As últimas três semanas passaram-se como um flash para Amy. Ela já começara a ter pequenos testes na faculdade e fizera alguns poucos amigos, Charlotte poderia ser a pessoa com quem mais se aproximara entre as pessoas na faculdade.
Ela passara a encontrar Arthur todos os dias bem cedo no Starbucks, Eles conversavam sobre tudo. E quando ela disse que precisava de ajuda na história do cinema, ele disse que sabia um pouco sobre o assunto, e começou a ajudá-la.
Realmente, tudo estava perfeito na vida dela, até aquela noite de terça-feira.
Ela estava em casa, junto a Charlotte, elas estavam se tornando bem próximas, conversando sobre qualquer assunto que aparecia no momento, conversavam sobre o clássico Psicose.
-E eu realmente não acreditei que ele era o assassino - Amy contou a ela - Ele parecia ser apenas o cara estranho.
-Querida, me deixa eu te contar algo - Charlotte se aproximou e encarou os olhos castanhos de Amy - O cara esquisito sempre é o vilão.
Amy deu de ombros e pegou outro pedaço da torta que Lotte trouxera.
-Disseram que o reitor está doente - Lotte mudou o assunto.
-Da escola? - Amy questionou.
-Sim - Lotte olhou para o chão - Dizem que ele não vive mais de um ano.
-Parece triste, Lotte. Você o conhecia? - ela colocou a mão no ombro de Charlotte.
-Só falei com ele pessoalmente três vezes, sabe? Ele sempre foi simpático, e gentil. Era uma boa pessoa. - respondeu, uma lágrima desceu pela bochecha rosada.
Charlotte era assim, uma princesinha , Portadora de cabelos loiros e dourados, olhos azuis cintilantes, pele pálida e limpa, lábios rosados e bochechas rosadas, ela tinha altura média e era bem magra. Sabia se vestir bem, diferente de Amy, era inteligente e amigável, era muito sensível também.
Ela estava chorando.
Oh-oh.
Amy não sabia lidar com pessoas chorando.
-Vai... Vai ficar tudo bem. - tentou.
Charlotte enxugou as lágrimas, ela continuava bonita.
-Eu sei. É só que... Eu espero que tudo seja um simples boato. O mundo precisa de pessoas boas. - Depois disso, Charlotte ergueu a cabeça e sorriu - Vamos parar de falar nisso, vamos?
-Claro - Obrigada, Deus.
No momento seguinte, ouviram uma batida na porta.
Amy franziu as sobrancelhas e se levantou. Quem poderia ser? As únicas pessoas que recebera em sua casa foram Charlotte, o porteiro e Arthur - que veio uma vez, quando ele "confundiu" o prédio, o que ela sabia que era mentira, já que o motorista dele, Will estava na portaria e que ela morava no terceiro andar, e ele no vigésimo - Amy seguiu até a porta e abriu a maçaneta, logo sobressaltando-se com a pessoa que viu na porta.
A figura parada na porta era uma mulher rechonchuda, pele bronzeada excessivamente e desregulamente, usava um vestido colado e brilhoso, com um laço enorme na cabeça.
Amy arregalou os olhos. Droga, droga, droga.
Era Giny.
-Priminha! - Giny gritou e a abraçou, ação que quase sufocou a loira.
-Giny - Amy tentou não parecer irritada por ela estar ali - O-o que está fazendo aqui?
-Ah, amor, vim seguir a carreira dos meus sonhos, vim ser atriz de Hollywood! - a prima respondeu, logo passando pela porta e empurrando Amy - Nossa, que lugar brega esse seu apartamento. E olha tem uma pessoa na sua casa, quanto você pagou para ela ser sua amiga? É sua amiga mesmo, ou algo mais? Sempre suspeitei! Qual é seu nome, amor? Finalmente Amy conheceu alguém.
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Ele não é tão Cego Assim
RomanceArthur Harrinson não nasceu cego. Ele havia visto as cores, a face de seu irmão, sua mãe e seu pai, era um menino saudável, ninguém nunca pensou que algum dia o menino fosse estar em um carro, logo na hora que um caminhão em alta velocidade perde o...