Ela, estudante aplicada de Geografia.
Ele, estudante aplicado de Direito.
Ambos da mesma Universidade, apenas prédios distintos.
Ela não que relacionamento sério.
Ele na...
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PRÓLOGO
Alguns anos antes...
Despeço-me da minha mãe, que chora. Afinal nunca é fácil uma despedida, ainda mais depois de tudo que passamos. Mamãe sabe a dor que estou sentindo e o motivo da minha partida.
— Não vá, minha filha, você pode fazer outra faculdade aqui pertinho, não precisa ir pra longe. Eles não vão mais pisar o pé em casa — minha mãe promete, tentando me fazer mudar de ideia. Infelizmente, nada do que disser agora mudará o que aconteceu.
Posso fazer faculdade na região, mas não quero, não posso, preciso ir. Aqui não é mais o meu lugar. Eu preciso ir, preciso me encontrar e pela primeira vez na vida tomar as minhas próprias decisões.
— Mãe, eu já disse, está na hora da senhora me deixar crescer. Preciso seguir meu caminho — tento explicar mais uma vez, meu coração doí por ver minha mãe nessa situação, não queria vê-la chorar, já basta as minhas lágrimas.
— Filha, eu não tenho culpa. Juro que se eu soubesse teria te contado. Jamais apoiaria uma coisa dessas.
— Eu sei, mãe. — Uma lágrima teima em sair dos meus olhos. Olho para cima e tento controlar minhas emoções.
É difícil, mas a dor que estou sentindo vai passar. Tudo nessa vida passa, nada vai durar para sempre.
— Jura que vai ligar? Promete que vai vir me ver sempre? — Vejo o sofrimento em seus olhos. Ela sofre assim como eu.
— Eu juro e prometo! — A abraço mais uma vez. — Te amo, mãe. Obrigada, mas agora tenho que ir.
Pego minha bolsa, entro no ônibus, procuro minha poltrona e sento. Coloco os óculos escuros, fones no ouvido. Olho pela janela e vejo minha vida passar como um filme.
Como pude acreditar em tudo? Como pude ser tão cega e não enxergar o que acontecia bem na minha frente? Debaixo do meu nariz.
Limpo mais uma lágrima.
— A partir de hoje escrevo a minha própria história, hoje irei chorar tudo que tenho para chorar. Mas será a última vez, nunca mais derramarei uma lágrima ou deixarei alguém me fazer de idiota — digo baixinho para mim mesma. — Isso é mais que uma promessa.
