Capítulo XXIII

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Giulliana

Eu ainda estava em embolada nas cobertas, quando senti uma respiração quente em meu pescoço. Lorenzo me puxou pela cintura para mais perto dele.

O senti beijando meu pescoço, e logo eu estava embaixo do seu corpo, ele ostentava uma bela ereção matinal. Mas fomos interrompidos pelo meu celular tocando, Lorenzo bufou e se jogou para o lado.

-Pronto.-Atendi ofegante.

-Eh...Giullia.-Era Maria.

-Fala.

-Vocês tem um evento hoje.

-Como?

-Seu pai mandou eu avisa-los, muita gente importante vai estar lá, as 20h.

-Ok, estaremos lá.-Desliguei e voltei a olhar para Lorenzo.

-Teremos uma festa hoje à noite.-Ele assentiu e eu sorri.-Agora vamos continuar de onde paramos.-Eu sussurrei e subi em cima dele.

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Terminei de prender meu cabelo, e Lorenzo apareceu tentando arrumar sua gravata, cheguei perto dele a fiz para ele.

-Obrigado.

-De nada.-Sorri para ele.-Fecha para mim?

Perguntei me virando, mostrando o zíper aberto do meu vestido, ele era preto com um decote ousado, mas a saia era rodada revelando minha barriga.

-Você está linda.-Corei.

-Vamos logo se não iremos atrasar.

Lorenzo dirigiu até o lugar do evento, quando saímos juntos do carro, vários flashes de câmeras começaram a ser disparados.

Entramos no grande salão e pude contemplar a bela decoração, vi meu pai e minha mãe cumprimentando os convidados e fui até eles.

Os abracei bem forte.

-Como vai, figlia?

-Muito bem, papa.

-E o meu netinho?

-Ótimo! Mas muito agitado, também.

-Acredite, ele teve a quem puxar.-Minha mama disse sorrindo.

Fiquei conversando com eles até senti uma mão em minha cintura.

-Me perdoem, mas vou roubar essa dama por um tempo.-Sorri para Lorenzo.

Ele me levou até a pista de dança, onde vários casais ja estavam.

Eu não conseguia colocar minha felicidade em palavras, estava me sentindo tão bem! Começamos a dançar em silêncio.

-Ja falei que está linda esta noite, senhorita Bertamontti?

-Ja, senhor Di Sernni.

-Mas vou falar de novo, você está linda.-Ri.

Apoiei minha cabeça em seu ombro.

-Cansada?

-Um pouco, são os sapatos.

-Vá sentar, vou rodar o salão.

-Tudo bem.

Me sentei na mesa que tinha meu nome marcado, e notei Emilio se aproximando.

-Olá minha cara.

-Olá Emilio.

-Meu filho finalmente a deixou sozinha, preciso tratar de um assunto sério com você.

-Tudo bem, vamos para o jardim.

O segui, e nos sentamos em um banco.

-É difícil dizer isto, mas receio que meu filho a esteja enganando.-Franzi o cenho.

-O que quer dizer com isto?

-Consegui achar provas, que mostram que não houve um acidente na clinica, na verdade ele mesmo fez a troca das amostras.-Arregalei os olhos a ponto de doer.

-O-O que?!

-Ele planejava roubar sua empresa, e acredito que tudo foi apenas um truque para seduzi-la e engana-la.-As lágrimas chegaram em meus olhos mas eu a segurei.

Me levantei na hora.

-Me perdoe, mas preciso ir.

-Tudo bem, querida, só não entendo como meu filho se transformou nesse tipo de homem.

Aqueles seis meses todos foram uma mentira, a dor que eu sentia era inimaginável, doía mais do que quando James me estuprava todos os dias, doeu mais do que quando eu cai naquele cachoeira.

Doeu mais do que quando eu perdi meu filho.

Atravessei o salão desolada, querendo sair daquele lugar e nunca mais olhar para cara daquele canalha. Mas ele me encontrou e me parou.

-Amore mio, está tudo bem? Está pálida.-Ele encostou em meu braço e eu me afastei com nojo.

-Por que fez isso?!-Eu berrei.-Dizendo que ia me proteger daquele monstro, mas na verdade o monstro sempre foi você!

-Giulliana do que está falando?!-Ele parecia perdido.

-Você me engravidou de propósito! Você me enganou! Mesmo depois de saber de tudo que eu havia passado!

-Giullia isto é mentira! Eu te amo!-Ele tentou se aproximar novamente.

-Fique longe! Eu tenho nojo de você! Eu te odeio!-Gritei, seus olhos se encheram de lágrimas, mas eu não me importei, eu que fui enganada.

Olhei em volta e todos os convidados nos olhavam, sai correndo daquele salão, andei pela rua até achar um táxi, dei o endereço da casa de Maria.

Quando cheguei e bati na porta de minha amiga, senti as lágrimas chegando, Ezio estava quieto, Maria abriu a porta com olheiras em baixo dos olhos.

-Giullia...o que aconteceu? Já está tarde.

Foi ai que eu comecei a chorar, Maria me levou para dentro, eu não conseguia falar nada apenas soluçar, meu corpo pesava toneladas, meu peito doía, e Ezio estava estranhamente quieto.

Maria me ofereceu um agua com açúcar, que não adiantou muita coisa, mas eu consegui contar a ela o que tinha acontecido. Quando terminei de contar, ela apenas acariciou meu cabelo e murmurou.

-Amanhã iremos para Paris.

-M-Mas meus pais.

-Você pode ligar para eles, mas precisamos ir amanhã.-Olhei em seus olhos azuis e assenti.

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Partimos naquela manhã, comprei as passagens para nós duas, e enquanto via Florença se afastando pela janela do avião, me permiti chorar uma última vez por aquele homem.

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Lorenzo

Dor.

Não há outra palavra que consiga me definir neste momento.

Estou jogado no chão gelado do chalé onde havíamos passado os últimos dias juntos.

Minha vingança provavelmente ja estava acontecendo, eu havia reunido provas concretas dos desvios de Emilio na empresa, e entreguei para os oficiais logo que sai daquela festa.

Provavelmente oficiais da justiça ja estavam batendo em sua porta.

Dei um gole no meu whisque e me virei, olhando para o teto, permiti novamente que as lágrimas viessem naquele dia, o amor da minha vida me odiava, ah se ela soubesse toda a história, eu a procurei por todos os lugares, mas não a achei, e provavelmente não sei se a verei novamente.

Mas tínhamos um filho, e eu juro, que vou acha-lá, nem que tenha que morrer para isto.

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