Amy havia perdido uma prova.Não que essa prova tenha sido tão importante. Mas ela se sentia culpada.
Era a manhã seguinte a sua ida ao hospital, Charlotte a parara no corredor, preocupada com o que havia feito Amy faltar. Ela explicou tudo a amiga, que prometeu nunca colocar caramelo nas comidas dela.
-Por que não me chamou lá? Eu poderia ter ficado com você. - Charlotte dizia enquanto amarrava os cabelos em um rabo de cavalo.
-Um amigo me acompanhou - Amy respondeu-a.
-Que amigo? - Charlotte não parecia mais tão interessada em amarrar o cabelo perfeitamente, e encarava Amy - Vai que eu conheço.
-O nome dele é Arthur - suspirou.
-Sobrenome...?
-Harrinson.
Charlotte arregalou os olhos.
-Você namora o filho do reitor? - ela sussurrou e gritou ao mesmo tempo.
-O que? Filho do reitor? Namorarquem? - Amy sussurrou de volta.
-Meu deus, Amy. Você é tão lenta às vezes. - Charlotte colocou a mão na cintura - O nome do reitor é Fred Harrinson, É casado com a advogada Katelyn Harrinson, dois filhos, Arthur, o mais velho e Trevor, o mais novo. O mais velho é cego, mas mesmo assim vai assumir o cargo de reitor depois do pai dele, muita gente diz que ele é superdotado, porque já terminou a faculdade e tem vinte anos. Trevor é bem inteligente também, está cursando medicina, o apelido dele entre as pessoas que eu conheço éDoutor Sexy, o que preciso confirmar. Ele é realmente bonito. Tem dezoito anos. A família Harrinson é uma das mais ricas aqui de Los Angeles.
-Como você sabe de tudo isso? - Amy perguntou, depois de alguns segundos - ou minutos, tanto faz - processando os fatos. Ela sabia que Arthur era rico. Sabia que era tão inteligente que tinha terminado a faculdade. Mas não sabia do resto.
Charlotte suspirou.
-Eu fiz meu dever de casa - riu - e tenho meus contatos.
Amy então parou um pouco. Era por isso que Arthur estava no campus quando se conheceram "propriamente", era por isso que ela algumas vezes o via pelo local. Mas, se haviam boatos que o reitor estava doente e o reitor era o pai dele era o reitor...
Cara, ela precisava falar com Arthur.
§
Ela não falou com ele sobre isso.
Sim, ela foi covarde, mas, por favor. Atire a primeira pedra quem nunca teve medo de falar sobre determinado assunto com alguém.
Um mês depois, Giny a levara para um shopping qualquer, pois havia passado em um teste para ser atriz coadjuvante, e queria comemorar fazendo compras.
A prima de Amy estava gastando tudo o que tinha comprando vestidos, sapatos e bolsas de marcas caras.
Enquanto ela fazia isso, Amy sentava-se em bancos do lado de fora das lojas, segurando sacolas e asobservando o ambiente.
Havia várias meninas de no máximo dezoito anos arrastando pais e mães para lojas, muitas apontando para vestidos brilhantes em vitrines, outras saindo com sacolas de lojas chiques...
Foi aí que Amy se tocou que já era fim de Maio, e as festas de formatura estavam chegando, garotas desesperadas correriam por aí a procura de vestidos atrasados para a festa.
Amy balançou a cabeça e olhou tristemente para baixo.
Ela nunca fora uma dessas garotas. Nunca fora para a sua festa de formatura.
Claro, não que ela não quisesse ir comemorar. Ela apenas não podia. Ela fora obrigada a ficar em casa.
Bufou, frustrada, e pegou o celular em seu bolso, checando as mensagens. Havia poucas, uma era de um colega de classe e outra de Charlotte. Esse colega a perguntava se estava tudo pronto para a apresentação do dia seguinte. Ela respondeu que sim. E Charlotte a mandara uma foto do CD do trabalho.
Entediada, Amy deitou-se sobre uma sacola e pensou em como teria sido se ela tivesse ido para a formatura.
§
No dia seguinte, Amy acordou na bagunça.
-Droga, Giny! - gritou.
A prima dela disse que iria arrumar as coisas que havia comprado antes de dormir.
Obviamente, ela não o fez.
A sala de estar estava cheia de roupas e acessórios, Amy quase não via o chão da casa dela.
Quer saber, dane-se.
Ela saiu pisando sobre as roupas novas da prima dela até o banheiro, pegou as roupas e materiais que precisava em seu quarto fazendo o maior barulho que podia.
Giny estava usando fones.
Amy suspirou e desistiu, logo seguindo para o Starbucks.
Ela foi a garota que chegou cedo no final das contas.
Arthur demorou vinte minutos para apresentar-se.
Eles pediram os mesmos cafés, e Amy certificou-se de que não havia caramelo na bebida (por certificar-se ela quis dizer que fez Arthur provar o café).
-Você está de mau humor - ele disse depois de trinta minutos conversando.
-Estou? - Amy perguntou, distraída.
-Sim, respostas curtas e tom de voz mais grave.
-Oh - Estava assim tão claro?
-O que aconteceu? - Arthur bebeu um gole de café.
-Nada.
-Ninguém fica de mau humor por nada.
-Mulheres ficam.
-Ah meu deus, Amy.
-Que foi?
-Informação desnecessária.
-Ué, se eu falei é porque eu achei necessário.
-Está vendo?
-O que?
-O seu mau humor.
Ela teve a capacidade de rir um pouco.
-É que...Minha prima está insuportável e ontem fiquei meio...abismada por causa das festas de formatura se aproximando, sabe? Nunca tive essa festa. - ela desistiu e contou.
-Entendo, nunca fui à festa também - ele passou a mão pelo cabelo castanho.
-Por que? - Amy perguntou.
-Terminei a escola... Mais cedo do que o normal. - ele corou um pouco e baixou a cabeça - E você?
-Tive que ficar em casa, ninguém queria me levar. Tipo, eu nunca tive a chance de...Ter um par para o baile, ajudar a arrumar o ginásio, arrumar um vestido que seria especial...
Eles ficaram em silêncio por alguns segundos, até que Arthur levantou a cabeça, o rosto com uma expressão que Amy não vira muitas vezes, mas, mesmo com poucas vezes vendo, ela nunca iria se esquecer da expressão em seu rosto.
Ele tivera uma ideia, e uma ideia que com certeza iria se tornar concreta.
-Arrume um vestido, então.
DEMOREI MAS CHEGUEI. HIHI. GENTE ESSE CAP TA PEBA PQ VOU COMPENSAR NO PRÓXIMO. MAS TEM 1000 PALAVRAS EXATAAS. Pequeno spoiler: Tem romance no próximo capitulo :o. COMENTEEEEEM. FANTASMINHAS QUERIDOS, PONHAM A CARA NO SOL. BEIJOOOS.
-Belle
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Ele não é tão Cego Assim
RomanceArthur Harrinson não nasceu cego. Ele havia visto as cores, a face de seu irmão, sua mãe e seu pai, era um menino saudável, ninguém nunca pensou que algum dia o menino fosse estar em um carro, logo na hora que um caminhão em alta velocidade perde o...