Capítulo TREZE: Essa não, são Ghouls!

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YLLANA

Hoje, a noite foi estranha.
Nós fugimos duas vezes e nessas duas vezes, fomos capturados.

Eles parecem não se importar muito com a gente, se sim eles já teriam nos matados. E por que eles querem tanto o din do Rick?

Se você não sabe o que é din, eu explico: Din é de onde vem todos os nossos poderes, o núcleo de toda a nossa força. É muito normal nascer com seu din de acordo com a sua família. Rick possui dons de fogo pois sua família é do clã do fogo e, não é só isso, o nome completo de Rick é: Rick Simonds Esfor. Simonds vem de seu pai, o clã do fogo norte. Esfor vem de sua mãe, o clã do fogo sul. Com essa união, o maior din de todos se escondeu no corpo de Rick, a Fênix, o pássaro de fogo que renasce das cinzas, o "Din animal". Muitos inimigo já tentaram capturar Rick para usar a Fênix e ressuscitar alguém mas, nunca deu certo. E se outra pessoa está tentando fazer a mesma coisa, então é melhor prevenir.

Já Makoto, não se sabe muito sobre ele. Dizem que sua família tem uma ligação com o Lobo Fenrir (o lobo da mitologia nórdica que irá iniciar o Ragnarok). E que eles estão esperando a benção de seu din nascer na criança prometida. Seu avô diz que Makoto nasceu com essa bênção. Ele também pode controlar alguns elementos da natureza, com exceção do fogo e do raio.

Eu, por outro lado, meus poderes já me denunciam. Tenho dins de luz e de trevas, a mais poderosa desde as guerras entre os reinos de Sandora e Omeriun. E não me contaram mas nada daí. Meu nascimento ainda é mantido em segredo até de mim mesmo.

***

Quando o céu escureceu, nós dormimos. Claro que eu não queria dormir mas, era como se eu tivesse desmaiado sem receber uma pancada na cabeça.
Quando acordei, devia ser umas sete da manhã.
Olhei ao redor da prisão e encontrei Makoto. Ele estava com outra roupa, dessa vez, ele vestia armadura de couro leve com tiras de metal e acabamento de bronze. E não era só isso, eu também acordei com uma armadura.
Uma armadura Sandoriana muito leve e somente as maiores guerreiras usava ela. Seu brilho prateado reluzia com a pouca luz que entrava pela janelinha.

Mas o que importava não era a armadura e sim o estado de Makoto. Ele voltou a ser afetado pelo veneno. Era para o efeito ter passado a algumas horas mas, como ele continuou a usar seus poderes, o que só fez com que piorasse.

Eu toquei a sua testa, ele estava ardendo em febre. Se nós tivéssemos nosso "termômetro" aqui conosco poderíamos saber a sua temperatura. Mas ele fugiu com a nossa médica e três desconhecidos. Tá legal, eu disse para ele fugir e sim, era importante ele ter feito isso. Eles queriam o Rick e é nosso dever protegê-lo (O que foi? Não posso me preocupar com um membro de nossa equipe?).

Makoto não conseguia se mexer, muito menos falar. Eu tinha que nos tirar daqui, agora era meu dever fazer isso.

Eu me levantei, e senti um peso nas minhas costas, levei a minha mão até lá. Uma espada de noventa centímetros, feito de um aço negro, seu cabo era feito de puro prata e uma espécie de escrita estava em sua base em letras que brilhavam ao movimentar ela: "Tenebris timores", que significa Teme Trevas em Latim.
Eu já tinha escutado historias sobre a Teme Trevas: uma espada usada por uma guerreira do clã da luz, ela possuía esse nome pois, até os seres das trevas mais horríveis temiam aquela arma. E agora estava em minhas mãos.
Isso só podia ser um truque, eu dizia para mim mesmo, não tem como uma arma tão importante estar em minhas mãos.
Foi quando uma coisa se encaixou na minha mente. A Floresta Maldita antes era chamada de Cidades dos Ventos, um lugar de onde só reinava a paz. Mas um dia, um rei maldoso tomou posse dessas terras fazendo com que o guardião daquele lugar desaparecesse. Dizem que seu espírito ainda esta aí protegendo e ajudando heróis que enfrentam esse rei.
Foi Kevin quem me contou essa história pois, ele não só esteve aqui como ele já viu esse espírito do guardião. Foi assim que Kevin ganhou a "Dark Blade", sua pequena adaga que é capas de cortar qualquer coisa.

Mas não podia me concentrar na "Tenebris Timores" para sempre. Embainhei a espada e me direcionei até Makoto.

- Como se sente? - Perguntei a ele.
- Urgh! - Respondeu.
Makoto fez uma careta, em seguida, espirrou. Seu espirro saiu como um sopro tão forte que derrubou a porta que nos prendia. Eu olhei para os guardas que estavam no chão incapacitados de se levantarem com uma porta de metal de duas toneladas bem preparadas e anti-fuga.
- Mandou bem! - Disse a ele.
Antes que ele desse outro espirro eu coloquei meu dedo em seu nariz, assim, ele não espirrou.

Agora, essa era a nossa chance. Apoiei Makoto em meu ombro esquerdo e com a mão direita estava segurando a Tenebris Timores bem firme. E caminhei pelo corredor escuro.

***
Caminhei em direção ao buraco em que Rick entrara para resgatar Amy - e espero que os dois estejam bem, - e percebi que o lugar estava bloqueado com pedregulhos. Tentei tirar alguns do caminho, sem sorte.
Makoto resmungou mais um pouco e disse:
- Talvez se eu... - Ele esticou a mão esquerda em direção das rochas e antes que eu pudesse impedi-lo todas as pedras se partiram revelando a passagem e algumas ficaram formando uma escada.

- Isso foi perigoso para você! - Disse a ele. - Era para você parar de usar seus poderes!
- Eu sei! Mas precisamos...- Ele balbuciou de dor.
Ele nem precisava terminar a frase para me entender que precisávamos nos apressar. Chegamos ao pátio da entrada do castelo só para ver a saída ainda destruída e vários guardas pelo chão.
Eu xinguei um palavrão ao ouvir passos de mais guardas chegando. Com certeza notaram que nós sumimos.
Quando caminhei em direção até saída, senti alguns segurando o meu pé. Um dos guardas que devia estar morto se agarrou firme minha perna. Eu o chutei na cabeça e ele largou. Depois ele começou a se mexer de novo junto com todos os outros guardas que se levantaram. Os olhos deles agora eram órbitas fundas e escuras, sua pele era bem azulada e seus dentes eram pontiagudos.
Normalmente vocês pensariam: "Então são zumbis, ótimo!" Mas nós diríamos: "Essa não, salvem suas vidas! São Ghouls!" O que é totalmente diferente.
Bom, eu prefiro zumbis, são mais lentos, só que eram Ghouls, mais rápidos e mais espertos por que seus donos dos seus corpos ainda estão no controle como se nuca tivessem sido mortos. E, só para não me esquecer de mencionar, eles comem carne humana, o que acho bem nojento. Se as pessoas que matamos estavam ressuscitando em forma de monstros azuis só pode dizer uma coisa: O rei Ghouliadas estava por perto (longa história).

O primeiro ghoul que estava em minha frente soltou um grito - que parecia mais um rugido - e avançou. Eu o cortei o ar com a minha nova espada e ele hesitou. Parece que ele era esperto o suficiente para não encarar a arma de aço negro.
Eu caminhei até a saída e os monstros estavam relutantes em não deixarmos ir mas ninguém queria encarar nem eu e nem a espada.

- Isso mesmo! - Eu gritei tentando parecer intimidadora carregando Makoto em meu ombro. - Eu estou usando uma espada e não tenho medo de usar!
Na verdade, eu estava morrendo de medo usa-la. Estava tremendo só por segura-la, era como se a espada odiasse tudo o que for feito de trevas, e adivinha, meus poderes são trevas, se não fosse a luz eu nem sabia se era possível eu usar aquela arma.

Quando andei meio caminho Makoto já estava recuperado, não totalmente mas o suficiente para andar sozinho.
- Quase lá! - Alertou ele.
Estávamos nos aproximando até a parte fechada da floresta, já do lado de fora do castelo. Os Ghouls mantinha uma distância segura, alguns guardas -ainda vivos - se juntavam na meia dúzia de Ghouls esperando que um deles ataquem.
Lentamente chegamos na floresta densa. Os monstros rosnavam impaciente querendo alguma reação de nós.
Makoto direcionou seu olhar para mim, já preparado para correr.
Agora era eu quem estava impaciente. Ainda com a arma em punhos, tentei me concentrar e evocar a luz, fiz esforço enorme e gritei, finquei a espada no chão e com um corte, uma parede de luz apareceu na nossa frente.

- Corre! - Eu gritei.
Depois disso mergulhamos na parte perigosa da floresta. Olhei para trás e notei que alguns Ghouls se desintegravam com um grito abafado quando se chocavam na parede de luz.

- E agora? - Perguntou Makoto que estava correndo -não sei se mancar e tropeçar era correr- bem ao meu lado.

- Vamos encontrar o Rick! - Eu disse ofegante, eu desviei para o lado bem ao tempo de uma lança quase me acertar. - Espero que ele esteja vivo!
- Que pena! - Disse uma voz feminina e distante. - Ele vai ser uma de suas ultimas preocupações agora!

Então, gostaram?
Desculpem pelos atrasos. Eu tento postar toda semana os capítulos mas eu estou sem internet esses dias, por isso nem toda semana posso postar.
Mas eu tenho certeza que estariam curiosos para saber o que vai acontecer no próximo capítulo.
Espero por seus votos e comentários e se tiver algo de errado com o livro ou algum erro de português, por favor me avisem!
Tchau!!! ;)

A Floresta Maldita - LIVRO UM (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora