamos a cozinha e peguei um copo de suco de laranja. Enquanto Letícia e André estavam sentados e Carlos se levantava fazendo uma careta para André.
- Não vai comer nada? Perguntou Gabriel.
- Não estou com fome. Digo olhando para Lucca que estava sentado ainda ao lado da bruxa de cabelos cacheados.
- Come pelo menos um pão de queijo, se não você passa mal. Falou Gabriel.
Dou um sorriso.
- Você não é meu pai. Falo.
- Só estou preocupado. Disse Gabriel.
Todos olhavam para nós dois.
- Desde quando você se preocupa comigo? Perguntei arqueando uma sobrancelha.
- Desde que ele se apaixonou por você. Resmungou Carlos olhando para a janela.
- Desde que nos tornamos amigos. Disse Gabriel dando um passo pra frente ignorando a fala de Carlos.
Eu ainda encarava Lucca. Tanto que ele se levantou fazendo Paloma o olhar sem entender nada, Lucca pegou um pão de queijo e trouxe até mim.
- Come amor. Falou Lucca.
- Obrigado. Sorri com a cara de Paloma.
Lucca me deu um selinho e Gabriel revirou os olhos.
André arregalou os olhos como se não soubesse o que estava acontecendo.
- Onde estão os cavalos? Perguntei para qualquer um que respondesse.
- Vi alguns no estábulo perto de um dos chalés. Falou André agora se levantando da mesa.
Carlos revirou os olhos para André, aquela situação já estava ficando bem chata.
- Podemos montar se você quiser. Disse Gabriel.
- Eu também quero. Falou Lucca passando a mão em volta da minha cintura.
- Eu sei montar também. Disse André.
- Eu despenço. Disse Let.
- E vocês meninas ? Perguntou Gabriel para as duas víboras.
- Eca, eu não. Falou Babi.
- Cavalos fedem. Disse Paloma empinado o nariz.
Lucca soltou um risinho e eu o cutuquei com cotovelo.
- Vamos celar os cavalos. Falou Gabriel.
- Eu ajudo, o cômodo aqui já não está nada agradável. Falou Carlos em Alto e bom tom.
- Óbvio que vai melhorar quando você sair. Falou André em um sorrisinho.
Carlos ficou mais reto que o normal e deu um passo para frente. Letícia puxou a mão de André o levando para fora do alcance de Carlos.
- Vai subir? Perguntei.
- Sim. Disse Let.
- Pega minhas botas por favor? Falei.
- Pode deixar. Respondeu ela e saiu ainda puxando André.
- Ela estava louca pra ficar sozinha com o namoradinho novo. Falou Carlos encarando a porta da cozinha.
- Que merda Carlos, da pra calar essa boca? Perguntou Gabriel.
Carlos deu de ombros.
- Isso é ciúmes. Disse Gabriel encarando a mão de Lucca na minha cintura.
- Eu não sou o único né. Disse Carlos estralando os dedos.
Gabriel o fuzilou com os olhos e então os dois saíram pela porta dos fundos que dava direto no chalé dos cavalos.
Lucca e eu fomos até a sala onde Matheus estava subindo as escadas.
- Onde está minha irmã ? Perguntei.
- Foi tomar um banho. Disse Math.
- Não deixe ela fazer esforço algum. Falei firme.
Matheus bateu continência e sorriu.
- Pode deixar Capitão. Disse ele e continuou a subir as escadas até não conseguirmos mais o ver.
- E você, qual o seu problema? Perguntei me girando para Lucca.
- O que eu fiz ? Perguntou ele espantado.
- A gente "namora" esqueceu? Falei fazendo aspas e continuei. - Pra que ficar flertando com a Paloma bem na minha cara? Não vou ser chifruda.
Ele riu. - Caramba Lis, eu amo ela não consegui evitar.
- Vai a merda viu! E ontem então, eu soube que você ficou com ela na festa e não dormiu no seu quarto. Disse ríspida.
- Isso é ciúmes? Perguntou ele.
- Logico que não Lucca! Pelo o amor de Deus, mantenha o disfarce certo. Falei.
- Você não pode falar nada, você sumiu com o Gabriel ontem a noite. Disse Lucca.
- Mas eu não transei com ele. Digo arrumando a Barra do short.
- Não? Perguntou arqueando as sobrancelhas.
- Não! Digo.
- Eu sim. Falou ele.
- Com Gabriel? Eca. Falei rindo.
- Para de ser idiota. Disse Lucca rindo também.
- Depois que você parar. Digo.
- Tudo bem, prometo evitar ela e continuar à manter o "namoro". Falou fazendo aspas com os dedos.
- Acho bom viu, se não vou ser obrigada a terminar com voce de mentirinha. Falei apertando seu nariz.
- Que medo, mas Gabriel está te paquerando. Disse Lucca.
- Não está não. Falo dando de ombros.
Letícia e André desceram juntos as escadas.
- Podemos ir? Perguntou André.
- Aqui estão suas botas. Disse Let.
- Podemos. Respondeu Lucca.
- Só vou calçar as botas. Digo me sentando e as calçando.
Nos levantamos e seguimos direto para o celeiro onde estavam os cavalos.
O celeiro era grande, de uma madeira resistente que parecia nova.
Quatro cavalos estavam com as celas e de cabeças para fora.
Carlos estava parado cuidando deles.
- Onde está Gabriel ? Perguntei.
- Está vindo, ele foi trocar de roupa. Respondeu Carlos sem olhar para mim.
- Bom eu vou indo. Falou Let.
André se inclinou e a puxou pela cintura depositando um selinho em seus lábios.
Ela evitou olhar para Carlos. Se virou para André e soltou em um sorriso, um leve "Até mais".
Assim,Letícia saiu andando com suas bochechas coradas.
- Já podemos escolher os cavalos? Perguntei.
- Claro que pode Mini Rodrigues. Falou Carlos.
Olhei para ele surpresa, fazia tempo que não me chamava desse jeito.
-É, quer dizer... Alice, digo, os cavalos são mansos. Disse Carlos de um jeito gago, como se eu não tivesse gostado do apelido.
- Mini Rodrigues, como assim? Perguntou Lucca me olhando.
Sorri.
- Piada interna. Falei e pisquei para Carlos.
Ele sorriu de volta.
- Quer ajuda para subir? Perguntou Carlos.
- Eu sei subir sozinha. Falo sorridente.
Haviam quatro cavalos altos e saudáveis, um dos cavalos era totalmente claro, de um Branco feito neve e de cela, fazia ele parecer cavalo de filme. Já os outros dois eram de um marrom completamente sem falhas, como a cor da Madeira, e da mesma cor da cela, também havia um cavalo de uma cor quase amarela como areia da praia. Eles eram lindos, mas senti que o único que me chamou a atenção e que eu me senti confortável chegando perto foi o último cavalo. Sua cor era tão escura que chega impressionava, seu Preto era tão vivo e sua pele lisa.
- Escolhi. Digo passando a mão no cavalo que eu queria.
- Normalmente as mulheres escolhem os cavalos brancos, isso é, quando elas resolvem montar né. Falou Gabriel se aproximando e fazendo os garotos gargalharem com seu machismo.
Ele estava absurdamente lindo, com calça preta e uma blusa de frio justa ao seu ombro largo da cor azul com listras brancas. Seus óculos escuros escondiam os lindos olhos azuis. Em seus pés ele tinha uma bota pontuda Preta. Sua roupa estava adequada com o clima que estava. O frio me causava arrepios, mas o sol era visível para todos, com seus raios que tentavam clarear o dia sem trazer calor.
- Pois é, vamos se dizer que eu não sou igual às outras mulheres. Falo ríspida mas percebo que ele notou como eu o observei perdida em meus pensamentos.
- É o que vamos ver, quer umas aulinhas de montaria? Perguntou Gabriel sarcástico.
- Está duvidando de mim é? Pergunto seria.
André riu.
- Estou. Respondeu Gabriel apertando a cela do cavalo Branco, o que provavelmente ele montaria.
- Quer apostar que eu monto melhor que você? Falo me aproximando de Gabriel.
- Claro que quero. Disse ele.
- Melhor você não fazer isso. Disse André olhando para nós.
- Deixa a Mini Rodrigues brincar um pouco, mesmo que perca. Disse Carlos com um tom risonho, mas deu para perceber que ele não iria se dar o gosto de sorrir para André.
- Não falo pela Lis e sim pelo Gabriel. Disse Andre sério, e pela primeira vez Carlos e eles falaram diretamente um com o outro.
- Aposto Duzentos dólares. Disse Gabriel.
- Eu triplico. Falo rispida.
- Está falando sério Lis? 600 pratas? Perguntou Lucca de queixo caído.
- Oitocentos. Falou Gabriel aumentando a voz.
Chego um passo mais perto dele, de modo que sua respiração ficasse mais audível.
- Eu topo. Digo.
Apertamos nossas mãos e eu volto para perto de meu cavalo.
- Está apostado né? Pergunto endireitando a cela e tentando conter um sorriso.
- Claro. Disse Gabriel.
Observei em volta e vi que havia obstáculos baixos, provavelmente feito para os cavalos. Ainda olhando ao meu redor, vi Lucca e André nos cavalos marrons e Carlos no cavalo amarelo cor de areia.
Montei no meu cavalo puxando as rédeas.
- Posso ir primeiro? Perguntou Gabriel.
- A vontade. Falei.
Gabriel afirmou os pés em seu cavalo de modo que sentisse a pele do animal mesmo com botas. Gabriel em cima do seu cavalo Branco parecia mais lindo que sempre. Eles tomaram velocidade pulando alguns obstáculos. Seguiram reto em uma das pistas que haviam ali, Gabriel endireitou mais sua posição no cavalo puxando as rédeas para que o animal fosse em direção ao celeiro cavalgando por nós. Eles pularam um obstáculo e depois o outro. Com um sorriso de vencedor, veio para perto de nós.
- Peguei leve. Falou Gabriel aproximando o cavalo do meu.
Ele estava perto o suficiente para mim me esticar e sentir seu perfume. Ergui minha mão até os olhos dele, puxando o óculos.
- Já perdeu. Falei rindo.
Depositei o óculos em meu rosto ainda embriagada pela forma que estar perto do Gabriel é absurdamente desconcertante. Retomei minha postura.
Carlos, Lucca e Andre nos observavam. Deixei as rédeas largas e deixei meu cavalo andar.
Puxei as cordas para cima as fazendo cair no pescoço do cavalo. E então pegamos velocidade dando duas voltas no estábulo. Senti que a velocidade que o cavalo estava ainda não era o suficiente.
- Vamos. Sussurrei para o cavalo que atendia meus comandos.
Para irmos mais rápido dei a volta em zig-zag por alguns obstáculos que eu tinha em minha vista, o cavalo parecia estar em sintonia com meus comandos e comigo. Puxei a corda para o cavalo ir para a direita e então pulei, o primeiro, o segundo, o terceiro e mais quatro obstáculos que estavam a frente. Sempre mais rápido e rápido como sempre gostei.
Após sairmos dos obstáculos, decidi cavalgar e para impressionar que me observava, resolvi pular mais obstáculos. Não seria difícil para mim, afinal já havia feito aquilo.
Com a distância que estávamos, deixei a corda um pouco mais solta fazendo assim, o cavalo ter total segurança comigo e foi que aconteceu. Pulamos dois obstáculos de uma vez. Puxei a rédea para o cavalo parar e virar. Voltamos para onde estavam os garotos. Passei a mão no rosto do cavalo que estava comigo, escuro como a noite ele obedeceu os meus comandos.
"Obrigado" soltei em um sussurro para o cavalo.
Virei agora para a esquerda e voltamos para perto do celeiro onde estavam todos me olhando de boca aberta menos André.
- Uau, o que foi isso? Perguntou Gabriel espantado.
- Eu falei que era uma péssima ideia. Disse André rindo.
- Isso foi incrível Mini Rodrigues. Falou Carlos.
Sorri como resposta.
- Como você conseguiu? Perguntou Gabriel.
- Ela fez cinco anos de alpinismo. Respondeu André montando em seu cavalo. E logo depois Lucca e Carlos fizeram o mesmo.
- Foi trapaça! Falou Gabriel eufórico.
- Cada um usa as armas que tem. Digo e então completo. - E você me deve oitocentos dólares.
- Que roubo. Disse Carlos rindo.
Gabriel puxou a carteira do bolso, ela era preta com um pingente Prata. De um lado haviam cartões, diversos deles, e no outro bolso da carteira tinha muito dinheiro, várias notas altas. Ele tirou oitocentos dólares e entregou para mim.
- Aqui está. Disse ele ainda em cima do cavalo.
Estiquei o braço para pega-las. Dobrei e coloquei dentro do sutiã.
- Bom lugar para se guardar a grana. Disse Lucca rindo.
- Obrigada. Falo.
Gabriel ainda tinha a mesma expressão de antes.
- Podemos ir né gente? Perguntou Carlos.
- Claro. Falei.
Carlos foi na frente, pegando velocidade logo atrás estavam Lucca e André o seguindo.
Eles entraram perto das árvores.
- Vamos por ali. Falou Gabriel apontado o lado oposto ao que os meninos foram.
- Mas eles foram para lá. Falo olhando ma outra direção.
- Não está com medo né? Perguntou Gabriel rindo.
-Ainda dúvida de mim? Digo firme.
- Não, mas é lindo ver suas sobrancelhas erguidas. Disse ele.
- Seu ridículo. Falo rindo.
Gabriel bate sua corda e eu faço o mesmo, indo atrás.

Por AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora