Sr. Nelson

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Acordei rindo com o vento.

O que um bom orgasmo não faz?

  Trabalhei em quatro sessão. Três mulheres e um homem. Terminei o dia exausta e clamando por chegar em casa e pôr o esqueleto na horizontal, apesar do cansaço estava feliz pois meu trabalho voltou a ser conhecido e muito procurado, além de está ganhando bons lucros o que significa que estou perto de quitar todas as minha dívidas e que em breve terei meu próprio local de trabalho.

   Ao fim da tarde passei pela imobiliária pedi o carro do pai emprestado para ir ao supermercado, seu mau humor já havia passado e ele estava feliz pelas vendas que estavam subindo. Reparei que Fred já tinha ido embora e pensei por um segundo que ele estava muito sumidinho para meu gosto. Será que finalmente ele se rendeu aos desejos carnais? Minha curiosidade iria ficar para outra hora, pois precisava ir com urgência ao mercado, minha geladeira estava a água e ovos.

**

  Odeio ir ao supermercado. Sei que isso algo praticamente impossível para uma mulher mas não gosto muito de fazer compras. Não tenho paciência para passar horas e horas em frente as prateleiras, nem para as filas nos caixas, muito menos para o estacionamento. Não sei o porquê das pessoas insistirem em estacionarem seus carros de modo errado. É raro encontrar uma vaga “certinha”. A maioria das vezes fico chateada com a falta de educação dos condutores, nem quero citar aqueles que balizam em estacionamentos para deficientes, esse mereciam um castigo daqueles.

  Depois de xingar mentalmente o ogro que estacionou seu carro bem próximo ao calhambeque do papai, abri a mala do carro para colocar as compras, ao virar para tentar entrar no carro escutei uma doce gargalhada, em seguida meu corpo paralisou.

— Papai, podemos tomar sorvete? — A menininha perguntou para ele.

— Claro, Fransciquinha mas só quando chegarmos em casa. — Meus olhos estavam tirando uma com minha cara. Não podia acreditar no que estava vendo. O pai era ninguém menos que Joaquim Bessa.

Que filho de uma puta!

  Um garotinho segurava a porta do carro enquanto Joaquim colocava a menina na cadeirinha.

Dois filhos!

Apertei a chave com tanta força na mão que a sentir perfurar a pele.

— Posso passar? — A voz de uma mulher grávida me arrancou dos meus devaneios. Dei uma passadela para o lado, cedendo a passagem.

Ela começou a ir na direção do carro dele.

Não, contorne o caminho. Vá para o outro carro, pelo amor do anjo.

  Mas ela parou perto dele. Joaquim passou a mão na barriga da moça e em seguida a beijou nos lábios.

  Além de ser pais de duas crianças, a mulher dele estava grávida.

Agora sei que a frase “Todos os homens são iguais.” É verdadeira. Como ele era capaz de fazer isso com a mulher e com os filhos?

  Estava me sentindo mais suja que pano de chão. Não acredito que tinha feito com os outros o que fizeram comigo.

— Não acredito. Não acredito. Não acredito.

 Bati a cabeça no volante várias vezes até a mesma começar a doer.

O homem pelo qual perturbava os meus melhores sonhos eróticos era casado.

C-A-S-A-D-O!

  Assim que cheguei em casa apaguei o número dele do meu celular. Já estava atolada em problemas graças o meu dom de fazer burrice e jamais me permitiria machucar aquela mulher. Assim como eu, ela não merecia ser traída.

Envolvidos - Terceiro livro da série Envolvidos no amor. #Bessa3 [Completo]  BROnde histórias criam vida. Descubra agora