Marcelo
Todos dizem que sou um cara de sorte. Não posso discordar, a vida sempre tem sido generosa comigo. Estou no quarto ano de Direito na UFGD, um curso que gosto e sempre quis fazer. Faço estágio no escritório do meu pai, que é um advogado com renome aqui da cidade. Boa faculdade, bom emprego e para completar uma namorada linda. Dayana, é o seu nome, loira, linda, educada, estamos juntos há pouco mais de três anos.
O início do nosso namoro foi conturbado, ela tinha um ex-namorado que estava a perseguindo, além do susto de uma gravidez, mas isso foi descartado, era apenas alarme falso. Muitos dizem para que eu tenha cuidado com ela, mas Dayana nunca fez nada para me causar desconfiança. Sempre amável, companheira e principalmente gostosa.
Mesmo tendo uma namorada linda e perfeita, isso não me impede de olhar para outras mulheres. O meu olhar sempre fica preso em uma mulher específica, ela me fascina, nunca troquei uma palavra com ela, mas sei quando está triste ou alegre. Sempre a vejo no corredor da faculdade, mas não sei nem seu nome. Ela é uma morena de cabelos encaracolados, dona do mais belo sorriso que já vi; fico a observando de longe. Percebi que sempre anda com um cara alto, loiro, de cabelos compridos que parece um guarda-roupa, mas com o tempo percebi que são apenas amigos, e tem as amigas que sempre estão juntas, uma ruiva e outra morena. Houve um tempo em que achei que estava namorando com um cara alto, branco, mas parece que era só amizade mesmo.
Ela é um mistério, algumas vezes parece uma menina delicada e meiga, outras vezes parece um mulherão, com um olhar forte e penetrante. Duas mulheres em uma só.
Durante três anos foi assim, sempre a observava de longe e ela nunca notou a minha existência. Talvez tenha me visto e ignorado, mas na noite de sexta-feira ela enfim resolveu notar a minha presença.
De tanto Dayana insistir, decidi ir a uma boate chamada Unik, mesmo não gostando. Confesso que não gosto de lugares cheios de gente, prefiro ir a um barzinho e ficar de boa, curtinho uma boa conversa.
Assim que entramos na boate, procuro um lugar para sentar. Olho para a pista de dança e vejo a minha morena, linda, rindo e dançando. Seu corpo mexe conforme a música, seu sorriso me prende. Fico fascinado a observando, ela parece dançar para mim. Um show que estou vendo de camarote.
— Marcelo! — Alguém balança meu braço, sou despertado e volto para a realidade.
— Que foi? Para de ficar puxando meu braço, Dayana — digo, insatisfeito por ter feito eu parar de olhar para a pista de dança.
— Nossa, parece que você está no mundo da lua, estou te chamando e você aí olhando para o nada.
— Desculpa! — Realmente esqueci que Dayana estava comigo.
— Alessandro e Camila estão aqui — Dayana diz, mostrando que os dois já estavam sentados em nossa mesa.
— Desculpa aí, Alessandro e Camila, estava pensando em uns processos do escritório e acabei me distraindo — invento uma desculpa.
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Jogando com a Sedução - postagens diárias
RomansaEla, estudante aplicada de Geografia. Ele, estudante aplicado de Direito. Ambos da mesma Universidade, apenas prédios distintos. Ela não que relacionamento sério. Ele na...