Deixe-me contar uma coisa sobre o ser humano.
O ser humano é perigoso, é traiçoeiro, mentiroso e depressivo.
Este tenta a qualquer custo suprimir seus pensamentos ruins. Fazendo o uso de sentimentos irreais e ilusórios.
Aqueles seres que nasceram puros e sem a capacidade de criar ilusões para si mesmo é classificado como doente, louco, não humano.
Mas o que é humano?
A matança, o roubo, o ódio são praticados todos os dias, mas os seres que praticam tais são perdoados por que se sentem arrependidos.
Não, ele não se arrepende. Ele se ilude e mente.
A mentira sempre esteve presente.
A vantagem de ser um ser puro é que não é necessário mentir, ele mataria, e ele matava porque gostava.
Ele matava porque era de sua natureza matar.
Ele matava porque era necessário.
Ele matava para sobreviver.
Como qualquer animal faria.
E o que é o ser humano?
Um animal.
§
-Onde você estava às 22:56, no dia 28 de Junho de 2015, Senhorita Amelia Fontenelle. - o oficial ligou o gravador.
-Estava conversando com os irmãos Harrinson, no quarto de Trevor. Estávamos bebendo e nos divertindo, e, de repente, ouvimos um barulho, eu desci para ver o que tinha acontecido, e quando eu vi a mulher m-morta, subi as escadas e não encontrei nenhum dos dois.
-E quem pode provar isso? Os dois irmãos sumiram, quem pode dizer que não foi você? - o homem de terno a interrogou, com um olhar que parecia penetrar a alma de Amy.
-Eu não fiz nada - ela respondeu, decidida - Escute, meu namorado sumiu, e o irmão dele também. Quem pode dizer se eles estão vivos? - sentiu um frio na espinha - Eu só quero encontra-los.
-Precisaremos que alguém prove que a senhorita não está envolvida no crime. Por que até lá a senhorita é uma suspeita.
-Eu não estou envolvida nisso! - exclamou
-É verdade. -disse uma voz atrás dela - ela não está.
Ela olhou por cima do próprio ombro, havia um jovem parado na porta. Ele era alto e magro, com cabelos vermelhos como fogo, os olhos, mesmo de uma certa distância, eram perceptivelmente azuis como o céu.
Cara, ele era bonito.
-Eu a vi descendo as escadas no momento do barulho - disse - e subi as escadas alguns segundos depois dela se não me engano. Eu estava com... Uma garota, no quarto ao lado.
-Tem certeza que era essa garota, senhor Harrinson? - o oficial perguntou.
Ah, então era um Harrinson.
-Absoluta, Amy, não é mesmo? - ela assentiu. - A namorada do meu primo, estou correto?
Ela assentiu novamente. Primo de Arthur... Nunca ouvira-o citar nenhum primo,
-Tudo bem. - o homem resmungou - Estamos terminados, por enquanto.
Amy se levantou e acompanhou o primo de Arthur pela saída.
-Obrigada - ela disse quando chegaram aos jardins.
Assim que o assassinato na noite anterior foi informado à polícia, estes vieram de prontidão para a mansão, analisando o corpo e interrogando pessoas. Um detetive também foi chamado assim que o desaparecimento dos irmãos foi certo.
-A propósito, meu nome é Raymond, mas pode me chamar de Ray. - ele sorriu brevemente, estendendo a mão.
-Amy - ela aceitou o cumprimento.
Eles ficaram parados encarando as plantas bem cuidadas pelos empregados da mansão por uns dez segundos bastante desconfortáveis.
-Como você se sente? - o ruivo quebrou o silêncio - Em relação a... Tudo isso que está acontecendo.
-Sinceramente? Acho que a ficha ainda não caiu. Parece que eu vou entrar ali e Arthur ainda estará lá e a mulher que foi assassinada estará fazendo o trabalho que ela costumava fazer. Deve ser a adrenalina, sei lá - ela continuou encarando as folhas.
Ele soltou uma risada sarcástica.
-Parece mesmo.
-Você já falou com os outros? Kate, Fred, o avô de vocês...? - Amy perguntou, finalmente voltando-se para Ray.
Ele passou a mão pelo cabelo. Reflexo de nervosismo. Ela conhecia aquele movimento. Arthur fazia quando hesitava antes de falar alguma coisa. Ou quando estava com vergonha.
-Já... Estão bastante preocupados, mas acho que a ficha não caiu para eles também. É um estado de choque.
-Ah, Sim. - Amy balançou a cabeça - Sabe, acho que é melhor eu ir para casa, preciso... Esfriar a cabeça.
-Eu entendo. - os olhos azuis do homem encontraram os dela - eu posso dar uma carona, se quiser.
Ela aceitou
§
A volta para o apartamento de Amy fora bem silenciosa, não havia como não ser. A noite havia sido longa.
Quando chegaram ao destino, ela se despediu brevemente e entrou na construção preguiçosamente.
Amy chegou ao seu apartamento e jogou-se em sua cama, Ah! Doce cama. Ela sentia como se não dormisse nela há semanas.
O que ela iria fazer? O que ela podia fazer? A vida real não era como em um filme onde a mocinha bancava de heroína e salvava todo mundo.
Amy não tinha ideia de nada.
Fechou os olhos.
Um barulho a acordou.
-O que você está fazendo no meu quarto, Amelia?! - a voz falou - Você sabe que eu durmo aqui! Qual é o seu problema? Eu preciso do meu sono de beleza, eu sou atriz!
Era Giny.
Para ser sincera, Amy havia esquecido completamente da existência daquela garota.
A loira se levantou e Giny começou a entrar no cômodo, mas Amy a impediu, el a empurrou para fora do cômodo.
-O que está fazendo? Você não tem cérebro? O quarto é meu!
Mas Amy fechou a porta na cara dela.
Claro, não sem antes lançar o dedo do meio para ela.
§
O dia seguinte passou fomo um flash, e Amy se sentiu inútil o dia inteiro. A ficha havia caído, e ela gastou sua tarde pensando nas piores coisas que poderiam acontecer. Ela se imaginou indo a um necrotério para identificar um corpo, se imaginou em um vestido preto e óculos escuros, ouvindo um homem recitar versos consolando uma família que acabara de sofrer a dor da perda.
Amy não gostava desse sentimento, ela já havia o sentido anos atrás e a experiência a fez querer tirar a própria vida certa vez.
Mas, tarde da noite, ela viu uma luz.
Ela poderia contratar um detetive para ajudá-la. Amy queria fazer alguma coisa, não queria ficar sentada esperando por notícias.
Ligou o computador e, por uma hora, procurou por cada detetive em Los Angeles que ela poderia contratar e que parecia eficiente.
Como esperava, não havia muitos profissionais aptos que pudessem ajudá-la em um caso de sequestro. A maioria que ela achou tinha um anuncio do tipo "Descubra se ele é fiel". A única pessoa que ela achou foi uma investigadora anônima de um blog que ela encontrou, nesse blog, a detetive relatava os crimes que havia solucionado.
Havia um email para contato.
Com esperança, Amy enviou uma mensagem perguntando se poderia encontrar com a desconhecida para discutirem sobre o problema de Amy.
Ela sabia que o blog poderia ser falso, e também sabia que os Harrinson provavelmente já haviam contratado o melhor detetive do estado.
Mas ela precisava tentar tudo, ela tinha que ajudar. Tinha que achar Arthur e Trevor.
Seus pensamentos eram baseados apenas nessa frase.
Amy se surpreendeu quando o email foi respondido em menos de uma hora.
A investigadora marcou um ponto de encontro em um lugar movimentado e não muito longe de Amy. E assinou no final.L.B
§Na manhã seguinte, Amy havia roído todas as unhas pelo nervosismo e ansiedade que sentia. Ela não fazia aquilo desde a nona série. Ela olhava para o relógio a cada minuto esperando a hora de se encontrar com a detetive.
Quando o momento chegou, Amy já estava sentada em uma mesa bastante visível de um restaurante de rua.
Por favor seja real, por favor seja real...
Uma figura encapuzada sentou-se no assento a sua frente. E Amy sobressaltou-se.
-Amelia F. Estou correta?
Ela concordou lentamente.
-L.B?
-Apenas me diga qual foi o problema, depois lidaremos com apresentações. - a pessoa tinha uma voz mais fina do que Amy esperava.
A loira apenas concordou e contou o que aconteceu.
Quando terminou, a detetive batucava os dedos na mesa.
-Aceito o caso.
-É-é sério? - Amy realmente estava surpreendida, não sabia por que.
-Claro. Por que não? Faz um tempo que eu não tenho um caso fora do governo.
Amy arregalou os olhos.
-Trabalha para o governo?
-Secretamente, mas isso não é da sua conta. Vamos debater o preço. 500 dólares está bom para você?
-500 dólares?
-Exatamente. Algum problema?
Não era muito em relação á grandeza da situação. Mas os pensamentos de Amy nunca tiveram uma velocidade razoável, ela sempre demorava um pouco para pensar.
-Não. Está feito.
-Ótimo - a figura sorriu e, em seguida, tirou o capuz. E a moça por baixo foi o que mais surpreendeu Amy. Ela não poderia ter mais que dezesseis anos, tinha os olhos um pouco puxados e a pele bronzeada, os cabelos eram pretos como ônix, assim como os olhos. Mas estes tinham uma intensidade e sabedoria tão grande quanto a de um idoso. - E antes que comece a duvidar dos meus serviços, saiba que eu me formei da escola anos atrás, e eu sou a investigadora favorita de gente muito importante. Tem sorte de eu ter mesmo respondido o seu email, Amelia Fontenelle.
Amy abriu a boca para dizer algo.
-Vamos começar a resolver esse caso. E sim, eu disse no plural, sei que você quer ajudar a encontrar seu namorado. Quer ser útil. Então seja útil, e me conte detalhadamente sobre o corpo da mulher que você viu. O que você se lembra? E precisarei que você me deixe entrar na cena do crime. - ela falou tudo com uma rapidez inimaginável, as engrenagens no cérebro de Amy começavam a ter que trabalhar mais rapidamente para acompanhar o que a menina dizia -e Ah propósito, meu nome é Louisa Brandon, e para o seu bem é melhor que você mantenha essa informação para si mesma.
Amelia Fontenelle assentiu e falou.
§GOSTARAM????
LEIAM AQUI POR FAVOR
Amores, estou com uma enorme vontade de interagir com vocês, sei lá, fazer algo diferente para compensar a falta do capítulo. Então queria saber se vocês queria que eu fizesse algumas curiosidades sobre a história ou respondesse algumas perguntas, sei lá. Vocês escolhem.
MAS RESPONDAM POR FAVOR
OBRIGADA POR LEREM E COMENTEM
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Ele não é tão Cego Assim
RomanceArthur Harrinson não nasceu cego. Ele havia visto as cores, a face de seu irmão, sua mãe e seu pai, era um menino saudável, ninguém nunca pensou que algum dia o menino fosse estar em um carro, logo na hora que um caminhão em alta velocidade perde o...