Você bagunça a minha vida.

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Na manhã seguinte, após tomar meu banho e fazer minha higiene pessoal, fui trocar de roupa. Hoje estava frio, coisa rara aqui em Orlando.
Vesti uma calça jeans clara de tom gasto e fios brancos saindo, uma blusa longa de ombros de fora da cor Verde musgo com um tênis Preto.
Peguei a bolsa e então Letícia e eu seguimos para a faculdade.
Quando chegamos lá, Pedro e André estavam sentados juntos perto da árvore do Campus.
Let e eu vamos até lá e sentamos. Lucca comia chipps, sem pedir, coloquei a mão e comi.
Ele ergueu a sobrancelha e riu.
Let se aproximou de André e ele ficou vermelho.
- Cadê sua irmã ? Perguntei para Lucca.
- Ali. Disse ele apontando para poucos metros distante de nós, à nossa frente.
Victória estava sentada em uma das pernas de um homem muito boni.... pera, era o Gabriel. Peiquei para ver se não estava ficando louca e era ele mesmo. Os olhos de Gabriel encontraram os meus e eu abaixei a cabeça, para o saco de batatas.
- De onde sua irmã conhece ele ? Pergunto.
- De alguma festa, eu acho. Diz Lucca levando uma chipps até a boca.
Fico quieta e então ele me olha desconfiado.
- E você ? Conhece ele de onde ? Pergunta Lucca.
- Bom, é...hum... ele é meu chefe. Digo.
- E seu ex namorado. Fala ele.
- Como você sabe ? Pergunto arregalados os olhos, surpresa. Quer dizer, ele não foi um namorado. Completo.
- Você está entrelaçando as mãos, evitando olhar pra lá e não falou muito sobre ele e cá entre nós, você é bem falante. Diz Lucca.
- Nossa. Falo.
- Ama ele ? Perguntou.
- Que ? Falo.
- Ama o cara que está com a minha irmã no colo ? Pergunta Lucca.
- Ele é um idiota. Digo revirando os olhos.
- Não parece seu tipo. Diz Lucca.
- Ah é ? E qual é meu tipo ? Pergunto mudando de assunto.
- Malandros, agora aquele ali, tem cara de mauricinho. Fala ele.
Dou risada. - Que coisa de adolescente. Digo.
- Melhorando então a frase, você tem cara de quem se interessa por caras mais ousados e sem frescuras. Disse ele fazendo uma pausa, Lucca olhou para Gabriel, o analisando e continua a falar. - Agora aquele ali, tem pinta de empresário, que não liga para garota nenhuma, cheio de frescuras.
- E já que você pensa mal dele assim, por quê deixa sua irmã com ele ? Pergunto curiosa.
- Ela faz o que quiser da vida, só me intrometo se ela pedir e vice-versa. Responde ele.
- Inteligente. Digo.
- Sempre fui. Fala ele puxando a gola da jaqueta de couro.
E entao paro para o olhar, seus ombros largos vestidos por sua jaqueta de couro que não chamava tanta atenção, sua calça jeans mais formal e o celular indo para fora do bolso. É curioso como ele fica bonito misturando o formal com o informal.
- Sabe Lis ? Diz Lucca.
- O que ? Pergunto.
- O segredo da vida é não se importar se importando. Diz ele amassando a embalagem das batatas.
- Filosofou. Digo rindo e depois completo. - Amanhã você vai comigo na festa de um amigo.
- Vou é ? Pergunta ele.
- Sim. Digo.
- Vou pensar no seu caso. Fala Lucca.
- Eu estou mandando, não tem o que pensar, vai ser divertido, vai ser em um sítio o aniversário e a festa é do meu cunhado, você vai gostar de conhecer a minha irmã e vai ser útil divertido, por acaso eu já disse isso ? Falo rindo.
-Está vendo ? Pergunta ele.
- O que ? Digo.
- Você não para de falar. Responde rindo.
- Ó, desculpa. Falo desanimando.
- Gosto disso em você, me passe os detalhes certos e nos vemos amanhã. Fala ele acenando.
Concordo com a cabeça e ele sai. Levanto também para ir para a sala. Dou uma última olhada em Victoria e Gabriel. Gabriel estava apertando as coxas dela e sorrindo. Senti meu estomago embrulhar e logo saí dali.

Tive 3 aulas seguidas de sociologia, e sinceramente, dessa aula eu gostei. A sala estava cheia e havia um aluno novo, chamado Luís.
Quando deu a hora de todos sairmos da sala me aproximei de Luís. Seus cabelos eram de um tom quase loiro de tão claro e seus cachos pareciam cachos de anjos. Ele era alto e seus olhos grandes da cor de Mel.
- Olá. Digo.
- Oi. Responde ele desajeitado colocando seu material na bolsa.
- Sou Alice, prazer. Digo estendendo a mão.
Ele retribui meu gesto.
- Luís. Falou.
- É eu sei. Digo sorrindo.
- Como ? Perguntou ele.
- Escutei o professor falando.
- Engraçado ele né. Diz Luís.
- Com o tempo fica mais engraçado ainda. Falo rindo.
- Está aqui faz muito tempo ? Perguntou.
- Não tanto quanto deveria. Digo.
- Sei bem. Responde.
- Está gostando da universidade ? Pergunto.
- É grande, e eu sou brasileiro e pra piorar do interior, então é difícil se acostumar com lugares grandes. Responde ele.
- É normal ter alunos brasileiros por aqui, mas nunca conversei com muitos, eu ja visitei seu país. Digo.
- A cidade grande né ? Perguntou ele.
- Sim. Respondo.
- Sou do interior. Fala ele.
- Seu inglês é muito bom para um brasileiro. Digo sorrindo.
- Minha mãe é daqui, tenho dupla nacionalidade. Responde Luís.
- Que interessante. Digo.
Nos andávamos pelo o corredor, encostado na parede estava Gabriel sozinho.
- E seus pais, são daqui ? Perguntou Luís.
- Sim mas mudaram quando se casaram. Respondo.
Chegamos mais perto de Gabriel, fico pensando o porque dele estar aqui e poder perambular por onde quiser.
Gabriel veio em nossa direção e tentei não prestar atenção.
- Bom Dia quase tarde. Disse Gabriel olhando para Luís.
Luís ergueu a sobrancelha mas respondeu educadamente.
- Bom Dia quase tarde. Respondeu Luís.
- Poderia me deixar sozinho com a senhorita Alice? Perguntou Gabriel.
Olhei surpresa, que cena patética.
- Claro. Respondeu Luís e então se virou para mim. - Nos vemos por aí Alice, foi um prazer.
- O prazer foi meu respondo.
E Luís sai andando por aqueles corredores.

Encaro Gabriel com fúria nos olhos, e ele retibuia o meu olhar só que sorridente.
- O que você quer ? Pergunto.
- Vim saber se você vai amanhã pro sítio do Math. Responde.
- O acontecimento que ocasionalmente só vai ocorrer pelo fato de você ser um manipulador ? Digo ríspida.
Ele parecia se divertir com aquilo.
- Se quiser ver assim, tudo bem mas você vai né ? Perguntou Gabriel.
Reviro os olhos.
- Vou. Falo.
- Que legal. Diz ele entusiasmado.
- Mas eu não vou por você e sim pelo Matheus. Digo.
- Claro, podemos pensar assim. Responde agora sério.
Essa mudança repentina de Gabriel era assustadora ao mesmo tempo que curiosa.
- E como você está ? Pergunta Gabriel.
- Muito bem, obrigado. Falo seca enquanto andávamos até a saída.
- Eu também estou bem, fico feliz por ter perguntado. Disse Gabriel sério.
- Olha, não sei o que você está fazendo aqui. Digo suspirando.
- Vim ver uma amiga. Diz ele.
- Claro, a Vick é só uma amiga. Resmungo.
- E aproveitei para falar com você. Diz Gabriel ignorando meu comentário.
Fico quieta, tentando o ignorar. E reviro os olhos com sua postura de louco.
- Você tem tique ? Perguntou Gabriel sério.
- Tique ? Pergunto estranhando.
- É, toda hora seus olhos se reviram. Responde ele.
- Vou ignorar sua idiotice. Digo tentando evitar um sorriso, falhando por sinal.
- Ignore, não ligo. Diz ele sério e dando de ombros.
Evito revirar os olhos e faço cara de tédio. Por um lado ele tinha razão, mas eu não conseguia não revirar os olhos quando Gabriel usava sua mudança de humor.
- Seu emprego ainda está lá te esperando. Diz ele piscando.
- Mas eu não vou faz alguns dias. Digo.
- Eu sei, sou o chefe esqueceu ? Perguntou.
- Jamais. Digo.
- Mas ainda está de pé, você é uma funcionária interessante. Fala ele sorrindo.
- Quer saber ? Quem você pensa que você é para entrar na minha vida, bagunçar tudo e sair assim sem mais nem menos ? Você é ridículo, manipulador, egoísta e egocêntrico, não tem noção das próprias palavras. Digo evitando gritos desabafando.
Ele se aproxima ficando milímetros de distância de mim. Sinto sua respiração quente e seu perfume forte.
- E ainda tem capacidade de rir de tudo que é sério, até essa sua mudança de humor é ridicula igual você, sinceramente, você é um caso perdido. Falo tentando controlar o nervosismo de estar tão perto dele.
- Pelo menos uma vez... vê se consegue parar de falar. Diz ele é me beija.
E eu me entrego, retribuo ao seu beijo livremente. Em minha cabeça tudo girava. Meu coração palpitava e eu não sabia mais como respirar. Quando nós nos afastamos, ele sorria.
- Você até que beija muito bem, mas o problema de alguem conseguir namorar com você, é que você fala de mais. Diz ele rindo.
- Você é um idiota. Digo.
Ele me olhava com aqueles olhos de prender qualquer um. Quanto mais ele me olhava, mais eu tentava odiá-lo, e no entanto era esse o motivo pelo qual odiá-lo era impossível.
- Nos vemos por ai. Fala ele rindo e virando as costas enquanto se distanciava de mim.
- Vai pro inferno. Gritei.
Mas ele não virou para trás e continuou à andar.

Por AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora