Capitulo XVI

13.4K 1.1K 21
                                    

Lorenzo

Passei a mão pelos cabelos, soltou um grito de raiva, e despejei com ira no telefone.

-Como assim ele já está solto?! Precisamos de mais tempo!-Berrei.

-Eu sei! O tempo vai ser nosso maior inimigo, me encontre hoje a noite no velho galpão.

-Mas...Giullia.

-Ela ficará bem, ja conversei com os pais dela, ela ficará na casa deles, não se preocupe.

-Não se preocupe? Não se preocupe?! Eu estou pirando aqui! Maledizione!

-Ja disse para não se preocupar, nos vemos mais tarde.-E desligou.

Sentei no chão e baguncei os cabelos. Céus, estou perdido.

---
Giulliana

Minha mãe e Maria tinham me acompanhado até o shopping, iríamos fazer algumas compras para o quarto de Ezio e de Lilliana.

Entramos na loja de moveis de bebê, o quarto do meu filhinho foi totalmente montado, seria com tema de animais, as paredes seriam verdes, o berço de madeira escura, e o trocador também.

Maria montou o quarto de Lilliana, bem feminino, estávamos as três tomando sorvete na praça de alimentação, quando alguém pigarreou atras de mim, me virei.

-Charlote...-Disse entre os dentes.

-Não vim conversar com você, na verdade vim falar com esse projeto de assistente de TI!-Disse apontando para Maria, ela arregalou os olhos e se levantou.

-Não venha me importunar Charlote!

-Você tem algo que é meu! E eu não vou descansar até tê-lo de volta.-Maria franziu o cenho.

-Do que você esta falando?!

-Do amor dele sua estúpida!-Maria arregalou os olhos novamente.

-Ele não me ama! Aonde estava seu amor quando ele me expulsou praticamente aos chutes de sua sala?!

-Vá embora Charlote!-Me levantei e interrompi a discussão das duas, Maria está gravida, pode fazer mal à ela e ao bebê.

-Ele vive chamando seu nome enquanto dorme, e nem sabe mais transar direito.-Ta bom eu não precisava saber disso.

Peguei as sacolas e me levantei, fui até Maria e minha mãe também levantou.

-Vamos embora.-Ela assentiu, mas seus pensamentos estavam longe.

-Não quero ver seu rosto novamente Charlote, seu irmão ja fez o mal suficiente com a minha vida, não vou deixar você fazer o mesmo com ela.-Completei.

Saímos, deixei minha mãe em casa e segui para a minha, eu e Maria entramos e ela sentou no sofá.

Me sentei ao seu lado e segurei sua mão e olhei em seus olhos.

-Eu mais do que ninguém, sei como é difícil guardar algo doloroso só para você, pode contar Maria, eu não vou te julgar.

-Eu...é que ainda dói...-Ela fechou os olhos e respirou fundo.-Eu ja trabalhava há alguns meses no setor de TI, então Luca começou a fazer visitas frequentes na minha área, na época achei que eram só visitas ingênuas, até os convites começarem, eu só tinha 23 anos, era meu primeiro relacionamento, e quando vi ja estava gravida e desempregada.-Uma lagrima solitária escorreu em seu rosto, a limpei rapidamente e a abracei.

Eu a ajudaria a passar por isso, agora ela só tinha eu no mundo. Um barulho na porta me fez ficar em alerta.

Me levantei devagar, fui até a cozinha rapidamente e peguei uma frigideira, Maria se levantou e se posicionou atrás do sofá, alguém entrou na casa, fui devagar até lá devagar, prendi a respiração.

Senti Ezio chutar, olhei de lado para Maria, ela estava atrás do sofá com uma faca na mão.

Um vulto passou pela minha frente e eu o acertei em cheio, vi o corpo de um homem cair no chão.

Me aproximei devagar dele, e o virei, soltei um grito, e Maria soltou outro.

-Cazzo! Eu o acertei com tudo!

-Quando ele acordar vai ficar muito bravo!

-Eu ja estou com a consciência bem pesada, dá para parar?!-Eu acertei Lorenzo!-Me ajude a colocá-lo no sofá.

Com muito esforço o deitamos no sofá, corri para a cozinha e peguei um saco de ervilhas que estava no congelador, voltei para a sala e coloquei em sua cabeça, logo um galo surgiria, mas que ideia é essa de entrar sem ser avisado?!

Ele começou a resmungar, e abriu os olhos para mim.

-Você está bem?-Perguntei baixinho.

-Dor...de cabeça...-Ele murmurou, coloquei o saquinho frio em sua testa novamente.

-Me desculpe, me desculpe mesmo, nós estávamos sozinhas, então a porta fez barulho e...-Quando percebi eu ja estava chorando.

-Giullia...não chora...-Ele passou a mão no meu cabelo e apagou, a cena era trágica mas parecia cômica, eu chorando, e ele desmaiou de novo.

*Cazzo:Caralho.

---

Maria tinha ido para casa, e eu fiquei cuidando de Lorenzo, que ficou desmaiado por bastante tempo, cheguei a ficar desesperada algumas vezes, mas depois me acalmei.

Quando ele acordou, ele meio que ficou bravo, meio que ficou orgulhoso de mim, afinal eu consegui fazê-lo ficar desacordado rapidamente.

Passei o dia cuidando dele, para talvez minha consciência ficar mais tranquila. Nós tínhamos comido e agora ele estava com a cabeça em meu colo enquanto assistíamos Tv. Ezio chutava preguiçosamente, provavelmente quase dormindo, ja me preparava para um noite mal dormida, pois ele ficaria me chutando bastante. Acabei dormindo, acordei no meio da noite, na minha cama, me virei e soltei a respiração, alguém me puxou, olhei para trás e notei que Lorenzo estava comigo.

Me virei na cama novamente, dito e feito Ezio ficou me chutando, observei sua expressão serena, acariciei seu rosto e suspirei.

Deus, o que ele está fazendo comigo? Toda vez que fico perto dele, me sinto mais leve, mais...feliz, talvez minha mãe tenha razão mesmo, eu estou esquecendo James, e Lorenzo está quebrando todas as barreiras do meu coração, que estavam a tanto tempo levantadas. O cobri e me virei novamente, passei a noite acordada, tentando processar toda essa minha nova vida.

Jogos do Destino-Série Jogos da VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora