Capítulo TRÊS: Eu fui suspenso

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MAKOTO

Estar na enfermaria não é uma boa maneira de terminar uma missão.
A dor que o veneno me fazia não é muito diferente de ser posto numa fogueira. Mas quando se tem amigos que lutam para te proteger tudo está bem.
E esse exatamente é o problema.
Quando a cobra de seis metros nos atacou, estava tudo sob controle,mas eu tinha que ter alguém para me proteger.
Primeiro, eu fui direto para o ataque e daí eu falhei e ela me mordeu. Rick no primeiro momento que a atacou ele a pulverizou. Claro, se ele não tivesse feito isso eu estaria morto, mas eu não queria isso. Eu mesmo posso me proteger, eu mesmo posso cuidar de mim. Eu não quero proteção, eu quero confiança.
Agora estou aqui!
Em uma sala branca deitado em uma espécie de maca, com ataduras envolta de meu ombro. A enfermeira, Sra. Tut para ser mais preciso, me disse que se eu tivesse me esforçado mais um pouquinho eu teria que usar cadeira de rodas e abandonar os Strates.

- Mas qual era a espécie daquela cobra? - eu perguntei para a enfermeira Tut.
Ela usava roupas brancas de enfermeira, jaleco, calça, tudo branco.
- Pela sua descrição, é uma sucuri. - Ela respondeu.
- Isso é impossível! Sucuri não é venenosa!
- Uma sucuri infernal possuída por deons.
- Mas qual é a diferença? Mesmo assim ela não é venenosa!
- Não, é claro... ela produz toxinas.
- Qual é a diferença? Sucuri não produz toxina!
- Eu disse que era uma sucuri infernal possuída por deons.
- Hum. - Eu cocei a cabeça. - Mas o que ela causa?
- A toxina lhe causa: vômito, diarreia, mal estar, e, provavelmente, paralisia cerebral que... - ela parou para pensar - bem... praticamente, é um veneno!
- Então, o que faremos agora?

- Vamos começar com o seguinte.

Ela aplicou uma vacina no meu braço, na seringa continha um liquido vermelho estranho, eu gritei.

- Por que isso?
- Isso... - Ela balançou a seringa na minha frente. - Vai te curar em 10 horas. Até lá, estará suspenso de usar seus poderes.
- E devia doer tanto assim? - eu esfreguei a mão no meu ombro.
- Devia, assim eu saberei quando estiver fazendo efeito! Mas já vai passar.

Todos os ossos do meu corpo doía, mas devagarinho a dor foi se tornando em um sentimento, quente e confortável, eu estava me sentindo forte. Não mais alguém que foi atacado por uma cobra infernal. Mas esse conforto todo se foi quando Rick e Yllana entraram na enfermaria.
Eles usavam o uniforme de inverno da S.O.S. o que significa que tínhamos uma missão bem congelante.
A Yllana estava com as mãos nas suas têmporas- esse era o seu gesto de quando ela estava com raiva. E Rick estava logo atrás dela.
Toda vês que algo estava na frente de Yllana, ela chutava resmungando:
- Eu poderia ter acabado com ele!
- E você seria presa! - Respondia Rick. - Ele iria te processaria e a S.O.S. te condenaria à morte. Você sabe que para os "chefões" desse lugar, quem é preso é considerado criminoso.
- Fica quieto seu panaca, idiota, cocô de deon...

- Esses aí são seus amigos? - cochichou a Sra. Tut para mim, e eu não pude dizer nada a não ser responder:
- Digamos que eles são amigos de outro mundo. - Eu olhei para Rick e para Yllana que agora estavam um no pescoço do outro.
- O que aconteceu?

- Bem... - Rick largou o pescoço de Yllana e ela fez o mesmo. - Ela foi atropelada por um caminhão!
- Alguém se feriu? - Sra. Tut não estava interessado na confusão, mas acho que ela perguntou só para desempenhar seu papel de enfermeira.

- Só o motorista e dois guardas de trânsito. - Rick disse isso tão rápido como se ele tivesse dito a coisa errada a Yllana o castigaria.

- Uh! Mas como? E a Yllana?

- Estou bem! Não precisa se preocupar!
- Eu não estou preocupado! Estava me referindo a como você foi atropelada e não parou em uma cadeira de rodas.

A Floresta Maldita - LIVRO UM (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora