Trinta, a idade do poder!

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"Estou viva."

Assim que cheguei em casa mandei a mensagem para Frederico.

"Ainda bem." F.

"Desculpa atrapalhar o seu encontro."

"Como você sabe?" F.

"Você costuma digitar uma carta e pelas duas palavras da mensagem anterior deduzi que esteja muito ocupado no momento. PS; Se for cair na tentação lembre-se de usar camisinha."

"Cala a boca, Nora Real."

Antes de descartar o aparelho em qualquer lugar, mudei o descanso de tela. Sorri quando vi a bunda do Joaquim preenchendo toda a tela do meu celular.

Tô ficando louca!

Já depois de um banho me enrosquei no sofá para ver mais um episódio da série Arrow. Repeti com ele o lema de todos os inícios de episódios. "My name is Oliver Queen."

Quero um arqueiro desse em minha vida.

**

Acordei com o barulho da televisão. Eram cerca de sete da manhã e já fazia um calor de fritar um ovo no asfalto.

Alguém deu umas batidas fortes na porta. Pensei que o barulho tinha vindo da televisão mas o som veio a soar novamente.

- Aqui está a bicicleta. Cadê meu boné? - Meu irmão segurava a bicicleta da D. Margarida que agora estava novinha em folha. A pintura estava impecável. Até a cestinha foi pintada de um rosa bem suave.

- Bom dia, Léo.

Ele deu um pulo para trás.

- Minha nossa. Vou esperar você escovar os dentes e tomar um banho, assim podemos negociar.

Ri com ele.

- Acabei de acordar, Léo. Queria que estivesse cheirando a rosa?

Dei uma tampa de leve em seu ombro.

- Entre. Volto logo.

Escovei os dentes, lavei o rosto e voltei para a sala.

- Pronto. Obrigada por ter levado a bicicleta.

Léo olhava para um vaso avermelhado pintado com finas listras branca que estava ao pé da estante.

- Você mora em um museu. - Falou ironicamente. - Cadê a recompensa?

Dei de ombros.

- Ah não me diga que você me enrolou. - Léo reclamou.

Abri a porta do armário da sala onde tinha guardado a sacola da loja que comprei o que ele pediu.

- Está aqui bobo.

Léo abriu a sacola com uma pressa incrível. Olhando para o reflexo de um porta-retrato ele ajustou o boné na cabeça. Leonardo é o meu oposto. Seus cabelos são castanhos-escuros, muito diferente dos meus loiros. Ninguém diz que somos irmãos. Até o Léo diz que foi adotado. Quando minha mãe descobriu que estava grávida, quase não acreditou. Meu pai ficou todo contente com a notícia, se sentindo o próprio Abraão quando descobriu que Sara conceberia um filho seu já em uma idade avançada. Meus pais o criaram como se tivessem a cuidar de um vaso que estava prestes a estatelar e virar pó. Não foi por mal mas o cuidado excessivo da parte dos meus pais geraram um Léo que tem tudo nas mãos, nunca foi lhe negado nada. Por isso tinha medo do Leonardo se tornar uma daqueles seres humanos que não conseguem dar valor a nada. Quando estamos juntos tento de todas as maneiras lhe passar alguma coisa boa. Mas quem disse que Léo quer está na companhia da irmã "velha"?

Envolvidos - Terceiro livro da série Envolvidos no amor. #Bessa3 [Completo]  BROnde histórias criam vida. Descubra agora