CAPÍTULO 25 - MARCELO

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CAPÍTULO 25 — MARCELO

Marcelo

Fiz tudo o que estava ao meu alcance para apoiar Clara e dar a ela o conforto nesse momento tão difícil. Estava em seus olhos a luta que traçava para estar ali com a mãe. A sua recusa em sair do hospital não foi apenas por medo de estar longe da mãe. Mas medo de encontrar alguém lá fora.

Depois de muita insistência consegui faze-la ir até a cantina, no caminho precisei a deixa-la sozinha para ir no banheiro e foi nesse exato momento que tudo aconteceu.

Quando saio do banheiro me deparo com Clara ajudando uma pequena menina a beber água, fico vendo a cena imaginando como ela seria como mãe. Infelizmente não deu para fazer a surpresa que eu tinha preparado para ela essa manhã. Quando voltarmos de viagem irei fazer. Clara pelo visto vai ser uma boa mãe e eu um ótimo pai. Pensar em um futuro juntos é o que eu mais tenho feito nesses últimos dias. Um cara alto, branco se aproxima de Clara e da menina. A fisionomia de Clara muda na mesma hora, fica mais rígida e tensa. Quando a pequena menina sai correndo foi possível ver que Clara fica cada vez mais agitada. Será que é alguém que ela conhece? Aproximo-me e escuto o final da fala do cara.

— Canalha que você gritava o nome várias vezes enquanto gozava — o homem diz.

— Bem que você disse, gritava. Agora é Marcelo que ela grita e se eu fosse você ficaria bem longe dela. Ou vou ter que te afastar de um jeito não muito legal — digo abraçando Clara pela cintura.

Quem esse safado pensa que é? Clara é minha e não admito que ninguém fale com ela dessa forma.

— Pelo visto trouxe outro cão de guarda — o cara diz sem medo.

— Não sou o cão de guarda. Mas posso ser se isso for preciso — respondo me segurando para não arrebentar a cara dele aqui dentro.

— Chega Flavio, você não tem nada a fazer aqui. Se retire. — Clara pede.

— Vim ver a minha sogra. Já que a filha desnaturada a abandonou e deserdou a irmã. Agora ela está aqui jogada em uma cama de hospital — O tal do Flavio diz com ironia.

— Sínico — acusa Clara.

— Vou indo, mas vamos nos encontrar mais vezes —sai pelo corretor.

Não entendo o que aconteceu aqui. Quem é ele? Por que Clara ficou tão nervosa com a sua presença? O que ele quis dizer com sogra e filha desnaturada? Somente uma pessoa pode me responder essas perguntas. Ela está parada na minha frente sem saber o que fazer.

— Obrigada — agradece sem graça.

Se eu perguntar será que ela vai responder? Preciso arriscar.

— Quem é ele?

— Meu cunhado — fala olhando em meus olhos.

— Cunhado?

Clara abaixa a cabeça, e fala tão baixo, parecendo que levou várias facadas, sua voz quase não sai.

— Cunhado e ex-noivo.

Então é isso, Clara foi trocada pela irmã, percebo que ela começa a chorar. A abraço e decido não fazer mais perguntas vou dar o tempo que ela precisa, se ela confiar em mim logo irá contar tudo que aconteceu no seu passado.

— Clara, vou procurar o médico responsável e saber como sua mãe está. Já reservei um quarto em um hotel aqui do lado. Depois iremos para lá, você precisa tomar um banho e se alimentar.

Jogando com a Sedução - postagens diáriasOnde histórias criam vida. Descubra agora