-Preciso ir até a cena do crime, Amy. – ela ouviu Louisa Brandon falar do outro lado da linha.
-Eu duvido que ela esteja intacta, Louisa. As investigações na casa acabaram há dias.
-Eu sei, já li os relatórios da polícia, quero ver se eles deixaram passar alguma coisa.
-E como você espera que eu consiga entrar lá? E ainda com uma estranha! Só fui naquela casa uma única vez, e duvido muito que eles confiem em mim para me deixar entrar.
-Ah, meu Deus, Amy! Use essa cabeça! Finja que vai lá porque... Esqueceu alguma coisa? Ou porque você quer saber como todos estão.
-E como eu explicaria você?
-Você é minha babá e eu sou uma adolescente chata e mimada que quer ir pra onde você for.
-Odeio mentir, sabia? – Amy trocou o telefone de ouvido.
Louisa resmungou alguma coisa antes de terminar a ligação.
§
Na tarde seguinte, as duas estavam na frente da mansão.
Louisa vestia roupas de marca e mascava um chiclete, o que realmente fazia a garota parexer uma menina mimada.
Amy se aproximou e um dos dois guardas que ficavam no portão deu um passo a frente para identificá-las.
-Oi, eu sou Amy Fontenelle... A namorada de Arthur - ela disse - essa é... Regina Wood.
Louisa encarou o cara e deu de ombros.
-Vocês avisaram à alguém que vinham?
-Não, na verdade, eu queria saber como todos estavam, depois dos acontecimentos, entende?
O homem assentiu.
-Entendo, mas precisarei comunicar a sra. Harrinson primeiro.
Ele abriu o portão e entrou na propriedade. Cinco minutos depois, o outro guarda colocou uma mão no ouvido, talvez recebendo uma resposta do companheiro.
-Podem entrar. - ele disse, dando passagem para as meninas.
§
Enquanto elas andavam em direção a porta principal, Amy esperava ver alguma expressão impressionada ou curiosa na face da jovem detetive, mas ela mantinha a aparência combinada.
A porta se abriu antes mesmo de chegarem, e Kate Harrinson apareceu.
Amy tentou esconder a surpresa ao ver a mulher que, na primeira vez que se conheceram estava deslumbrante, com os olhos brilhantes e que parecia dez anos mais nova do que realmente era, num estado tão acabado, Kate tinha olheiras profundas debaixo dos olhos castanhos, que também estavam vermelhos e inchados. Ela ainda vestia pijamas, apenas cobertos por um roupão de seda.
-Olá Amy, querida. - ela disse - O que faz aqui? Quem é essa garotinha?
-Olá, sra. Harrinson, eu vim para saber como a senhora e os outros estavam. - recebeu um sorriso da mulher - E está é Regi-
Louisa deu um passo a frente, e olhou para Kate com olhos críticos.
-Regina Wood, Amelia está sendo minha au pair hoje.
A mulher ergueu uma sobrancelha "Au Pair?"
-Basicamente uma babá, a mãe dela é uma colega minha... Ela era suposta para vir buscar Regina algumas horas atrás, mas pediu para eu levá-la para casa, e como aqui era caminho...
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Ele não é tão Cego Assim
RomansaArthur Harrinson não nasceu cego. Ele havia visto as cores, a face de seu irmão, sua mãe e seu pai, era um menino saudável, ninguém nunca pensou que algum dia o menino fosse estar em um carro, logo na hora que um caminhão em alta velocidade perde o...