Capítulo VII

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Lorenzo

Eu estava me sentindo estranho,depois que Giulliana me expulsou da sua casa,sem antes dizer aquelas coisas,cada palavra sua ainda estava martelando na minha cabeça.

Fui para casa e ja fui enchendo um copo com whisky,me joguei no sofá e dei um gole na bebida,senti o líquido descer rasgando na minha garganta.

Depois de ficar boa parte da tarde resolvendo alguns problemas da empresa,decidi ter uma conversa séria com Giulliana,assim que estacionei em frente da casa dela notei que os armários ambulantes haviam saído da frente da casa. Estava chovendo,peguei meu guarda-chuva,e saí do carro.

Estranhei e entrei na casa,tudo parecia bem,até ouvir os gritos de Giulliana,corri para a parte de trás da casa,tive tempo para me assustar com o tamanho do terreno,que apesar da dificuldade para enxergar por causa da chuva,podia ver a grandiosidade do lugar.

Corri até uma casinha de madeira,os gritos continuaram,quando estava quase chegando os gritos pararam,arrombei a porta e vi Giulliana encolhida em um canto tremendo e chorando,e um homem alto e loiro de costas. Logo notei o que estava prestes a acontecer.

-Figlio di puttana!-Berrei enfurecido.

Pulei em cima dele e comecei a esmurra-lo,ele me deu um soco me deixando atordoado.

Ouvi um baque surdo e o homem ficou inconsciente, Giulliana estava com um pedaço de madeira nas mãos,ela tremia e chorava e tinha um filete de sangue escorrendo pela testa

Ela colocou a mão no meu rosto,e depois me abraçou,eu envolvi meus braços em volta dela,eu estava me sentindo tão...bem...

A tirei da cabana e fechei a porta,a trancando por fora,caminhamos para casa mas paramos quando vimos um homem deitado no chão,o virei e vi sua camisa manchada de sangue,suspirei e Giulliana acabou vomitando na grama,a levei para dentro,ela tentou ligar para um amigo mas não conseguiu falar muito.

Logo ele chegou e depois seus pais,tive que relatar a cena duas vezes,Angelo foi cuidar daquele homem na cabana e os pais de Giulliana foram vê-la.

Depois que todos foram embora entrei em seu quarto,a abracei,eu precisava ter certeza que ela estava bem.

-Acho que você pode começar a contar o que foi que aconteceu entre vocês.

Ela me contou sobre o que aconteceu,algumas lágrimas caiam dos seus olhos em alguns momentos,eu só tinha uma coisa em mente,matar aquele desgraçado.

Fizemos a viagem para meu apartamento em silêncio,minha mente estava à mil,quando ela entrou no quarto eu desci para o estacionamento de novo,dirigi para a casa do meu pai.

Ele estava no escritório dele vendo alguns contratos.

-O que foi Lorenzo?

-Eu não vou mais participar desse plano ridículo.

-Como?!-Ele levantou da cadeira.

-Não vou tirar a empresa da família Bertamontti.

-Você vai sim! E se reclamar eu juro que você nunca mais vai ver a cor do dinheiro da sua herança!

-Eu não vou continuar! Não vou! A Giulliana não merece!

-Ah! O idiota se apaixonou pela megera!

-Como assim?!

-Ela é uma megera! Todos na empresa falam mal dela,que é uma mal educada e mal amada! Ela não é tão perfeita quanto você acha!-Ri sem humor,ele nem tem ideia do que ela passou.

-Pode esquecer da minha ajuda,agora que notei a burrada que fiz não vai ser você que vai me fazer voltar atrás,vou cuidar do meu filho que vai nascer,e você...-Disse com um gosto amargo na boca.-Vai continuar do jeito que está,sem empresa a mais nem menos.

Sai o mais rápido que pude,estava voltando para casa quando ouvi meu telefone tocando.

-Alô.

-Lorenzo...-Ouvi a voz de Giulliana.

-Fala.

-Eu quero tiramisu...-Suspirei.

-É tarde ja Giullia...

-Por favor...

-Tudo bem...

Rodei pela cidade procurando pelo bendito tiramisu,quando comprei ja era quase 22:30 da noite,cheguei em casa e Giulliana estava sentada no sofá dormindo,me aproximei dela e a observei.

Seus cabelos ruivos caindo sobre seu rosto,sua expressão calma,e seus olhos inchados por ficar chorando,acariciei suas madeixas calmamente. Ela abriu os olhos e me olhou.

-Trouxe o tiramisu?

-Sim...-Ela sorriu e eu também.

Peguei uma colher na cozinha e trouxe para ela,Giullia comeu tudo satisfeita,ela sorriu para mim,e fiquei embasbacado por alguns segundos,ela ficava mais bonita sorrindo.

Deus! O que ela estava fazendo comigo?

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