Letícia e eu fomos encontrar André em um barzinho perto de casa.
No caminho fiquei me perguntando como que eu posso gostar tanto te alguém que eu mal " conhecia ", tão pouco tempo que assusta.
Uma vez eu li que sentimentos são psicológicos e de certa forma eu deveria pensar assim. De certa forma eu deveria organizar minha vida e tentar amar alguém que me mereça, esquecendo quem me machuca.
Talvez o problema seja eu complicar tudo de mais, só que não tem como acreditar nas palavras de Gabriel, não tem como tentar uma relação com ele se toda vez que sairmos vou encontrar com alguma das paquerinhas dele ou até mesmo aguentar as mensagens horrendas do celular dele.
- Chegamos. Diz Let cortando meus pensamentos.
Concordo e descemos do carro.
- Pera, onde você arrumou esse carro mesmo? Pergunto.
- Meu pai deixou lá na porta da casa da sua irmã. Me responde.
- Entendi. Falo.
O bar tinha uma aparência bonita, música alta e muitas pessoas.
Letícia e eu fomos até o bar onde provavelmente estaria André. Esbarramos em algumas pessoas que ali estavam.
Sentei em um dos bancos do bar sem olhar muito em volta, Letícia sentou ao meu lado e em pé estavam André e Lucca.
Lucca era realmente muito atraente, seus braços largos e pele bronzeada o destacavam.
- Oi. Disse ele em um tom meio tímido.
- Oi ! Respondo. E depois cumprimento André.
O barman se aproximou perguntando o que queríamos.
- Um explosão por favor. Peço.
Lucca se sentou no outro banco que havia do meu lado.
- E o senhor ? Pergunta o barman.
- Eu nunca vim aqui, não sei o que pedir. Diz ele e vejo sua timidez voltar.
Eu ri de certa forma de sua ingenuidade.
- Dois explosões. Falo.
Barman concorda e Lucca sorri para mim.
- Vai me embriagar é ? Pergunta ele.
- Qual é, não aguenta um pouco de álcool no sangue ? Digo rindo.
- Estou começando a achar que a senhorita está duvidando de mim. Diz ele rindo.
- Que nada. Digo.
Letícia e André tinham ido dançar, era possível ver eles sorrindo.
- Vocês são muito amigos né ? Pergunta Lucca.
- Com a Letícia são anos de amizade, já com André é um ano mas é uma amizade forte. Respondo.
- É admirável. Fala ele.
-E você ? Pergunto.
- Eu o que ? Pergunta ele.
- Você não tem amigos ? Digo rindo.
- Tinha. Responde.
- E não tem mais ? Pergunto.
- É uma longa história. Fala ele meio sem jeito.
- Desculpe. Digo.
- Não fez nada errado. Fala ele num sorriso.
O barman traz nossos drinks e eu agradeço a ele que se retira ao pegar o dinheiro.
- Mas você também pagou o meu. Fala Lucca.
- Foi por minha conta uai,um presente. Digo.
- Presente de que ?Pergunta.
- De um novo futuro. Falo.
Ele ri como se não tivesse entendido. A Música alta e agitada nos atrapalhava de conversarmos então levantei e o puxei.
- Vem comigo. Falo.
- Onde ? Pergunta ele.
- Só vem. Digo sorrindo.
E Lucca vem atrás de mim como pedi.Levei ele para fora do bar, e sentamos em um banco que tinha perto dali em baixo de uma árvore.
Sentei e ele fez o mesmo.
- Por que viemos aqui ? Pergunta Lucca.
- É ruim conversar lá dentro. Falo.
- Sabe que você deixou dois drinks para trás né ? Fala ele rindo.
- Você fica me devendo. Digo.
- Pensei que tivesse sido um presente. Diz ele arqueando a sobrancelha.
- Uma só, agora está devendo a minha. Falo rindo.
- Já sei como pagar. Diz ele.
- Como ? Pergunto.
- Assim. Diz Lucca se aproximando de mim.
Seus olhos encararam os meus e senti meu coração ir parar praticamente na boca, ele ia me beijar, o que eu deveria fazer ? Sair e o empurrar ? Bater nele ? Mas Lucca é tão legal, porém não posso iludir ele. Fechei os olhos e também fui para a frente, meu corpo reagiu assim sem meu próprio comando.
Quando estávamos perto o suficiente para acontecer o beijo que eu pensei que aconteceria ele me surpreendeu.
Me beijou, sim me beijou, mas na bochecha. Quando percebi que ele desviou de minha boca e senti seus lábios macios em minha bochecha me senti envergonhada e acabei rindo descontroladamente.
- O que foi ? Perguntou ele.
- Um beijo na bochecha Lucca, sério isso ? Pergunto.
- Pensou que seria aonde ? Fala ele.
Dou risada. - Em lugar nenhum, mas seu beijo em minha bochecha não vale meu drink. Digo.
- Vai dizer que não foi o melhor beijo da sua vida. Diz ele rindo e contraindo os ombros.
- Claro, foi o melhor beijo NA BOCHECHA da minha vida. Falo em um tom misturado de raiva com riso.
- Que foi Alice, tudo bem ? Pergunta Lucca.
- Sim, está. Digo.
É um pouco estranho ter ficado irada por não ter recebido o beijo que eu pensei que iria acontecer. Resolvi não pensar nessa minha loucura.
Quando me dei conta Lucca voltava ao banco com um algodão doce de cor azul.
- É mais barato que um drink. Diz ele rindo.
- Que mão de vaca. Falo.
- Qual é, esses pedacinhos de nuvens são bons, já drinks nos deixam alterados. Diz ele.
- Concordo plenamente. Digo.
Ele se sentou no banco mais perto de mim e ali dividiamos aquele algodão doce.
- Os meus amigos... Diz ele.
- Ham ? Pergunto.
- La dentro, no bar você me Perguntou dos meus amigos. Diz ele.
- Não precisa falar nada se não quiser Lucca. Falo.
- Me sinto a vontade com você, para contar. Diz Lucca.
- Pode começar então. Digo rindo e ele ri também.
Lucca retira um pedaço de algodão e o leva a boca enquanto olhava o céu sem dizer nada. Estava escurecendo e nao haviam estrelas ali, pelo menos nao que pudessemos ver. Era lua cheia, entao comecei a olhar admirada. Ficamos quase um minuto em silêncio, pude perceber que ele tinha um algum ocorrido que o preocupava e então resolvi mudar de assunto.
- Gosta da lua ? Pergunto.
- Olho sempre que posso e voce ? Pergunta ele.
- Eu amo. Digo.
- Sou apaixonado pelo o brilho dela. Diz ele.
- Sabia que a lua não tem Luz própria né ? Digo rindo e levando um pedaço de algodão doce até a boca.
- Não, não sabia. Fala ele.
Dou risada.
- Deveria ter prestado atenção nas aulas de ciências quando você era menor. Falo rindo.
Ele me mostra a lingua e como uma criança pega o último pedaço do algodão.
- Bom, a lua não tem luz própria. Digo e então completo. - As luz dela é provocada pelos raios de sol, por isso tem vezes que ela parece amarela.
- Impressionante. Diz ele.
- Muito. Falo.
E então o silêncio volta mas quem o quebra é Lucca.
- A algum tempo atrás, eu conheci uma garota. Diz ele.
O olho como se pedisse para continuar.
- Ela era muito bonita. Continua ele. - Um pouco fresca sabe ? Mas linda, tinha olhos mais escuros que os seus do mesmo tom de Verde e seus cachos eram encantadores, ela era brincalhona e de vez em quando falava umas gírias estranhas.
- Uau. Digo.
É estranho imaginar Lucca apaixonado, o vejo tão sério como se o amor não o pegasse.
- Mas estava muito apaixonado, ela era gentil quando queria e muito meiga. As vezes ela ria tão escandalosamente que chamava a atenção de todos, ela era muito meiga e quando estávamos sozinhos o lado safado reinava e foi isso que me encantou. Nós éramos muito diferentes e o que eu sentia por ela em pouco tempo me assustava. Desabafou ele.
- O amor é assim mesmo, nao olha as diferenças - Ou até olha - e nos prega peças, nos fazendo se apaixonar por quem menos se espera .
- Eu aprendi isso. Diz ele contraindo os ombros. - Nós nos víamos poucas vezes na semana, ela me dizia que trabalhava muito e bom eu sempre acreditei no que ela me dizia. Contei para meus amigos - amigos de anos - Que eu estava finalmente amando, pensei que eles ficariam felizes por mim mas estava enganado. Falou ele.
- Seus amigos não gostaram ? Pergunto.
- Não, eles diziam que conhecia o tipo de garota que ela era e até saíamos juntos mas eles nunca gostaram dela e sempre me diziam que eu sofreria. Nunca acreditei e sempre a defendi, ela também não gostava deles até que um dia briguei feio com meus amigos defendendo ela, e então nos afastamos. Disse Lucca e então continuou. - Pensei que seria feliz tendo o amor da minha boneca mas um dia a peguei me traindo e discutimos e tudo mais, até tentei aceitar que ela me traiu e continuar com ela, mas com o tempo passando nos discutíamos e cada vez à princesa que eu sempre idolatrei se transformou e me mostrou ser tudo o que não era.
- E o que ela se mostrou ser ? Pergunto.
- Grossa, vamos se dizer que um pouco rodada e acima de tudo, muito manipuladora. Nós terminamos e então eu resolvi me mudar,meus amigos deveriam me achar um estúpido e eu não queria mais ser o brinquedinho dela e foi assim que eu vim terminar meu curso de direito na mesma faculdade que você. Diz ele.
- Que triste Lucca, sinto muito, olha eu acho que você deveria ir pedir desculpa aos seus amigos por não os ter escutado, afinal amigos estão aqui para nós ajudar e entender quando erramos e acima de tudo nos perdoar e aprendermos com os erros. Digo.
- É difícil Lis, mas acho que consigo. Fala ele.
Eu sorrio e dou um beijo em sua bochecha. Ele cora.
- Fico feliz. Digo.
- E você ? Não tem uma história de amor perturbada ? Ou você namora ? Pergunta Lucca.
Dou risada.
- O amor vem pros distraídos e eu sou muito atenciosa pra isso. Bom, eu gostei muito de um homem que era galinha e manipulador também . Digo rindo.
- Me conta. Fala ele.
E então lhe conto sobre Gabriel e eu.

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Por Amor
Teen FictionAlice Rodrigues é uma garota em fase de amadurecimento e descobertas. Após entrar de cabeça na roda de amigos, de sua irmã mais velha Yasmin Rodrigues. Ela acaba por aceitar um romance - Nao tão romance assim - com Gabriel Swan. Melhor amigo de sua...