Capítulo 3- Clara

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CAPÍTULO 3 — CLARA

Começo a sentir um calor infernal. Levanto a cabeça do travesseiro, olho no criado-mudo e vejo no relógio que é quase uma da tarde. Custei a dormir, fiquei pensando na revelação do Montanha, isso só me fez ter mais ódio da princesa de bordel.

Apesar de que chamar Dayana de princesa do bordel, é ofensa as putas, pois tenho certeza que elas têm mais caráter que essa princesa dos infernos. Preciso arrumar outro apelido "carinhoso" para ela. Piriputa combina mais com a Dayana. Então esse será o seu apelido carinhoso. Ela vai pagar pelo que fez com Montanha.

Preguiça boa para ficar na cama, mas não posso, o negócio vai ser me rebocar desse colchão. Daqui a pouco as meninas chegam pra gente conversar sobre os últimos acontecimentos.

Sei que pensaram que o quarteto fantástico morasse juntos, mas não moramos. Eu moro sozinha, diferente da Carol e Eva que são de Dourados e moram com os pais. Eu sou de uma cidadezinha chamada Rubineia, no interior do estado de São Paulo a mais de 900 km de distância de Dourados.

Sempre quis ser professora, mas para satisfazer uma certa pessoa cursei dois anos de Administração na FUNEC, na cidade de Santa Fé do Sul, apenas 15km de distância da minha cidade natal. Você deve estar pensando que isso é perfeito, ficar perto da nossa cidade e família. Só que não. Quando o destino começa a pregar peças, não é tão perfeito assim, minha vida virou de ponta cabeça. Tive que tomar as rédeas da situação e escrever o meu próprio destino. Foi difícil, mas consegui, larguei a faculdade de Administração, prestei vestibular de Geografia na UFGD, passei, peguei minhas coisas e mudei para Dourados. Foi a coisa mais certa que já fiz na vida.

Levanto da cama, a arrumo, depois vou para o banheiro tomar um belo banho. Escovo os dentes, penteio meu cabelo e coloco um vestido soltinho. Vou para a cozinha pego um iogurte e bolacha e volto para a sala, ligo o som e começa a tocar uma música que me faz lembrar de uma época que quero esquecer.

Mudaram as estações, nada mudou

Mas eu sei que alguma coisa aconteceu

Tá tudo assim, tão diferente

Se lembra quando a gente

Chegou um dia a acreditar

Que tudo era pra sempre

Sem saber que o pra sempre, sempre acaba

Mas nada vai conseguir mudar o que ficou

Quando penso em alguém, só penso em você

E aí, então, estamos bem

Mesmo com tantos motivos

Pra deixar tudo como está

Jogando com a Sedução - postagens diáriasOnde histórias criam vida. Descubra agora