Capítulo XVIII

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Giulliana

-Com certeza este é um bebê grande.-A médica disse olhando a tela onde refletia uma imagem borrada de Ezio.-Vamos ter que fazer uma cesárea mesmo, não vamos marcar, pois sua gravidez é de risco sendo assim, quando ele quiser vir para o mundo, ele vem.-Eu assenti.

Agradeci e me sentei na maca, fechei os olhos e suspirei.

-As dores de cabeça continuam?

-Sim.

-Vou receitar um remédio, mas nada para se preocupar.-Concordei e desci.

Essa era a única consulta que Lorenzo não participou, tirei algumas dúvidas, acariciei minha barriga e Ezio chutou.

Sai da clínica direto para o meu carro, nem dava pra acreditar que eu ja esta com cinco meses, tudo foi tão rápido.

Gostaria de saber aonde Lorenzo está, ele não me disse nada, o que eu estou dizendo?! Ele não deve satisfação pra mim.

Dirigi para a empresa, fazia bastante tempo que eu não via meu pai, e talvez cumprimentar Luzia.

Entrei no elevador, um homem bonito entrou atrás de mim, me olhou de soslaio e sorriu.

-Ruiva, olhos azuis, e grávida, pelo o que me falaram, você deve ser Giulliana.

-Sim.-Respondi grossa, quem era ele?

-Um amigo.-O que?-Lucca, prazer.-Arregalei os olhos, sim, o maledetto que Maria se envolveu.

-Infelizmente, não é um prazer te conhecer.-Ele arqueou as sobrancelhas.

O elevador apitou e as portas se abriram, eu sai mas ele me chamou, me virei e lhe lancei meu olhar mais mortal.

-Diga a Maria que...-Ele encarou as mãos e suspirou.

-Fique longe dela e de Lilliana, pelo seu próprio bem, não quero ser obrigada a manda-lá para longe de você, ela não merece esse tipo de homem, e a pequena muito menos esse tipo de pai.

Sai pisando forte, entrei na sala do meu pai, ele me olhou espantado.

-O que houve?

-Um idiota qualquer, tudo bem por aqui?

-Sim, preciso só de uma opinião sua.-Assenti e fui para perto dele.

Meu pai virou a tela para mim e me mostrou uma garrafa estilizada, era bem diferente das nossas garrafas tradicionais.

-Iremos fabricar apenas 5 deste tipo, e iremos distribuir apenas para os consumidores mais fiéis, gostaria de saber o que você acha.

-Muito boa, Pappa.-Sorri para ele.

Ficamos conversando por um bom tempo, vi que já era hora do almoço, lhe convidei para comer comigo, mas ele negou, tinha muito trabalho. Eu o entendia.

Enquanto caminhava para a saída do prédio notei uma aglomeração de pessoas no hall de entrada.

Cheguei perto e pude ouvir gritos femininos, desviei educadamente das pessoas, e pude contemplar Luzia com sua roupa social desarrumada, e uma mulher alta e loira, a encarando com raiva, com uma marca vermelha no rosto.

-Você vai se arrepender!-Ouvi a mulher gritar, Luzia se encolheu, observei a mulher se aproximar com raiva para Luzia.

-Basta!-Gritei, mas ela conseguiu bater no seu rosto.-Me deixem passar.-Grunhi.

Passei pelas pessoas e cheguei em Luzia, sua sobrancelha começou a sangrar.

-Merda!-Olhei para trás, observei a outra mulher.-Seu nome.

-O que...

-Seu nome, AGORA!

-R-Rosana.

-Está demitida.-Disse olhando duro para ela.

-Mas...e ela?

-Eu confio mais nela do que em alguém da minha família, talvez assim você aprende não espalhar segredos dos outros.-Estava pensando que esqueci, que espalhou para todos que estava grávida, e falou mal de mim? Não mesmo.

Luzia me olhava espantada, analisei o seu machucado, a levei até o banheiro, mesmo com todos nos observando, peguei uma caixa de primeiros socorros que tinha em baixo da pia.

-P-Por que fez isso?-Ela perguntou, enquanto eu limpava seu machucado.

-Chega uma hora que devemos agradecer a paciência de alguns de vez em quando.-Respondi sorrindo.

Terminei de limpar o ferimento, passei um remédio para não infeccionar, fiz um curativo e fiquei satisfeita com o resultado.

-Pode ir para casa, eu me viro com o meu pai.-Ela ainda parecia estar desconfiada.

Saímos do banheiro, as pessoas haviam trabalhar, coloquei uma mecha do meu cabelo atrás da orelha, e senti Ezio chutar, Lorenzo veio em minha mente, e senti meu coração se comprimir, aonde será que ele estava?

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Lorenzo

Dei alguns passos para trás, tentei puxar ar dos meus pulmões, que momentaneamente pareciam ter perdido a função.

-No que você está pensando hoje, garoto?-Angelo me encarou.

-Que você deveria parar de me socar, e me ensinar coisas mais úteis, como atirar.

-Imobilizar um cara com uma arma, é o suficiente por hoje.-Ele disse.

-Mas claro, por que estou imobilizando muita gente.-Quando terminei de falar, ele deu um chute na minha perna, me fazendo cair, s uma cotovelada no meu abdômen.-Porra!

-Se eu fosse você, falava menos, e prestava mais atenção.

Novamente ele me deu um soco, só que foi na coxa.

-Quer saber? Eu não queria fazer isto. Mas você está pedindo.-O fitei confuso, ele pegou, o celular e discou um numero.-Se você não me dar um soco na cara, nos próximos 10 segundos, eu mando todos a segurança em volta de Giulliana, ser dispersada.

Arregalei os olhos e senti meu coração bater com mais força, a adrenalina tomou conta do meu corpo, só de pensar em Giulliana desprotegida, quando vi ja tinha pulado em cima dele, e tinha o imobilizado, socava sua cara sem dó.

Tiveram que me tirar de cima dele, quando notei estava ofegante, com os nós da mão ardendo.

Angelo se levantou, notei sua maçã do rosto ficando inchada.

-Me lembrei por que parei de treinar os caras pessoalmente.-Respirei fundo.

-Eu preciso ir.-Fui até a porta do galpão, e sai.

Enquanto dirigia de volta para cidade notei que já estava escurecendo, respirei fundo, fui para casa.

Tentava entender por que agi daquela maneira, eu sabia que estava apaixonado, mas só de pensar nela se machucando, por minha culpa, é como se todo o peso do mundo caísse em cima de mim por alguns segundos.

Soltei o ar que estava prendendo, e em vez de ir para casa, dirigi para casa dela, as luzes de fora estavam acesas.

Entrei e ela estava apenas de camisola, dançando ao som de uma música que eu não consegui identificar, pois meus olhos estavam apenas nela, em suas curvas, e na sua barriga saliente.

Ela se virou e me viu, cortei o espaço que nos separava, e acariciei seu rosto, suas íris azuladas me encaravam.

-Eu cansei de tentar esconder que não sinto nada por você...-Sussurrei, ela tocou meu rosto.

-Eu estou pronta...eu estou pronta pra deixar você entrar.-Senti seus lábios nos meus, e pude sentir que tudo finalmente tinha entrado nos eixos.

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