Capítulo VINTE E TRÊS: Somos os Strates, Somos a S.O.S.

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RICK

Eu sei que gostamos de exagerar quando o assunto é morrer. Mas simplesmente achei que eu não tinha salvação, sentia meu espírito abandonando meu corpo tão rápido quanto um deon tentando roubar a minha alma.
Depois de um tempo vendo o preto, me sentia flutuando em um espaço vazio negro apenas pensando no que será de mim.
— Não ache que você irá morrer! — Disse uma voz gélida, quase humano, como uma serpente sibilando. — Seu din impede a sua morte.
Quem está aí?  Disse em pensamentos, pois eu não conseguia falar uma única palavra.
— Não sou eu o intruso neste mundo, Sr. Simonds. Você é quem está aqui, eu só estou no caminho entre a sua vida e a sua...
Não me encha! Apareça logo!
— Meu nome é Sayake! — Respondeu ele. — Mas não irei me identificar à você, não agora. Apenas estou aqui para dizer que: "É melhor você falhar, ao lutar contra Havena. Se não terá de enfrentar à mim e eu não sou um inimigo qualquer!"
Só isso?
— Ah! Diga um "olá" à Yllana por mim quando voltar. E seus amigos estão lhe esperando!
Assim que ele disse aquilo, eu abri meus olhos sentindo-me retornar ao meu corpo.
***
Estava deitado na cama de um hospital. Amy estava à minha esquerda e minha mãe à direita e ambas seguravam as minhas mãos.
— Graças a Sandora! — Falou minha mãe enquanto me abraçava, mas eu gritei de dor.
— Desculpa!
Olhei ao meu redor e vi Makoto rindo, junto à ele estava a Sr. Tut, a mãe de Amy. Yllana estava sentada mexendo no seu celular sem demonstrar algum tipo de alívio.
Ela olhou para mim.
— Oh! Você está vivo! — E depois voltou à se concentrar em seu celular.
Depois disso, algo me veio à cabeça.
— Meu telefone! Estava na outra roupa!
Depois Yllana ficou surpresa.
— E minha pistola sagrada! Jacob havia pegado ela!
Nós encaramos Makoto.
— Não olhem para mim! — Ele disse balançando as mãos. — Eu nem sentia falta daquela espada, já que eu ganhei uma nova! — Ele olhou no relógio. — Preciso ir, tenho que fazer um relatório do que aconteceu em nossa missão.
Eu fingi uma tosse chamando a atenção dele.
— Mas antes, quero um abraço de todos vocês! — Pedi e todos eles o fizeram. Mas eu dei uma batidinhas nas costas de Makoto, retirando um "presentinho" das sombras e grudando lá.
Todos se afastaram e Makoto foi embora. Quando ele saiu, escutamos gritos e pancadas vindo do lado de fora da sala do hospital.
Yllana olhou para mim rindo.
— Você colocou um papel escrito "Me chute" nele, não foi? 
Eu ri e todos acompanharam com uma gargalhada.
Amy me deu um beijo mas foi afastada pela minha mãe.
— Depois iremos conversar sobre esse "Namoro" de vocês. — Disse ela fazendo aspas em "namoro".
A Sr. Tut aproximou-se de mim e entregou-me um envelope.
— Aqui está a receita de seus medicamentos. Parece que seus cinco dias dormindo já conta como descanso.
— Cinco dias! Achei que fosse bem menos!
Eu tentei traduzir o que estava escrito mas Amy tirou de minha mão e tentou ler:
— Aqui possui nomes de vários remédios que eu vou lhe mostrar... e também diz que precisará descansar por muito tempo.
— E o diretor Snake esteve aqui... — Continuou minha mãe. — Ele disse que vocês terão seus castigos duplicados na beira do vulcão do Havaí.
Eu suspirei.
— E Lucy? — Lembrei. — Onde ela está?
— Está em casa. — Respondeu ela. — Ela foi conhecer a sua irmã.
Encarei a minha mãe não podendo acreditar naquilo.
— Ela é filha de meu pai com outra pessoa, você não fica zangada com ele por esconder...
Ela pediu silêncio.
— Meu filho, seu pai nunca escondeu nada de mim. Eu sempre soube de Lucy e sempre quis conhecê-la. Eu ficaria zangada se ele estivesse tendo um caso com outra mulher enquanto estava junto comigo.
— Nuca se sabe, não é? — Opinou Yllana. — Ele está sumido a tanto tempo que ele pode mesmo está tendo um caso com outra... — Ela se calou quando viu o olhar ameaçador de minha mãe.
***
Como é bom estar em Santarém novamente. Eu achei que não iria sobrevier naqueles dois dias que eu passei na Floresta Maldita. Quando cheguei em casa, encontrei Lucy e Wanessa (minha irmã mais nova) sentados no sofá da sala de estar conversando sobre vários assuntos de menina.
Lucy, ao me notar, fez um olhar de aliviado.
— Como está se sentindo? — Perguntou ela.
— Sinto como se uma pessoa chamada Baltazar me acertou no estômago com uma de suas garras afiadas quase me matando...
Ela me interrompeu e pela sua cara, vejo que ela tem uma notícia ruim.
— Tudo o que enfrentamos foi uma ilusão. — Disse ela me deixando sem ter o que falar. — Minhas irmãs, Marina e Anastácia, até à ultima pedra do castelo era uma ilusão.
— Mas... como... — Gaguejei. — Eu vi ele explodir! Eu senti a sua lâmina perfurando a minha barriga!
Seu pensamento dizia para eu me acalmar.
— Quando você destruiu as ilusões dele, você o forçou à se mostrar completamente e... ao conseguir seu sangue, ele abandonou a Floresta Maldita.
— Isso é bom ou é ruim?
— Os dois. Agora que ele tem seu sangue, tudo o que resta é encontrar a tumba de Havena. — Antes que eu pudesse dizer algo, ela me interrompeu. — Mas... agora que a floresta foi libertada das mãos daquele monstro, tudo voltou a ser como era antes. O nome "Floresta Maldita" foi excluído, agora retornou à ser Cidade dos Ventos.
— Isso é uma coisa boa! — Disse.
— Mas isso foi tudo graças à vocês. — Seu olhar ficou mais sério. — Agora eu terei de voltar, para minha casa. Rony está cuidando das mudanças enquanto eu estou fora. A cidade inteira está retornando ao seu devido lugar e os antigos moradores também souberam da notícia. Vocês são heróis, seus nomes e suas histórias estão sendo contadas para adultos e crianças.
Era impossível não sorrir.
— Mas não ache que vocês estarão à salvo! — Avisou ela. — Havena irá retornar em pouco tempo, assim que eu souber de algo que lhe ajude em sua missão irei avisá-los. Mas até lá, cuidem-se!
— Somos os Strates... — Brinquei. — É impossível estarmos seguros!
Ela sorriu, beijou a minha bochecha e se despediu.
— Espere! — Gritei antes que ela fosse embora. Estava incomodado com a visão que tive em meu estado de coma. — Você conhece alguém pior que Havena? Alguém que tem alguma coisa em comum com voz de cobra, chamada Sayake?
Seu rosto ficou sério.
— Rick, você está escondendo alguma coisa?
— Não, é claro que não! — Menti. — É uma dúvida que eu tenho que fica na minha cabeça!
Ela não caiu nessa, mas mesmo assim respondeu:
— Digamos que Sayake é uma pessoa mil vezes pior que Havena.
Eu engoli em seco.
— Obrigado pela resposta!
Ela me abraçou, e enfim, partiu.
— Foi muito bom conhecer ela. — Disse Wanessa.
***
Agora eu estava sozinho em meu quarto, mexendo em meu computador falando por email com meu amigo Henrique Aguiar. Eu estava compartilhando minhas missões para ele, já que eu sempre o confiei e ele sempre escreve as histórias sobre nós em forma de livros.
Eu estava quase terminando a história quando alguém bate na porta. Era a Amy.
— Então, como está?
— Estou bem! — Respondi.
Ela pegou um apito que estava ao meu lado.
— Vejo que você vai querer mesmo esse cavalo. — Ela iria assoprar mas eu a impedi.
— Você não disse que eu só teria uma chance? Então é melhor deixar por última hora.
Ela riu e me deu um beijo de língua por alguns segundos e depois fitou as mensagens.
— Henrique Aguiar. — Disse ela lendo o remetente. — Por que você não pede ajuda à ele?
Eu ri.
— Ajuda para quê?
— Sabemos que há muitas pessoas pelo mundo que possui dons. E precisamos de muita ajuda se quisermos derrotar Havena. — Ela sentou na minha cama se sentindo confortável. — Peça ajuda à ele. Diga para ele transmitir uma mensagem para as pessoas que possuem poderes procurarem a S.O.S.
Eu considerei a ideia.
— Por onde começamos? — Perguntei.
— Eu digo por onde começamos! — Respondeu Yllana que estava entrando junto com Makoto em meu quarto. Ela me empurrou de minha cadeira e começou a digitar. — Eu primeiro!
— Ah! Yllana... — Avisou Makoto. — Você pode pular a parte em que eu fui mordido pela cobra? É que essa cena vai me deixar um pouco envergonhado.
— Só porque você perdeu as calças e tivemos que comprar novas...
Ele me bateu.
— Está bem! — Concordou Yllana.
Todos rimos dele e Yllana começou a digitar contando nossa história para nosso amigo Henrique Aguiar.
***
E agora estamos aqui. Eu, Henrique Aguiar, transmito  esta mensagem trazido por meus amigos: Rick Simonds, Yllana Strate e Makoto Eracom, à todos vocês que, se possuírem algum dom ou sabe lidar com magia, se você tiver entre doze e quatro mil anos, procure pela S.O.S. Ela está localizada em Santarém. Pergunte para alguém se eles conhecem os Strates, assim eles te levarão até nós.
Os Strates precisam de socorro e só vocês podem ajudá-los.
Alistem-se para a S.O.S. (SERVICE OPTMUS STRATES) e nos dê a sua mão para derrotar um mau que está preste a renascer.
Rick, Yllana e Makoto precisam de toda a ajuda possível.

OBS: Não pagamos seu salário caso falhe na missão, não nos responsabilizamos por qualquer membro fraturado  e caso você não for aceito na  S.O.S. apagaremos a sua memória.
E se você descobrir qualquer segredo nosso lendo este livro... CONSIDERE-SE MORTO!

***

Aqui jaz o ultimo capítulo, só lembrando que terá epílogo.
Vocês prestaram atenção no nome daquele amigo de Rick, o Henrique Aguiar? Ele me parece um pouco familiar, não?
A continuação deste livro é: De Olhos Abertos. Que já está em publicação e agora que terminei este livro, terei mais tempo para escrevê-lo.
Então, gostaram de: Lendas dos Strates- Livro um: A Floresta Maldita?
Se sim, digam-me se vocês quiserem que eu escreva o: Lendas dos Strates- Livro dois: A Tumba de Havena. Pois se este livro continuar aqui e se vocês gostarem, colocarei a continuação.
Até lá, Tchau...!!! ;)

A Floresta Maldita - LIVRO UM (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora