Melissa era uma senhora simpática.
Arthur a conhecia desde que viera no hospital depois do acidente, ele não sabia como ela aparentava, mas ela era gentil e amigável, a voz dela ia ficando rouca com o passar dos anos, mas Melissa continuava a mesma.
Ela era enfermeira, por isso, quando ele ouviu a voz dela na sala de espera do hospital ele logo se levantou.
-Arthur - ela disse - está acompanhando a jovem Amy?
-Sim, sim - respondeu, apertando a mão com mais força na bengala.
Melissa parecia ter percebido isso, porque riu.
-Ela está bem, querido. Venha comigo - ela segurou o braço dele e o guiou pelas centenas de corredores que o hospital tinha, e quando parou, ele pode perceber que passava por uma porta.
-Srta. Fontenell. Tem alguém aqui para ver você - então, Melissa soltou o braço de Arthur e fechou a porta atrás dele.
-Arthur, oi - ele ouviu a voz de Amy e ficou aliviado. Claro, ela estava rouca e a voz era baixa, mas pelo menos estava bem.
-Oi - ele respondeu, desconfortável ao pé da porta.
-Tem uma cadeira do seu lado, à direita - ela riu, Arthur sorriu ao ouvir a risada dela.
Ele se sentou e ajustou a postura.
-Então é alérgica a caramelo? - começou.
-Gravemente - Amy tossiu. - Tem alergia a algo?
-Não, nada, na verdade - ele sorriu levemente - sou livre de alergias.
-Que sorte - a voz dela diminuiu o tom.
No momento seguinte, ele ouviu o som de um tênis freando.
-Arthur? - era Will, ele parecia ofegante - Meu Deus, você me deixou desesperado. Me ligou e disse que estava no hospital e desligou, qual é o seu problema? E eu lembro essa garota de algum lugar.
-É Will, não é? - Amy cumprimentou.
-É...Me desculpe, mas não me lembro do seu nome. - A voz de Will era envergonhada.
-Amelia Fontenell, mas me chame de Amy. - Arthur podia dizer que ela estava sorrindo, como ela sempre fazia.
-Ela teve uma reação alérgica grave a caramelo. - suspirou Arthur.
-É alérgica a caramelo? - Will perguntou.
-Sim.
-Que coincidência, eu também. Mas... Não ao ponto de vir ao hospital. - ele deu uma risada, Amy o acompanhou.
-Bem...Hã, já que está bem, Arthur, seu pai me mandou uma mensagem pedindo para leva-lo para o seu encontro.
-Diga a ele que não vou. - Arthur respondeu friamente.
-Ele disse que era muito urgente.
-Arthur, pode ir - Amy o disse, calma.
-Vamos, Arthur - Will segurou seu braço e o puxou de pé.
-Quando vai ser liberada? - ele perguntou.
-Provavelmente de noite.
-Nos vemos amanhã?
-Provavelmente sim.
E então ele saiu, com Will o puxando.
§
Fred os esperava na casa deles, não no apartamento de Arthur, mas na mansão Harrinson.
Pelo que Arthur se lembrava, a fachada era enorme, com várias colunas gregas, brancas, as portas deveriam ser enormes.
Ele e Will logo foram para o escritório.
-Arthur. - o pai dele o cumprimentou. - Pensei que você não vinha.
-Mas eu não vinha.
-Parabéns pela sinceridade - Trevor apareceu.
Ele sorriu. E o pai dele riu. (n/a podemos dar uma pausa para reparar como eu rimei agr?)
Arthur dirigiu-se até o sofá que tinha no escritório e deitou-se lá, como se estivesse em um psicólogo.
-O que era tão urgente que tive que vir até aqui - Ele ajustou a coluna.
-Bem, é na verdade bem rápido, mas pode causar um choque, não sei. - o Pai dele começou - Como vocês sabem, o avô de vocês está bem velho.
-Vovô Elliott? - Arthur o parou - Ele está bem?
-Na verdade, não. Ele está fraco, e a hora dele está chegando. Por isso, ele vai assinar o testamento dele.
-O Vovô Elliott não pode ir - Trevor choramingou, como uma criança.
-Você entende que ele já está velho, não é? Ele viveu demais, fez o trabalho aqui na terra.
Vovô Elliott era a melhor pessoa que o mundo já viu, ele gostava de contar histórias sobre a vida dele, como lutara na guerra, como conhecera a avó. Também sabia cozinhar. Mas ele havia se mudado para a Flórida três anos antes.
Arthur não falava com ele há dois anos.
-Enfim, - Fred continuou - O avô de vocês virá para cá, Los Angeles, para assinar o testamento. Ele ficará aqui.
-Quando ele vai vir? - perguntou Trevor.
-Em duas, três semanas...Ray virá com ele.
-Faz tempo que não falamos com Ray. - Trevor comentou.
Ray era o primo deles, filho do irmão de Fred, que havia desaparecido, e Ray ficara com os avós.
De repente, a porta se abriu.
-Señores, - era Gabriel, o mordomo, ele era mexicano - O que gostariam que Angelita faz para almoço.
O sotaque de Gabriel não era tão forte, mas a gramática dele não era das melhores. Angelita era a cozinheira da casa, Mexicana como ele. Bem, eles eram casados.
-Faça alguma coisa com frutos do mar hoje - Fred o informou - O resto é com vocês.
-Sí, señor.
-Vai ficar o dia aqui, Arthur? - Trevor o perguntou - Se for, tem algo que eu...quero falar para você.
Arthur ficou em silêncio por alguns segundos.
-Sim, eu vou.
Tadaaaan. Olha aí. cumpri o prazo e fiz mais de 800 palavras. Que orgulho. Enfim, é isso, espero que tenham gostado. COMENTEM POVO. Obrigadinha, haha. Até o próximo.
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Ele não é tão Cego Assim
Roman d'amourArthur Harrinson não nasceu cego. Ele havia visto as cores, a face de seu irmão, sua mãe e seu pai, era um menino saudável, ninguém nunca pensou que algum dia o menino fosse estar em um carro, logo na hora que um caminhão em alta velocidade perde o...