Capitulo 9

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Melissa era uma senhora simpática.

Arthur a conhecia desde que viera no hospital depois do acidente, ele não sabia como ela aparentava, mas ela era gentil e amigável, a voz dela ia ficando rouca com o passar dos anos, mas Melissa continuava a mesma.

Ela era enfermeira, por isso, quando ele ouviu a voz dela na sala de espera do hospital ele logo se levantou.

-Arthur - ela disse - está acompanhando a jovem Amy?

-Sim, sim - respondeu, apertando a mão com mais força na bengala.

Melissa parecia ter percebido isso, porque riu.

-Ela está bem, querido. Venha comigo - ela segurou o braço dele e o guiou pelas centenas de corredores que o hospital tinha, e quando parou, ele pode perceber que passava por uma porta.

-Srta. Fontenell. Tem alguém aqui para ver você - então, Melissa soltou o braço de Arthur e fechou a porta atrás dele.

-Arthur, oi - ele ouviu a voz de Amy e ficou aliviado. Claro, ela estava rouca e a voz era baixa, mas pelo menos estava bem.

-Oi - ele respondeu, desconfortável ao pé da porta.

-Tem uma cadeira do seu lado, à direita - ela riu, Arthur sorriu ao ouvir a risada dela.

Ele se sentou e ajustou a postura.

-Então é alérgica a caramelo? - começou.

-Gravemente - Amy tossiu. - Tem alergia a algo?

-Não, nada, na verdade - ele sorriu levemente - sou livre de alergias.

-Que sorte - a voz dela diminuiu o tom.

No momento seguinte, ele ouviu o som de um tênis freando.

-Arthur? - era Will, ele parecia ofegante - Meu Deus, você me deixou desesperado. Me ligou e disse que estava no hospital e desligou, qual é o seu problema? E eu lembro essa garota de algum lugar.

-É Will, não é? - Amy cumprimentou.

-É...Me desculpe, mas não me lembro do seu nome. - A voz de Will era envergonhada.

-Amelia Fontenell, mas me chame de Amy. - Arthur podia dizer que ela estava sorrindo, como ela sempre fazia.

-Ela teve uma reação alérgica grave a caramelo. - suspirou Arthur.

-É alérgica a caramelo? - Will perguntou.

-Sim.

-Que coincidência, eu também. Mas... Não ao ponto de vir ao hospital. - ele deu uma risada, Amy o acompanhou.

-Bem...Hã, já que está bem, Arthur, seu pai me mandou uma mensagem pedindo para leva-lo para o seu encontro.

-Diga a ele que não vou. - Arthur respondeu friamente.

-Ele disse que era muito urgente.

-Arthur, pode ir - Amy o disse, calma.

-Vamos, Arthur - Will segurou seu braço e o puxou de pé.

-Quando vai ser liberada? - ele perguntou.

-Provavelmente de noite.

-Nos vemos amanhã?

-Provavelmente sim.

E então ele saiu, com Will o puxando.

§

Fred os esperava na casa deles, não no apartamento de Arthur, mas na mansão Harrinson.

Pelo que Arthur se lembrava, a fachada era enorme, com várias colunas gregas, brancas, as portas deveriam ser enormes.

Ele e Will logo foram para o escritório.

-Arthur. - o pai dele o cumprimentou. - Pensei que você não vinha.

-Mas eu não vinha.

-Parabéns pela sinceridade - Trevor apareceu.

Ele sorriu. E o pai dele riu. (n/a podemos dar uma pausa para reparar como eu rimei agr?)

Arthur dirigiu-se até o sofá que tinha no escritório e deitou-se lá, como se estivesse em um psicólogo.

-O que era tão urgente que tive que vir até aqui - Ele ajustou a coluna.

-Bem, é na verdade bem rápido, mas pode causar um choque, não sei. - o Pai dele começou - Como vocês sabem, o avô de vocês está bem velho.

-Vovô Elliott? - Arthur o parou - Ele está bem?

-Na verdade, não. Ele está fraco, e a hora dele está chegando. Por isso, ele vai assinar o testamento dele.

-O Vovô Elliott não pode ir - Trevor choramingou, como uma criança.

-Você entende que ele já está velho, não é? Ele viveu demais, fez o trabalho aqui na terra.

Vovô Elliott era a melhor pessoa que o mundo já viu, ele gostava de contar histórias sobre a vida dele, como lutara na guerra, como conhecera a avó. Também sabia cozinhar. Mas ele havia se mudado para a Flórida três anos antes.

Arthur não falava com ele há dois anos.

-Enfim, - Fred continuou - O avô de vocês virá para cá, Los Angeles, para assinar o testamento. Ele ficará aqui.

-Quando ele vai vir? - perguntou Trevor.

-Em duas, três semanas...Ray virá com ele.

-Faz tempo que não falamos com Ray. - Trevor comentou.

Ray era o primo deles, filho do irmão de Fred, que havia desaparecido, e Ray ficara com os avós.

De repente, a porta se abriu.

-Señores, - era Gabriel, o mordomo, ele era mexicano - O que gostariam que Angelita faz para almoço.

O sotaque de Gabriel não era tão forte, mas a gramática dele não era das melhores. Angelita era a cozinheira da casa, Mexicana como ele. Bem, eles eram casados.

-Faça alguma coisa com frutos do mar hoje - Fred o informou - O resto é com vocês.

-Sí, señor.

-Vai ficar o dia aqui, Arthur? - Trevor o perguntou - Se for, tem algo que eu...quero falar para você.

Arthur ficou em silêncio por alguns segundos.

-Sim, eu vou.

Tadaaaan. Olha aí. cumpri o prazo e fiz mais de 800 palavras. Que orgulho. Enfim, é isso, espero que tenham gostado. COMENTEM POVO. Obrigadinha, haha. Até o próximo.

Ele não é tão Cego AssimOnde histórias criam vida. Descubra agora