Envolvidos - Terceiro livro da série Envolvidos no amor. #Bessa3 [Completo] BR

Reencontro e Confissões

Por Léo

A escola que estudo segue o patrão de todas as demais escolas. Existem grupos. Apenas alunos com características iguais podem fazer parte de dado bando. Existem o grupo daqueles que nasceram com QI avançados, que fazem invejas a muitos, inclusive a mim. Esse é o grupo dos Nerds. Mais a frente temos o grupo dos fortes e valentes, cuja a sabedoria resumisse a nada. Ao lado deles as barbies ambulantes esbanjam suas magrezas e quilos e quilos de maquilhagem. Existem também os punks, aqueles carinhas que religiosamente se vestem de preto. Nada contra eles, mas um banho não faria mal a ninguém.

Não faço parte de nenhum deles. Não me incluo dentro destes círculos falhos de amizade.

Cheguei na sala de aula atrasado, quase no horário do toque final. Por sorte do destino o horário estava vago. A maioria dos alunos estavam entretidos, algo me chamou a atenção. A cadeira da Gabriela estava vazia, mas sua carteira estava toda decorada com post it.

Anormal

Rejeitada

Feia

Desprezível

Estranha

Seu cabelo é horrível.

As palavras estavam todas lá. Quando olhei para cima, encontrei uma Gabriela chocada.

- A magricela chegou, galera. - Uma garota falou.

- A coitadinha. - Outro falou, levantando indo de encontro a Gabi. - Será que você serve para usar e jogar fora?

As risadas preencheram a sala, Gabriela murchou.

- Galera. - A loira ficou em pé na cadeira. - Ela SÓ serve para ser usada e consequentemente jogada na lata do lixo.

Ricardo. o garoto que tinha a fama de pegar todas foi para o lado da Gabriela. Ele passou a mão por seu cabelo, ela se afastou. Ele não desistiu, foi para mais perto sussurrando algo que a fez estremecer.

- Sai de perto dela, Ricardo. - Tomei um susto ao escutar minha voz, irada.

Ele virou cuidadosamente.

- Isso não é contigo, Léo.

- Larga ela.

- Olha só, acho que o Leonardo já comeu a garotinha aqui.

Minhas mãos estavam em volta do pescoço magricela dele, a cada segundo Ricardo perdia cor, ficando roxo. Não vi a hora que pus as mãos nele, mas não queria soltá-lo. Esse garoto precisava de uma lição.

- Leonardo. - O professor de matemática gritou.

A força que exercia foi abrandando.

- Não chegue perto dela. Não jogue sua carga negativa sobre ela ou eu vou ter que te fazer comer areia. - Falei olhando para seus olhos negros. - Esqueça-a.

O professor nos mandou para a direção. Ricardo era frouxo, disse que não era nada demais. A diretora disse que se voltasse a ter problema com nós os dois, que ela tomaria medidas cabivéis.

No fim da manhã ouvi alguém me seguindo. Era ela. A menina de cabelo cor-de-rosa.

- Leonardo. - Ela arfava devido aos passos largos.

- Se foi pelo que aconteceu antes da aula...

- Obrigada por me defender.

- Faria por qualquer uma.

- Não importa. Fui eu.

Quando os passos quebraram o silêncio, Gabriela disse.

- Muito obrigada mesmo, Léo.